Como sugestão de leitura para o mês de maio, apresentamos
aqui em nosso blog o livro Liturgia, fonte e ápice da vida e ação da Igreja, publicado pela Comissão Episcopal
para a Liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em 2019.
Como vimos, a obra reúne as reflexões que a Comissão propôs
aos Bispos nas Assembleias Gerais da CNBB de 2013 a 2019, período no qual o Presidente
da Comissão para a Liturgia era Dom Armando Bucciol, Bispo da Diocese de Livramento
de Nossa Senhora (BA).
Portanto, neste mês de junho, gostaríamos de propor
justamente uma obra de Dom Armando
Bucciol, intitulada Liturgia, vida da Igreja e publicada
pelas Edições CNBB em 2020.
Este livro serve como uma excelente introdução à Liturgia,
como indica o próprio Dom Armando na Apresentação: “Este texto pretende
orientar quem começa o estudo da Liturgia. (...) apresento estas ‘anotações’
para ajudar na compreensão da beleza
e grandeza do culto cristão” (p. 11).
A seguir apresentamos brevemente seus 16 capítulos, seguidos de dois apêndices:
1. O que é Liturgia? O que é culto? (pp. 15-19)
Dom Armando começa com a
afirmação que dá nome ao livro: “a Liturgia é vida da Igreja” (p. 15). Nesse
breve capítulo se explicam o sentido das palavras “Liturgia” e “culto”, tanto
no Antigo quanto no Novo Testamento.
2. Anotações de história da Liturgia
(pp. 21-32)
O autor começa a traçar um breve
histórico da Liturgia, que será completado nos apêndices, centrando-se aqui nas
primeiras comunidades cristãs.
3. O Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) (pp. 33-42)
Partindo da definição de Liturgia
apresentada pela Constituição Sacrosanctum
Concilium em seus primeiros parágrafos, destacam-se alguns “temas” da
reforma do Concílio Vaticano II: a Palavra de Deus, a assembleia como sujeito
da celebração e a formação litúrgica.
4. Dimensões da ação litúrgica (pp.
43-47)
Aprofundando a reflexão teológica
da Sacrosanctum Concilium,
destacam-se três aspectos: a centralidade do Mistério Pascal, a Liturgia na
história da salvação e o exercício do sacerdócio de Cristo.
5. A ação celebrativa: Rito, sinal e símbolo (pp. 49-60)
Esse capítulo, assim como os
imediatamente seguintes, inspira-se nas perguntas formuladas pelo Catecismo da Igreja Católica (nn.
1135-1199). Aqui Dom Armando parte do “por que celebramos” e do “como
celebramos”, destacando a importância dos ritos e dos símbolos.
6. Celebrar no próprio corpo (pp.
61-65)
Continuando a reflexão do
capítulo anterior, destacam-se aqui os ritos e símbolos que envolvem o próprio
corpo humano: gestos, posições, atitudes (incluindo o silêncio).
7. Onde a Igreja celebra: O espaço celebrativo (pp. 67-80)
Do “como” passa-se ao “onde”,
através da fundamentação teológica do lugar da celebração, a “casa da Igreja”,
incluindo um percurso pelos elementos do espaço sagrado: altar, ambão, sede
presidencial, lugar da assembleia... O capítulo conclui-se com uma breve
reflexão sobre o sentido das imagens.
8. Celebrar no tempo: Quando a Igreja celebra (pp. 81-94)
Uma vez que espaço e tempo estão diretamente
relacionados, do “onde” passa-se naturalmente ao “quando”. Partindo do
significado cristão do “tempo” e do sentido antropológico e teológico da “festa”,
Dom Armando reflete sobre dois ritmos do tempo na Liturgia: o ritmo semanal, destacando
a centralidade do domingo, e o ritmo anual, com o Ano Litúrgico.
9. Celebrar com a criação (pp.
95-99)
Retomando o tema dos capítulos
5-6, aqui se destacam alguns símbolos litúrgicos ligados à criação: água,
luz/fogo, ar, terra...
10. Celebrar em uma cultura (pp.
101-108)
Novamente inspirado pelo Catecismo (nn. 1200-1209), o Bispo de
Livramento reflete aqui sobre a relação entre Liturgia e cultura, recordando
alguns critérios para a verdadeira inculturação litúrgica.
Vale lembrar que, durante a Assembleia da CNBB de 2018, Dom Armando condenou a chamada “criatividade
selvagem”, completando: “Ninguém na Igreja é dono da Liturgia. Eu não sou dono,
sou servidor”.
11. Celebrar com a Palavra (pp.
109-120)
Retomando a questão do “como
celebramos”, o autor destaca aqui um dos elementos centrais da celebração: a
Palavra de Deus. Após elencar algumas contribuições da Exortação Apostólica Verbum Domini do Papa Bento XVI (2010),
o Bispo dá uma série de “dicas” bastante práticas aos leitores e equipes de Liturgia.
12. Música e canto na Liturgia (pp.
121-131)
A reflexão do capítulo anterior nos
conduz ao tema da música litúrgica, chamada a deixar-se inspirar cada vez mais
pela Palavra de Deus. Partindo dos fundamentos antropológicos e teológicos, o
capítulo recorda alguns critérios para a escolha dos cantos nas celebrações.
Dom Armando faz aqui uma
distinção fundamental: há cantos que acompanham uma ação litúrgica (entrada,
apresentação das oferendas, Comunhão) e há cantos que são a própria ação (Ato
penitencial, Glória, Salmo, Santo, Cordeiro). Deve-se “cantar a Liturgia” e não “cantar na Liturgia”.
Assim, para os cantos que são um
rito, a equipe deve ater-se aos próprios textos litúrgicos, enquanto os cantos
que acompanham um rito devem estar em sintonia com o mistério celebrado, à luz
do Ano Litúrgico.
13. Celebrar com os ministros (pp.
133-137)
Na reflexão sobre as “perguntas”
do Catecismo, faltou aprofundar a
questão de “quem celebra”. Assim, após recordar a importância da assembleia (cf. cap. 3) e da participação ativa,
consciente e piedosa, elencam-se aqui os diversos ministérios litúrgicos.
14. Liturgia das Horas (pp. 139-151)
No capítulo 8, sobre o tempo na
Liturgia, considerou-se o ritmo semanal e o ritmo anual. Faltava, pois, o ritmo
diário, marcado pela Liturgia das Horas. Dom Armando apresenta os diversos
momentos de oração, destacando a oração da manhã (Laudes) e a oração da tarde
(Vésperas), e aprofunda seu principal elemento: os salmos.
15. Liturgia e experiência de Deus (pp. 153-162)
Neste interessante capítulo, o
autor reflete sobre a espiritualidade litúrgica a partir de quatro questionamentos
fundamentais:
Quem faz a experiência de Deus na
Liturgia?
Qual experiência de Deus fazem as
pessoas na Liturgia?
De qual Deus o ser humano faz experiência
na Liturgia?
Qual Liturgia é lugar para a experiência
de Deus?
16. A religiosidade/piedade popular (pp. 163-169)
Por fim, cabe aqui um capítulo
sobre a religiosidade e a piedade popular, vistas sobretudo à luz de alguns
documentos da Igreja - como a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi do Papa Paulo VI (1975) e o Documento de Aparecida (2007) -,
considerando-se também os seus desafios.
Apêndice 1:
17. A Liturgia judaica (pp. 171-191)
Como 1º apêndice (o qual aparece
também como cap. 17), retoma-se o tema da Liturgia judaica, mencionada
brevemente nos capítulos 1-2. Essas páginas seguem basicamente o esquema da
obra Liturgia Judaica: Fontes, estrutura, orações e festas, de autoria de Carmine Di Sante.
Apêndice 2:
18. Desenvolvimento histórico da Liturgia (pp. 193-205)
Completando o percurso do
capítulo 2, o apêndice 2 (cap. 18) prossegue com a história da Liturgia: a
formação das Liturgias orientais e ocidentais; de Gregório Magno a Gregório
VII; deste ao Concílio de Trento; e de Trento ao Vaticano II.
Para saber mais, confira nossa postagem sobre a obra História da Liturgia através das épocas culturais de Burkhard Neunheuser.
Por fim, apresentam-se algumas Indicações bibliográficas (pp. 207-209),
além daquelas já citadas em cada capítulo.
Sobre o autor:
Dom Armando Bucciol nasceu em Motta
di Livenza (Itália) no dia 03 de julho de 1946. Foi ordenado sacerdote no dia
12 de setembro de 1971, incardinado na Diocese de Vittorio Veneto.
Obteve o Doutorado em Liturgia
Pastoral pelo Instituto de Liturgia Pastoral “Santa Giustina” de Pádua. Em 1991
veio para o Brasil como missionário, exercendo seu ministério na Diocese de
Caetité (BA).
Em janeiro de 2004 foi nomeado Bispo da Diocese de
Livramento de Nossa Senhora (BA), recebendo a Ordenação Episcopal no dia 17 de
abril do mesmo ano.
Foi o Presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB por
dois mandatos (2011-2014 e 2015-2018).
Para adquirir o livro no site das
Edições CNBB, clique aqui.
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