Santo Efrém
Hino 2 sobre os ázimos
Bendito
o que foi imolado por nós!
1. Ele é o sábio
que se pôs a ocultar seu saber dentro de si,
e perguntou aos
extraviados: “De quem é filho o Messias?”
Para dar a
conhecer sua divindade, Ele mesmo perguntou a respeito de si.
R: Bendito o que foi imolado por nós!
2. O Cordeiro da
verdade sabia que os sacerdotes estavam contaminados,
os pontífices
eram impuros, e que por isso não lhe eram adequados.
Ele mesmo se fez
Sacerdote, e Sumo Pontífice de seu corpo.
3. Os pontífices
daquele povo mataram ao Sumo Pontífice,
pois nosso
Pontífice se fez sacrifício. Com seu sacrifício,
os sacrifícios
foram abolidos. A todas as partes estendeu seu auxílio.
4. Os
sacerdotes, que valem mais que os animais,
matavam e
ofereciam sacrifícios de animais.
E o sacerdote
era santificado por um cordeiro que não era santo.
5. Não há
cordeiro maior que o Cordeiro do alto.
Visto que os
sacerdotes eram terrenos, e o Cordeiro, celestial,
Ele veio a ser,
de si mesmo, o oferente e a vítima.
6. Pois que
sacerdotes com manchas não eram dignos de oferecer
ao Cordeiro
imaculado, Ele mesmo veio a ser vítima de paz:
Pacificou o céu
e a terra com seu sangue que a tudo pacifica.
7. Partiu o pão
com suas mãos, em um símbolo do sacrifício de seu corpo.
Com suas mãos
mesclou o cálice, em um símbolo do sacrifício de seu sangue.
Sacrificou-se e
se ofereceu a si mesmo, como sacerdote de nossa propiciação.
8. Vestiu-se com
o sacerdócio de Melquisedec, que era sua imagem,
pois não tinha o
ministério dos sacrifícios, mas oferecia pão e vinho.
Rechaçou assim o
sacerdócio levítico, enfastiado de libações.
9. Seus próprios
servos escarneceram ao Rei da casa de Davi.
Ficaram loucos e
lhe tiveram por louco. Ao repelir-lhe, deram a conhecer
que eles eram os
loucos, extraviados, pois escarneceram ao seu Rei.
10. A realeza da
casa de Davi suspirava pelo filho de Davi.
Viu-lhe e
exultou de alegria, e Sião recebeu a boa-nova.
Ela, porém, lhe
viu e se entristeceu, ante a beleza que alegra tudo.
11. O povo judeu
chamou profeta ao Senhor da profecia.
Seu louvor era
um insulto. Porém também lhe tiveram por louco.
Seu louvor era
aparência, porém sua blasfêmia era real.
12. Se houvesse
sido um profeta como os outros profetas,
teria apontado a
outro que fosse maior que Ele.
Ele é o Senhor
dos profetas, e são seus servos os que lhe proclamam.
13. A esperança
veio ao povo judeu; porém o povo judeu cortou a esperança,
e a lançou às
nações gentílicas, e acabou sem esperança.
As nações
correram, vestiram-se dela, da esperança que eles tinham desprezado.
14. A esperança
que os profetas haviam ansiado ver
- quem não se
abismará? -, aqueles selvagens, quando lhe viram,
correram a
escarnecer-lhe, por ter vindo em seus dias.
15. Justamente,
por esta razão, é pelo que veio em seus dias:
para que, se lhe
recebiam, vivessem; e se lhe repeliam, se dessem conta
dos selvagens
que eram, ao ter rejeitado a sua própria luz.
16. Quão difícil
é para o ingrato reconhecer sua ingratidão!
Pois não se dá
conta de sua maldade, até que ele mesmo sofra a ingratidão.
Com uma injúria
igual à sua aprende qual é o sabor de sua maldade.
Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 327-329. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.
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