“Na verdade o Cristo
ressuscitou, aleluia! A Ele o poder e a glória pelos séculos eternos” (Lc
24,34; cf. Ap 1,6).
O que se deve
preparar
- Todo o necessário para a celebração da Missa
- Paramentos brancos para o sacerdote, como para a Missa
- Círio pascal, junto ao
ambão
- Turíbulo e naveta com incenso
- Cruz processional
- Dois a seis castiçais com velas
- Missal Romano
- Livro dos Evangelhos
- Sinetas
- Caldeirinha de água benta e aspersório
O Papa Francisco incensa o ícone de Cristo (Missa do Domingo de Páscoa - 2017) |
1. Celebração
Eucarística
“A Missa do dia da Páscoa deve ser celebrada com grande
solenidade” (Carta Circular Paschalis
Sollemnitatis, n. 97). Diferentemente, porém, das demais celebrações do
Tríduo Pascal, essa Missa não possui ritos particulares, sendo celebrada com o
rito da chamada “Missa estacional” (cf.
Cerimonial dos Bispos, nn. 119-170),
isto é, a Missa solene, como de costume. Não obstante, acrescentamos as seguintes observações:
a) Ritos iniciais
A celebração inicia-se com a procissão de entrada, como de
costume, acompanhada do canto de entrada, que convém ser inspirado em uma das
duas antífonas propostas pelo Missal Romano (p. 295): “Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo...” ou “Na verdade o Cristo ressuscitou, aleluia...”.
Para acessar nossa postagem sobre os cantos litúrgicos para o Domingo de Páscoa, clique aqui.
Procissão de entrada (2020) |
Em lugar do Ato Penitencial, é muito conveniente fazer a
aspersão com a água abençoada durante a Vigília Pascal (cf. Paschalis
Sollemnitatis, n. 97):
Após o sinal da cruz e a saudação, o sacerdote profere uma
breve monição, explicando o sentido do rito, e em seguida percorre a nave da
igreja aspergindo os fiéis, enquanto canta-se uma das antífonas propostas pelo Missal (p. 1004) ou outro canto
adequado, de caráter pascal e batismal.
Se, porém, na igreja não houve a celebração da Vigília Pascal, antes de aspergir os fiéis o sacerdote abençoa a água recitando a oração indicada no Missal para o Tempo Pascal (p. 1002).
Concluída a aspersão, canta-se ou recita-se o Kyrie eleison (Senhor, tende piedade de
nós; cf. Missal, p. 398), e segue-se
o Glória (ibid., pp. 398-399),
durante o qual, conforme o costume da comunidade, podem-se tocar os sinos da
igreja, como na Vigília.
b) Liturgia da
Palavra
Após a oração do dia (“Ó
Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte...”; Missal, p. 295), seguem-se as leituras,
como de costume: At 10,34a.37-43; Sl 117; Cl 3,1-4 ou 1Cor 5,6b-8; Jo 20,1-9.
Após a 2ª leitura, permanecendo todos sentados, um leitor ou
cantor, de uma estante ou de outro local adequado (não, porém, do ambão), canta
ou recita a sequência Victimae paschali
laudes (Cantai, cristãos, afinal), que neste dia é obrigatória (cf. Instrução
Geral sobre o Missal Romano, 3ª edição, n. 64). Concluída a sequência,
todos se levantam e entoa-se o Aleluia como de costume.
Para acessar nossa postagem sobre a sequência Victimae paschali laudes, com seu texto em latim e em português, clique aqui.
Durante toda a Oitava Pascal (isto é, até o II Domingo da
Páscoa inclusive) pode-se entoar essa sequência de modo facultativo antes da
aclamação do Evangelho, como indica o Diretório
da Liturgia publicado anualmente pela CNBB.
Ao Evangelho, levam-se o incenso e duas velas, como de
costume (a orientação de não levar as velas ao Evangelho é específica da
Vigília Pascal).
c) Liturgia
Eucarística e Ritos finais
Após as Preces, convém organizar a procissão das oferendas,
na qual alguns fiéis conduzem ao altar os dons do pão e do vinho a serem
consagrados (isto é, a patena e as âmbulas com hóstias e as galhetas com vinho
e água).
Porém, cabe recordar que na ação litúrgica o sinal sempre
deve “realizar aquilo que significa” (cf.
Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 6). Portanto, nessa procissão das
oferendas devem ser entronizadas unicamente “oferendas” (pão e vinho e ofertas
para o sustento da comunidade e dos pobres), e não meros “símbolos”. O que é
levado nessa procissão é literalmente oferecido, doado, entregue.
Toma-se sempre o Prefácio
da Páscoa I, “O mistério pascal”
(Missal, p. 421).
Recomenda-se vivamente rezar a Oração Eucarística I, que possui partes próprias para esse dia,
recitadas ao longo de toda a Oitava Pascal: o “Em comunhão com toda a Igreja...” e a oração “Recebei, ó Pai, com bondade...” (Missal, pp. 471-472).
Para acessar nossa postagem sobre quando usar cada Oração Eucarística, clique aqui.
No final da celebração convém tomar a bênção própria para esse dia, a mesma da Vigília: “Que o Deus todo-poderoso vos abençoe nesta
solenidade pascal...” (Missal,
pp. 522-523).
Durante toda a Oitava Pascal à despedida acrescenta-se o duplo
Aleluia: “Ide em paz e o Senhor vos
acompanhe, aleluia, aleluia! R: Graças a Deus, aleluia, aleluia” (Missal, p. 291).
2. Piedade popular
Cabe recordar, por fim, que em muitas comunidades há o
costume de realizar procissões em honra da Ressurreição do Senhor antes ou
depois da Missa do Domingo de Páscoa (sobretudo antes da primeira Missa, nas
primeiras horas da manhã desse domingo).
Tais procissões convêm ser valorizadas, nas quais, além da
cruz processional, geralmente se conduz uma imagem do Cristo Ressuscitado (uma
vez que o círio pascal não se adequa às procissões, uma vez que a cerra
derretida pode queimar quem o conduz, a chama pode facilmente apagar-se, entre
outros inconvenientes).
Essa imagem do Ressuscitado pode ser em seguida depositada
em algum lugar da igreja, preferencialmente fora do presbitério (para não
“competir” a cruz junto ao altar e com o círio pascal junto ao ambão): por exemplo, na entrada da igreja.
À tarde, convém celebrar as II Vésperas (oração da tarde da Liturgia das Horas) do Domingo de Páscoa, as chamadas “Vésperas pascais” ou “Vésperas batismais”, com a procissão à fonte batismal. Para saber mais sobre esse rito, clique aqui.
Imagem do Ressuscitado venerada na Catedral de Manila (Filipinas) Domingo de Páscoa de 2021 |
Sobre o Domingo de Páscoa, confira também:
Sobre as demais celebrações da Semana Santa, confira:
A celebração do Domingo de RamosA celebração da Missa da Ceia do Senhor
A Celebração da Paixão do Senhor
A celebração da Vigília Pascal
Referências:
ALDAZÁBAL, José. Instrução
Geral sobre o Missal Romano: Texto e Comentário. São Paulo: Paulinas, 2007.
CERIMONIAL DOS BISPOS. Cerimonial
da Igreja. Tradução portuguesa da edição típica. São Paulo: Paulus, 1988.
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis Sollemnitatis: A preparação e celebração das festas pascais.
Brasília: Edições CNBB, 2018. Coleção: Documentos
da Igreja, n. 38.
MISSAL ROMANO. Tradução
portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 1991.
Para acessar o texto completo da Carta Paschalis Sollemnitatis, clique aqui.
Postagem publicada originalmente em 05 de março de 2012.
Revista e ampliada em 23 de fevereiro de 2022.
Muito bom. Simples, objetivo e fundamentado com indicação de onde ler e pesquisar para aprofundamento. Me ajudará a montar a formação litúrgica da paróquia.
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