quarta-feira, 7 de setembro de 2022

História da Festa da Natividade de Maria

“Celebremos com alegria o nascimento da Virgem Maria: por ela nos veio o Sol da justiça, o Cristo, nosso Deus”.

Este é o convite que a Igreja nos dirige no início da Missa do dia 08 de setembro, data na qual os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram juntos a Festa da Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria, cuja história gostaríamos de traçar brevemente nesta postagem.

1. As origens da festa no Oriente

A Sagrada Escritura não faz nenhuma referência ao nascimento de Maria, uma vez que os Evangelhos - sobretudo Mateus e Lucas - começam diretamente com os relatos do nascimento de Jesus. Assim, será preciso recorrer aos textos apócrifos: mesmo não tendo sido acolhidos na Sagrada Escritura, estes contêm alguns elementos que sim fazem parte da tradição da Igreja.

Natividade de Maria (Mosaico do séc. XIII)
(Basílica de Santa Maria in Trastevere, Roma)

As tradições sobre o nascimento da Virgem encontram-se particularmente no Protoevangelho de Tiago, escrito em grego na metade do século II e atribuído a Tiago, o “Irmão do Senhor”. Esse texto é chamado de Protoevangelho porque narra sobretudo acontecimentos que ocorreram antes do relato dos quatro Evangelhos canônicos: o nascimento de Maria, sua apresentação no Templo, seu compromisso com José... [1].

O relato mescla vários temas do Antigo e do Novo Testamento: por exemplo, inicia narrando a esterilidade dos pais de Maria, Joaquim e Ana, tema recorrente nos textos bíblicos, desde Abraão e Sara (Gn 16–18) até Zacarias e Isabel (Lc 1).

Joaquim retira-se para o deserto para rezar por quarenta dias, pedindo a Deus o dom de um filho, alusão ao êxodo e à peregrinação do povo de Israel. Ana, por sua vez, reza em sua casa, remetendo-nos a Ana, mãe do profeta Samuel (1Sm 1,1–2,11). Ambos recebem então a visita de um anjo, anunciando que suas preces foram ouvidas, fazendo eco aos anúncios angélicos de Lc 1–2.

Joaquim retorna para casa e encontra-se com Ana na porta da cidade, tradicionalmente identificada como a “Porta Dourada” de Jerusalém. Como essa porta posteriormente foi selada, faz alusão aqui à virgindade de Maria, à luz da profecia de Ezequiel (Ez 44,1-3).

Na Idade Média, com efeito, alguns autores viram neste encontro a “concepção virginal” de Maria. Contudo, a Igreja crê que a única concepção virginal é a de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, concebido pelo Espírito Santo no seio de Maria (cf. Lc 1,34-35); ela, totalmente humana, foi concebida de maneira natural, isto é, através do ato sexual entre Joaquim e Ana.

Para saber mais sobre esses santos, confira nossa postagem sobre o culto a São Joaquim e Santa Ana.

Nove meses depois nasce a menina, que recebe o nome de Maryam (aramaico) ou Miryam (hebraico), isto é, Maria (de etimologia incerta, talvez “amada” ou “senhora”), mesmo nome da irmã de Moisés, que entoa o núcleo do “cântico do mar” em Ex 15.

Igreja de Santa Ana em Jerusalém
Para saber mais sobre essa igreja, clique aqui

Embora tradições posteriores tenham relacionado o nascimento de Maria com Nazaré ou com Séforis, na Galileia, ou mesmo com Belém, a tradição mais consolidada situa o local do seu nascimento - isto é, a casa de Joaquim e Ana - junto à Piscina de Betesda em Jerusalém (cf. Jo 5,1-9).

A Piscina de Betesda - palavra que significa “casa da misericórdia” ou “casa da graça” - situa-se ao norte da cidade, próximo da chamada Porta dos Leões. Ali foi construída uma primeira igreja em honra da Virgem Maria em meados do século V. A dedicação da igreja no dia 08 de setembro foi também a data escolhida para a celebração da Natividade de Maria.

A “igreja de Santa Ana” foi destruída pelos persas em 614 e reconstruída entre 1131 e 1138, sob o patrocínio da rainha Melisenda de Jerusalém (†1161). Após a queda do reino cristão de Jerusalém em 1187, foi transformada em uma escola islâmica (madrasa), sendo posteriormente abandonada. Restaurada pelo governo francês entre 1856 e 1878, foi confiada à Congregação dos Missionários da África (“Padres Brancos”).

A partir de Jerusalém, a Festa da Natividade de Maria logo se difundiu entre as Igrejas Orientais, como testemunham, por exemplo, os hinos de São Romanos o Melode (†556) e as homilias de Santo André de Creta (†740) e São João Damasceno (†749).

Uma vez que o Ano Litúrgico Bizantino começa no dia 01 de setembro, a Natividade da Santíssima Theotokos (Mãe de Deus), no dia 08, é a primeira das Doze Grandes Festas do Rito Bizantino e a sua Dormição (15 de agosto) é a última. Assim, a vida de Maria serve de “moldura” ao mistério de Cristo

Cabe recordar, porém, que a maioria das Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) segue o calendário juliano, com 13 dias de diferença em relação ao gregoriano. Assim, o dia 08 de setembro no calendário juliano corresponde a 21 de setembro no gregoriano.

Eis o tropárion da festa, entoado também na Liturgia das Horas do Rito Romano, como antífona do cântico evangélico das Laudes, o Benedictus:

“O teu nascimento, ó Mãe de Deus, anuncia a alegria ao mundo inteiro; pois de ti nasceu o Sol da justiça, Cristo nosso Deus, o qual, abolindo a maldição, nos deu a bênção e, destruindo a morte, nos presenteou com a vida eterna

Ícone da Natividade de Maria - igreja de Santa Ana em Jerusalém
Para conhecer o simbolismo desse ícone, clique aqui.

2. A acolhida da festa no Ocidente

No Ocidente, por sua vez, celebravam-se nos primeiros séculos apenas dois nascimentos, como testemunha, por exemplo, Santo Agostinho (†430): o Nascimento de Cristo (25 de dezembro) e o nascimento de São João Batista (24 de junho). Os santos, com efeito, particularmente os mártires, são celebrados geralmente no dia da sua morte, denominada dies natalis, o dia do seu nascimento para o céu.

Assim, a Festa da Natividade de Maria chega ao Ocidente um pouco mais tarde. Esta é atestada primeiramente na Gália (atual França), em meados do século VII. O Sacramentário Gelasiano (séc. VII-VIII), sob influência galicana, contém as três orações da Missa In Nativitate Sanctae Mariae.

Em Roma, desde o século IV, a Mãe de Deus era celebrada no dia 01 de janeiro, oito dias após o Natal. A partir dos séculos VI-VII, porém, quando o Império Bizantino conquistou Roma, foram acolhidas diversas festas orientais, incluindo as celebrações marianas.

Como testemunha o Liber Pontificalis (n. 86), o Papa São Sérgio I (†701) - nascido em Palermo (Itália), mas de origem síria - prescreveu procissões solenes (litanias) para as festas da Apresentação do Senhor (02 de fevereiro), da Anunciação (25 de março), da Dormição (15 de agosto) e da Natividade de Maria (08 de setembro), que iam da igreja de Santo Adriano al Foro até a Basílica de Santa Maria Maior [2].

Entre os séculos IX e X, quando se popularizaram no Rito Romano as sequências, composições poéticas entoadas antes do Evangelho na Missa, destacam-se em honra da Natividade de Maria:
- a sequência Stirpe Maria regia, atribuída a Notker Balbulus (†912), monge beneditino da Abadia de Sankt Gallen (Suíça);
- e Nativitas Mariae virginis, de autoria anônima, popularizada pelos dominicanos no século XIII.

Em 1243 o Papa Inocêncio IV (†1254) enriqueceria a Festa do dia 08 de setembro com uma oitava, isto é, com uma celebração prolongada por oito dias, e Gregório XI (†1378) acrescentaria uma Missa da Vigília a ser celebrada na tarde do dia 07.

Na Itália, com efeito, é muito forte a devoção à Bambina, isto é, à Virgem Maria “Menina”, paralela à devoção ao Menino Jesus. Além disso, em alguns lugares até hoje se realiza a bênção da fogueira na noite do dia 07 de setembro, como na Vigília da Natividade de São João Batista, associada à passagem do verão ao outono no hemisfério norte.

Imagem de Maria Bambina venerada em Milão

Na Arquidiocese de Milão (Itália) - a qual possui um rito próprio, o Rito Ambrosiano - a festa foi acolhida apenas no século XII. Não obstante, São Carlos Borromeu (†1584) consagraria o novo Duomo de Milão em 1577 tomando como padroeira “Santa Maria Nascente”.

Ao redor de todo o mundo, de fato, são diversos os títulos marianos celebrados no dia 08 de setembro, como Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira da Arquidiocese e da cidade de Curitiba (PR).

“A Igreja celebra três natividades, a saber, a de Cristo, a de Santa Maria e a de João Batista, que designam três natividades espirituais: renascemos com João pela água, com Maria pela penitência e com Cristo na glória”
Jacopo de Varazze (†1298) [3].

3. A reforma do Concílio Vaticano II

A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II conservou a Festa da Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria (In Nativitate Beatae Mariae Virginis) no dia 08 de setembro. A vigília e a oitava já haviam sido suprimidas na primeira metade do século XX.

Quanto às orações, foram conservadas a oração do dia e a oração sobre as oferendas do anterior Missale Romanum, que remontam ao Sacramentário Gregoriano (séc. VIII), sendo acrescentada uma nova oração após a Comunhão, inspirada em textos do Missale Parisiense de 1738 [4].

Em relação às leituras, até então eram lidos Pr 8,22-35 e Mt 1,1-16, enquanto no lugar do salmo eram entoados alguns versos em honra da Mãe de Deus (Benedicta et venerabilis es, Virgo Maria...). Atualmente são propostas duas opções de leitura à escolha, um novo salmo e duas formas para o Evangelho, longa e breve: Mq 5,1-4a ou Rm 8,28-30 / Sl 70,6; 12,6 (R: Is 61,10) / Mt 1,1-16.18-23 (forma breve: Mt 1,18-23).

Natividade de Maria
(Giotto - Cappella degli Scrovegni, Pádua)

Na Liturgia das Horas, além das antífonas inspiradas na tradição bizantina, destacam-se os dois hinos próprios resgatados pela reforma litúrgica, o primeiro  de um autor anônimo do século X, e o segundo de São Pedro Damião (†1072).
Laudes: O Sancta mundi Domina (Dona e senhora da terra);
Vésperas e Ofício das Leituras: Beata Dei genetrix (Ó florão da humana raça).

As “palavras-chave” que percorrem todos os textos da festa são luz alegria. Gaetano Meaolo faz uma interessante interpretação a partir do Evangelho do dia: as sucessivas gerações da genealogia de Jesus seriam como as horas da noite (Mt 1,1-16); o nascimento de Maria seria a aurora, a claridade que precede o nascer do sol; por fim, “chegada a plenitude do tempo” (Gl 4,4), brilhou o sol da justiça (Lc 1,78), nasceu da Virgem-Mãe o nosso Salvador, (Lc 2,11), Jesus, que é chamado o Cristo (Mt 1,16).

Também o Bem-aventurado Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster (†1954) resume poeticamente o significado da festa em seu Liber Sacramentorum:

“Assim como a primeira Eva foi tirada do lado de Adão, toda irradiante de vida e de inocência, também Maria, esplêndida e imaculada, saiu do coração do Verbo eterno, que, por obra do Espírito Santo, como ensina a Liturgia, quis Ele mesmo modelar aquele corpo e aquela alma que deveriam um dia servir-lhe de tabernáculo e altar.
Esse é, portanto, o significado sublime da Natividade de Maria.
Ela é a aurora que anuncia o dia que já vem surgindo por detrás das colinas eternas; é o místico rebento que surge da veneranda raiz de Jessé; é o rio novo que brota do paraíso e que se dispõe a irrigar o mundo inteiro; é o véu simbólico que foi estendido sobre o solo árido da nossa terra para recolher o prodigioso orvalho; é a nova Eva, isto é, a vida e a Mãe dos viventes, que nasce para aqueles que tiveram Eva como mãe do pecado e da morte”.

4. A devoção ao nome de Maria

Por fim, cabe aqui uma palavra a respeito da devoção ao Nome de Maria, uma vez que é por ocasião do nascimento que recebemos nosso nome. Desde o século VI, com efeito, celebra-se no dia 01 de janeiro, oito dias após o Natal, a circuncisão e a imposição do nome de Jesus. Posteriormente surgiria uma festa autônoma em honra do Santíssimo Nome de Jesus no domingo entre os dias 02 e 05 de janeiro.

Natividade de Maria - Domenico Ghirlandaio
(Igreja de Santa Maria Novella, Florença)

A devoção ao Nome de Maria foi promovida inicialmente por São Bernardo de Claraval (†1153). No início da Idade Moderna, por sua vez, surge a Festa do Santo Nome de Maria, inicialmente a 15 de setembro, oito dias após a Festa da Natividade da Virgem.

Mario Righetti (†1975) indica que a Festa do Nome de Maria foi aprovada pela primeira vez pelo Papa Júlio II (†1513) para algumas Dioceses da Espanha. Em 1683 o Papa Inocêncio II (†1689) determinou que fosse celebrada por toda a Igreja no domingo após o dia 08 de setembro.

O Papa estendeu a festa para toda a Igreja em comemoração à vitória dos cristãos contra os turcos otomanos na Batalha de Kahlenberg, travada no dia 12 de setembro de 1683, quando uma grande carga de cavalaria dos chamados “hussardos alados” poloneses rompeu o cerco à cidade de Viena [5].

No início do século XX, por sua vez, o Papa São Pio X (†1914), buscando recuperar a centralidade do domingo, transferiu a celebração do Nome de Maria para o dia 12 de setembro. Vale lembrar que o mesmo Papa estabelecera a Memória de Nossa Senhora das Dores no dia 15 de setembro, até então celebrada no 3º domingo desse mês.

A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II suprimiu tanto a Festa do Santíssimo Nome de Jesus quanto a Festa do Nome de Maria, conservando-as apenas como Missas votivas (Missas que podem ser celebradas à escolha para promover a piedade dos fiéis).

A Missa votiva do Nome de Maria possui apenas a coleta ou oração do dia própria [6]. A Coletânea de Missas de Nossa Senhora, por sua vez, publicada em 1986, oferece-nos um formulário completo de Missa votiva ao Santo Nome da Bem-aventurada Virgem Maria (n. 21), indicado para o Tempo Comum [7].

Veneração do Nome de Maria
(Basílica de La Macarena, Sevilla)

Assim, dado o rico simbolismo bíblico do “nome” e a devoção de algumas famílias religiosas, a 3ª edição típica do Missal Romano (2002) resgatou tanto a Memória facultativa do Santíssimo Nome de Jesus, a 03 de janeiro, quanto a Memória facultativa do Santíssimo Nome de Maria (Sanctissimi Nominis Mariae) no dia 12 de setembro, com orações próprias.

O único nome pelo qual nos vem a salvação é o de Jesus (At 4,12; Fl 2,10). Porém, também o nome de Maria, “indissoluvelmente unida à obra de salvação do seu Filho” (Sacrosanctum Concilium, n. 103), pode ser invocado pelos fiéis como forma de recordar a sua materna intercessão.

“Bendita sois vós pelo Senhor, Deus Altíssimo, entre todas as mulheres da terra, ó bem-aventurada Virgem Maria. O Senhor deu tanta glória ao vosso nome que todas as gerações cantarão os vossos louvores” (cf. Jt 13,18-19)
(Antífona de entrada da Missa votiva do Santo Nome de Maria).

Notas:

[1] cf. PROENÇA, Eduardo de [org.]. Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia, vol. I. São Paulo: Fonte Editorial, 2005, pp. 519-530.

[2] cf. CORDEIRO, José de Leão [org.]. Antologia Litúrgica: Textos Litúrgicos, Patrísticos e Canónicos do Primeiro Milénio. Secretariado Nacional de Liturgia: Fatima, 2003, p. 1325.
Coincidentemente, Sérgio I faleceria justamente no dia 08 de setembro de 701. Também Santo Adriano, soldado romano martirizado em Nicodémia entre o final do século III e o início do IV, é comemorado nessa mesma data. Sua igreja, porém, situada no Fórum Romano, junto à Cúria Júlia (antigo edifício do Senado), infelizmente foi destruída durante o século XX.

[3] DE VARAZZE, Jacopo. Legenda Aurea: Vidas de Santos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, pp. 751-752.

[4] cf. MISSAL ROMANO. Tradução portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 1991, pp. 653-654.

[5] Vale lembrar que também a Festa da Transfiguração do Senhor (06 de agosto) foi estendida a toda a Igreja de Rito Romano pelo Papa Calisto III (†1458) em comemoração à vitória contra os turcos otomanos no cerco de Belgrado em 1456.

[6] cf. MISSAL ROMANO, p. 954.

[7] cf. MISSAS DE NOSSA SENHORA. Brasília: Edições CNBB, 2016, pp. 90-92; LECIONÁRIO para Missas de Nossa Senhora. Brasília: Edições CNBB, 2016, pp. 123-125.

Natividade de Maria (Albrecht Altdorfer)

Referências:

ADAM, Adolf. O Ano Litúrgico: Sua história e seu significado segundo a renovação litúrgica. São Paulo: Loyola, 2019, pp. 157-158.

DONADEO, Madre Maria. O Ano Litúrgico Bizantino. São Paulo: Ave Maria, 1998, pp. 34-38.

LODI, Enzo. Os Santos do Calendário Romano: Rezar com os Santos na Liturgia. São Paulo: Paulus, 1992, pp. 369-371.

MEAOLO, Gaetano. Natividade de Maria. in: DE FIORES, Stefano; MEO, Salvatore [org.]. Dicionário de Mariologia. São Paulo; Paulus, 1995, pp. 970-974.

RIGHETTI, Mario. Historia de la Liturgia, vol. I: Introducción general; El año litúrgico; El Breviario. Madrid: BAC, 1955, pp. 911-912.914.

SCHUSTER, Cardeal Alfredo Ildefonso. Liber Sacramentorum: Note storiche e liturgiche sul Messale Romano; v. VIII: I Santi nel Mistero della Redenzione (Le Feste dei Santi dall'ottava dei Principi degli Apostoli alla Dedicazione di S. Michele). Torino-Roma: Marietti, 1932, pp. 234-237.243-244.

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