segunda-feira, 1 de julho de 2019

Angelus do Papa: Corpus Christi - Ano C

Papa Francisco
Angelus
Domingo, 23 de junho de 2019

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, na Itália e noutras nações, celebra-se a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, o Corpus Christi. O Evangelho apresenta-nos o episódio do milagre dos pães (cf. Lc 9,11-17), que tem lugar na margem do lago da Galileia. Jesus está ocupado a falar a milhares de pessoas, realizando curas. Ao cair da noite, os discípulos aproximam-se do Senhor e dizem-lhe: «Despede a multidão para que, indo pelas aldeias e campos ao redor, encontre alimento e hospedagem» (v. 12). Também os discípulos estavam cansados. Com efeito, encontravam-se num lugar isolado, e as pessoas para comprar comida tinham que ir a pé até aos povoados. Jesus vê isto e responde: «Dai-lhes vós mesmos de comer» (v. 13). Estas palavras suscitam a admiração dos discípulos. Não entendiam, talvez até se tenham zangado e responderam: «Só temos cinco pães e dois peixes; a não ser que vamos nós mesmos comprar comida para todo este povo!» (ibidem).
Ao contrário, Jesus convida os seus discípulos a realizar uma verdadeira conversão da lógica do “cada um por si” para a da partilha, começando por aquele pouco que a Providência coloca à nossa disposição. E mostra imediatamente que sabe com clareza o que quer fazer. Diz-lhes: «Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinquenta» (v. 14). Depois toma nas mãos os cinco pães e os dois peixes, dirige-se ao Pai celestial e pronuncia a prece de Bênção. Em seguida, começa a partir os pães, a dividir os peixes e a dá-los aos discípulos, que os distribuem à multidão. E aquele alimento não acaba, até que todos fiquem saciados.
Este milagre - muito importante, a tal ponto que é narrado por todos os Evangelistas - manifesta o poder do Messias e, ao mesmo tempo, a sua compaixão: Jesus sente compaixão pelo povo. Aquele gesto prodigioso não só permanece como um dos grandes sinais da vida pública de Jesus, mas antecipa aquele que depois, no final, será o memorial do seu sacrifício, ou seja, a Eucaristia, sacramento do seu Corpo e do seu Sangue, oferecidos para a salvação do mundo.
A Eucaristia é a síntese de toda a existência de Jesus, que foi um único ato de amor ao Pai e aos irmãos. Também ali, como no milagre da multiplicação dos pães, Jesus tomou o pão, elevou ao Pai a prece de Bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos; e fez o mesmo com o cálice do vinho. Mas naquele momento, na vigília da sua Paixão, Ele quis deixar, nesse gesto, o Testamento da nova e eterna Aliança, memorial perpétuo da sua Páscoa de morte e ressurreição. A festa do Corpus Christi convida-nos todos os anos a renovar o enlevo e a alegria por esta maravilhosa dádiva do Senhor, que é a Eucaristia. Acolhamo-la com gratidão, não de maneira passiva, rotineira. Não devemos habituar-nos à Eucaristia, nem ir comungar como que por hábito. Não! Cada vez que nos aproximamos do altar para receber a Eucaristia, devemos renovar verdadeiramente o nosso “amém” ao Corpo de Cristo. Quando o sacerdote nos diz “Corpo de Cristo”, nós respondemos “amém”: mas que seja um “amém” que brote do coração, convicto. Foi Jesus, foi Jesus que me salvou, é Jesus que vem para me dar a força de viver. É Jesus, Jesus vivo. Mas não devemos habituar-nos: cada vez, como se fosse a primeira Comunhão.
Expressão da fé eucarística do santo povo de Deus são as procissões com o Santíssimo Sacramento, que nesta Solenidade se realizam em toda a parte na Igreja católica. Também eu, esta tarde, no bairro romano de Casal Bertone, celebrarei a Missa, à qual se seguirá a procissão. Convido todos a participarem, inclusive espiritualmente, através da rádio e da televisão. Que Nossa Senhora nos ajude a seguir com fé e amor Jesus, a Quem adoramos na Eucaristia.


Fonte: Santa Sé

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