terça-feira, 20 de agosto de 2019

Ângelus: Solenidade da Assunção de Maria 2019

Solenidade da Assunção da Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
No Evangelho de hoje, Solenidade da Assunção de Maria Santíssima, a Virgem Santa reza assim: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito alegra-se em Deus, meu Salvador» (Lc 1,46-47). Vejamos os verbos desta oração: glorifica alegra-se. Dois verbos: “glorifica” “alegra-se”. Alegramo-nos quando acontece algo tão bonito que não é suficiente rejubilar-nos dentro, na alma, mas queremos expressar a felicidade com todo o corpo: então alegramo-nos. Maria alegra-se por causa de Deus. Quem sabe se também nós nos alegramos pelo Senhor: alegramo-nos por um resultado alcançado, por uma boa notícia, mas hoje Maria ensina-nos a exultar em Deus. Por quê? Porque Ele - Deus - faz «maravilhas» (v. 49).

As maravilhas são evocadas pelo outro verbo: glorificar. «A minha alma glorifica». Glorificar. Com efeito, glorificar significa exaltar uma realidade pela sua grandeza, pela sua beleza... Maria exalta a grandeza do Senhor, louva-o dizendo que Ele é verdadeiramente grande. Na vida é importante procurar grandes coisas, caso contrário perdemo-nos atrás de tantas pequenas coisas. Maria mostra-nos que, se quisermos que a nossa vida seja feliz, temos que colocar Deus em primeiro lugar, porque só Ele é grande. Quantas vezes, ao contrário, vivemos no encalço de coisas de pouca importância: preconceitos, rancores, rivalidades, invejas, ilusões, bens materiais supérfluos... Como sabemos, há muita mesquinhez na vida! Hoje Maria convida-nos a elevar o olhar para as «maravilhas» que o Senhor realizou nela. Também em nós, em cada um de nós, o Senhor realiza muitas maravilhas. Devemos reconhecê-las e alegrar-nos, glorificar a Deus por estas grandes coisas.

São as «maravilhas» que celebramos hoje. Maria é assumida no céu: pequena e humilde, é a primeira que recebe a glória mais excelsa. Ela, que é uma criatura humana, uma de nós, alcança a eternidade de alma e corpo. E ali espera por nós, tal como uma mãe aguarda que os filhos voltem para casa. Com efeito, o povo de Deus invoca-a como a «porta do Céu». Estamos a caminho, peregrinos rumo à casa celestial. Hoje olhamos para Maria e vemos a meta. Vemos que uma criatura foi assumida na glória de Jesus Cristo ressuscitado, e que a criatura só podia ser Ela, a Mãe do Redentor. Vemos que no Paraíso, juntamente com Cristo, o Novo Adão, está também Ela, Maria, a nova Eva, e isto dá-nos conforto e esperança na nossa peregrinação terrena.

A festividade da Assunção de Maria é uma exortação a todos nós, especialmente àqueles que estão aflitos por dúvidas e tristezas, e vivem cabisbaixos, não conseguem erguer os olhos. Olhemos para cima, o céu está aberto; não incute medo, já não está distante, porque no limiar do céu há uma mãe à nossa espera, é a nossa mãe. Ela ama-nos, sorri para nós e socorre-nos com esmero. Como todas as mães, Ela quer o melhor para os seus filhos e diz-nos: «Vós sois preciosos aos olhos de Deus; não sois feitos para as pequenas satisfações do mundo, mas para as grandes alegrias do céu». Sim, porque Deus é alegria, não tédio. Deus é alegria! Deixemo-nos levar pela mão de Nossa Senhora. Cada vez que pegamos no Rosário e rezamos a Ela, damos um passo em frente rumo à grande meta da vida.

Deixemo-nos atrair pela verdadeira beleza, não nos deixemos absorver pelas pequenas coisas da vida, mas escolhamos a grandeza do céu. A Santíssima Virgem, Porta do Céu, nos ajude a olhar com confiança e alegria todos os dias para lá, onde se encontra a nossa verdadeira casa, onde Ela, como mãe, está à nossa espera.

Assunção de Maria (Bartolomé Esteban Murillo)

Fonte: Santa Sé.

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