terça-feira, 13 de março de 2018

Cantar a Missa da Ceia do Senhor

Para conhecer os ritos da Missa da Ceia do Senhor, clique aqui.


1. Procissão de Entrada:
Inspirado na antífona de entrada (cf. Missal Romano, p. 247):

A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória:
Nele está nossa vida e ressurreição;
Foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).


2. Ato Penitencial:
Conforme o Missal Romano (pp. 391-398). Particularmente recomendamos o Kyrie com as invocações próprias da Quaresma (Missal, p. 397):

Senhor, que fazeis passar da morte para a vida quem ouve a vossa palavra, tende piedade de nós.
R: Senhor tende piedade de nós.
Cristo, que quisestes ser levantado da terra para atrair-nos a vós, tende piedade de nós.
R: Cristo tende piedade de nós.
Senhor, que nos submeteis ao julgamento da vossa cruz, tende piedade de nós.
R: Senhor tende piedade de nós.



3. Glória
Conforme a letra do Missal (p. 398). Pode ser acompanhado do toque de sinos.

Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.

Observação: Uso de instrumentos musicais
Desde o Glória da Missa da Ceia do Senhor até o início da Vigília Pascal proíbe-se o uso de instrumentos musicais, manifestando sobriedade ante a Paixão do Senhor. Podem ser utilizados apenas para sustentar o canto (Cerimonial dos Bispos, n. 300).

4. Salmo: Sl 115,12-13.15-16bc.17-18 (R.: 1Cor 10,16)
Lecionário Dominical, pp. 155, 469, 783.

R. O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

Que poderei retribuir ao Senhor Deus
Por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Elevo o cálice da minha salvação,
Invocando o nome santo do Senhor.

É sentida por demais pelo Senhor
A morte de seus santos, seus amigos,
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
Mas me quebrastes os grilhões da escravidão!

Por isso oferto um sacrifício de louvor,
Invocando o nome santo do Senhor.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor,
Na presença de seu povo reunido.


5. Aclamação ao Evangelho
Lecionário Dominical, pp. 156, 470, 784.

R. Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.
Eu vos dou este novo mandamento,
Nova ordem, agora, vos dou,
Que também vos ameis uns aos outros,
Como eu vos amei, diz o Senhor (Jo 13,34).


6. Lava-pés
Cantam-se as antífonas propostas pelo Missal (pp. 248-249) ou outro canto adequado.

Jesus ergueu-se da ceia, jarro e bacia tomou;
Lavou os pés aos discípulos, este exemplo hoje deixou (Jo 13,4.5.15).

Aos pés de Pedro inclinou-se.
- Ó Mestre, não, por quem és!
- Não terás parte comigo, se não lavar os teus pés.
- És o Senhor, és o Mestre, os meus pés não lavarás!
- O que ora faço não sabes, mas depois compreenderás (Jo 13,6.7.8).

Se eu, vosso Mestre e Senhor, vossos pés hoje lavei,
Lavai os pés uns aos outros, eis a lição que vos dei (Jo 13,14).

Se vos amais uns aos outros, lhes disse o Filho de Deus:
Terá o mundo certeza que sois discípulos meus (Jo 13,35).

Eu vos dou novo preceito, deixo, ao partir, nova lei:
Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (Jo 13,34).

Fé, esperança e caridade sempre em vós hão de habitar.
A maior é a caridade porque nunca há de passar (1Cor 13,13).


7. Apresentação das oferendas
Canta-se o hino proposto no Missal (p. 249), “Onde o amor e a caridade” (Ubi caritas) ou outro canto adequado.

R. Onde o amor e a caridade, Deus aí está.

Congregou-nos num só corpo o amor de Cristo.
Exultemos, pois, e nele jubilemos.
Ao Deus vivo nós temamos mas amemos;
E sinceros, uns aos outros, nos queiramos.

Todos juntos num só corpo congregados,
Pela mente não sejamos separados.
Cessem lutas, cessem rixas, dissensões,
Mas esteja em vosso meio Cristo Deus!

Junto um dia com os eleitos nós vejamos
Vossa face gloriosa que adoramos.
Alegria que é imensa, que enche os céus:
Ver por toda eternidade Cristo Deus. Amém.


8. Santo
Conforme o Missal (p. 405):

Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! O céu e a terra proclamam vossa glória.  Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

9. Cordeiro de Deus
Conforme a fórmula do Missal (p. 502):

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.

10. Comunhão
Canto de Comunhão à escolha. O Hinário Litúrgico recomenda o canto “Eu quis comer esta ceia agora”.


11. Transladação do Santíssimo Sacramento
Durante a transladação do Santíssimo Sacramento até a Capela da Reposição canta-se o hino “Vamos todos louvar juntos” (Missal, pp. 252-253) ou outro canto eucarístico.
Chegando à Capela da Reposição, canta-se o hino Tão Sublime (Missal, p. 253), que é composto pelas duas últimas estrofes do hino “Vamos todos louvar juntos”.

1. Vamos todos louvar juntos o mistério do amor,
Pois o preço deste mundo foi o sangue redentor,
Recebido de Maria, que nos deu o Salvador.

2. Veio ao mundo por Maria, foi por nós que ele nasceu.
Ensinou sua doutrina, com os homens conviveu.
No final de sua vida, um presente ele nos deu.

3. Observando a Lei mosaica, se reuniu com os irmãos.
Era noite. Despedida. Numa ceia: refeição.
Deu-se aos doze em alimento, pelas suas próprias mãos.

4. A Palavra do Deus vivo transformou o vinho e o pão
No seu sangue e no seu corpo para a nossa salvação.
O milagre nós não vemos, basta a fé no coração.

5. Tão sublime sacramento adoremos neste altar,
Pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar.
Venha a fé por suplemento os sentidos completar.

6. Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos, na Trindade eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do louvor.



Após o hino, todos rezam alguns instantes em silêncio e em seguida retiram-se igualmente em silêncio.

5 comentários:

  1. Boa noite André, tudo bem?
    Porque as formulas do Ato Penitencial no missal romano as preces Senhor tende piedade...são feitas após a absolvição e não antes, vejo muitos Padre fazerem antes.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Existem três formas de Ato Penitencial:
      1ª forma: "Confesso a Deus...";
      2ª forma: "Tende compaixão de nós...".
      Nessas duas primeiras formas, após a absolvição todos rezam ou cantam o Kyrie sem tropos: "Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor tende piedade de nós".

      A 3ª forma de Ato Penitencial é o chamado Kyrie com tropos, isto é, com invocações: "Senhor, que viestes salvar... tende piedade de nós. Cristo, que viestes... tende piedade de nós. Senhor, que... tende piedade de nós".
      Neste caso não se repete o Kyrie após a absolvição.
      (cf. Missal Romano, pp. 390-398).

      Excluir
  2. Mas pq as duas primeiras são feitas as preces após a absolvição?
    O correto não seria a absolvição ser o texto final da oração?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O Kyrie após a absolvição serve como "eco" do pedido de perdão e ao mesmo tempo como "ponte" para o Glória.
      Vale lembrar que o próprio Glória contém três pedidos de perdão dirigidos a Cristo: "Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós...".
      O Kyrie após a absolvição é uma tradição que remonta ao século V, sendo omitido apenas na 3ª forma do Ato Penitencial para evitar a repetição.

      Excluir
  3. A celebração não tem canto final, porque ela não terminou, ela continua na Sexta-feira Santa.

    ResponderExcluir