A “Sabedoria divina” e o “Filho do homem” foram os temas das Catequeses nn. 10-11 do Papa São João Paulo II sobre Jesus Cristo.
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Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO
10. Jesus Cristo e a Sabedoria divina
João Paulo II - 22 de abril de 1987
1. No Antigo Testamento desenvolveu-se
e floresceu uma rica tradição de doutrina sapiencial. No plano humano, esta manifesta
a sede do homem por coordenar os dados das suas experiências e do seu conhecimento
para orientar a sua vida da maneira mais frutífera e sábio. Deste ponto de vista,
Israel não se afasta das formas sapienciais presentes em outras culturas da antiguidade,
e elabora sua sabedoria de vida, que abarca os vários setores da existência:
individual, familiar, social, político.
Esta busca sapiencial, porém, nunca
foi desvinculada da fé no Senhor, Deus do êxodo. Isso se deve à convicção, sempre
presente na história do povo eleito, de que só em Deus reside a sabedoria perfeita.
Por isso o “temor do Senhor”, isto é, a orientação religiosa e vital a Ele, foi
considerado o “princípio”, o “fundamento”, a “escola” da verdadeira sabedoria (Pr 1,7;
9,10; 15,33).
Cristo Pantocrator, imagem da Sabedoria Divina (Igreja da Theotokos Pammakaristos, Constantinopla) |
2. Sob a influência da tradição
litúrgica e profética, o tema da sabedoria é enriquecido por um singular aprofundamento,
que chega a permear toda a Revelação. Depois do exílio, com efeito, se compreende
sempre mais claramente que a sabedoria humana é um reflexo da sabedoria divina,
que Deus “derramou sobre todas as suas obras e sobre cada ser humano, segundo a
sua bondade” (Eclo 1,10). O momento mais alto dessa doação da sabedoria
ocorre com a revelação ao povo eleito, ao qual o Senhor dá a conhecer sua palavra
(Dt 30,14). Mais ainda, a sabedoria divina, conhecida na forma mais
plena à qual o homem é capaz, é a própria Revelação, a “Torah”, “o livro
da aliança do Altíssimo” (Eclo 24,32).
3. A sabedoria divina aparece, neste
contexto, como o desígnio misterioso de Deus que está na origem da criação e da
salvação. Ela é a luz que ilumina tudo, a palavra que revela, a força do amor
que une Deus à sua criação e ao seu povo. A sabedoria divina não é considerada
uma doutrina abstrata, mas uma pessoa que provém de Deus: está junto a Ele
“desde o princípio”, é seu “encanto” no momento da criação do mundo e do homem,
durante a qual “se alegra” diante d’Ele (Pr 8,22-31).
O texto do Sirácida [Eclesiástico]
retoma este motivo e o desenvolve, delineando a sabedoria divina que encontra o
seu lugar de “repouso” em Israel e se estabelece em Sião (Eclo 24,3-13),
indicando assim que a fé do povo eleito constitui o caminho mais sublime para
entrar em comunhão com o pensamento e o desígnio de Deus. Último fruto veterotestamentário
deste aprofundamento é o Livro da Sabedoria, redigido pouco antes do nascimento
de Jesus. Nele a sabedoria divina é definida como “sopro do poder de Deus... reflexo
da luz eterna, espelho sem mancha do poder de Deus e imagem de sua bondade” (Sb 7,25-26),
fonte da amizade divina e da própria profecia.
4. Neste nível de símbolo
personalizado do desígnio divino, a Sabedoria é uma figura através da qual se vislumbra
a intimidade da comunhão com Deus e a exigência de uma resposta pessoal de
amor. A Sabedoria aparece, portanto, como a esposa (Pr 4,6-9), a
companheira da vida (Pr 6,22; 7,4). Com as motivações profundas do
amor, ela convida o homem à comunhão consigo e, portanto, à comunhão com o Deus
vivo. Esta comunhão é descrita com a imagem litúrgica do banquete: “Vinde comer
do meu pão e beber do vinho que preparei para vós” (Pr 9,5): uma imagem
que a literatura apocalíptica retomará para indicar a comunhão eterna com Deus,
quando Ele mesmo eliminar a morte para sempre (Is 25,6-7).
5. À luz desta tradição sapiencial
podemos compreender melhor o mistério de Jesus Messias. Já um texto profético do
Livro de Isaías fala do espírito do Senhor que pousará sobre o Rei-Messias
e caracteriza esse espírito antes de tudo como “espírito de sabedoria e inteligência”
e logo como “espírito de conhecimento e temor do Senhor” (Is 11,2).
No Novo Testamento são vários os
textos que apresentam Jesus cheio da sabedoria divina. O “Evangelho da infância”
segundo São Lucas insinua o rico significado da presença de Jesus entre os doutores
do templo, onde “todos os que ouviam o menino ficavam extasiados com sua inteligência”
(Lc 2,47), e resume a vida oculta em Nazaré com as conhecidas palavras:
“Jesus ia crescendo em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52).
Durante os anos do ministério de Jesus,
seu ensinamento suscitava surpresa e admiração: “Muitos ficavam admirados ao
ouvi-o e diziam: ‘De onde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada?’”
(Mc 6,2).
Esta sabedoria, que procedia de Deus,
conferia a Jesus um particular prestígio: “Com efeito, Ele ensinava como quem tem
autoridade, e não como os seus escribas” (Mt 7,29); por isso Ele se
apresenta como “quem é mais do que Salomão” (Mt 12,42). Sendo Salomão
a figura ideal daquele que recebeu a sabedoria divina, segue-se que nessas palavras
Jesus aparece explicitamente como a verdadeira Sabedoria revelada aos homens.
6. Esta identificação de Jesus com
a Sabedoria é afirmada com singular profundidade pelo Apóstolo Paulo. Cristo, ele
escreve, “se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação
e redenção” (1Cor 1,30). Mais ainda, Jesus é a sabedoria que “desde
a eternidade, Deus destinou para nossa glória” (1Cor 2,7). A “Sabedoria
de Deus” é identificada com o Senhor da glória que foi crucificado. Na Cruz e na
Ressurreição de Jesus, pois, revela-se em todo o seu esplendor o desígnio
misericordioso de Deus, que ama e perdoa o homem até o ponto de convertê-lo em nova
criatura. A Sagrada Escritura fala também de outra sabedoria, que não vem de Deus,
a “sabedoria deste mundo”, a orientação do homem que recusa abrir-se ao mistério
de Deus, que pretende ser o artífice da própria salvação. Aos seus olhos a cruz
parece uma loucura ou uma fraqueza; mas quem tem fé em Jesus, Messias e Senhor,
experimenta com o Apóstolo que “o que é loucura de Deus é mais sábio que os homens,
e o que é fraqueza de Deus é mais forte que os homens” (1Cor 1,25).
7. O Cristo é contemplado sempre
mais profundamente como a verdadeira “Sabedoria de Deus”. Assim Ele é
proclamado, com clara referência à linguagem dos livros sapienciais, “imagem do
Deus invisível”, “primogênito de toda a criação”, Aquele por meio de quem foram
criadas todas as cosas e em quem elas subsistem (cf. Cl 1,15-17);
Ele, enquanto Filho de Deus, é “resplendor da glória do Pai, a expressão do seu
ser. Ele sustenta todas as coisas com a sua palavra poderosa” (Hb 1,3).
A fé em Jesus, Sabedoria de Deus,
conduz a um “conhecimento pleno” da vontade divina, “com toda a sabedoria e discernimento
espiritual”, e torna possível levar uma vida “digna do Senhor, agradando-lhe em
tudo, frutificando de toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1,9-10).
8. O evangelista João, por sua
vez, referindo-se à Sabedoria descrita na sua intimidade com Deus, fala do
Verbo que estava no princípio junto a Deus e confessa que “o Verbo era Deus” (Jo 1,1).
A Sabedoria, que o Antigo Testamento havia chegado a equiparar à Palavra de Deus,
é identificada agora com Jesus, o Verbo que “se fez carne e veio morar entre nós”
(Jo 1,14). Como a Sabedoria, também Jesus, Verbo de Deus, convida ao
banquete da sua Palavra e do seu Corpo, porque Ele é “o pão da vida” (Jo 6,48),
dá a água viva do Espírito (Jo 4,10; 7,37-39), tem “palavras de
vida eterna” (Jo 6,68). Em todo isto Jesus é verdadeiramente “mais
que Salomão”, porque não só cumpre de forma plena a missão da Sabedoria de
manifestar e comunicar o caminho, a verdade e a vida, mas Ele mesmo é “o caminho,
a verdade e a vida” (Jo 14,6), é a revelação suprema de Deus no
mistério da sua paternidade (Jo 1,18; 17,6).
9. Esta fé em Jesus, revelador do
Pai, constitui o aspecto mais sublime e consolador da boa nova. Este é
precisamente o testemunho que nos chega das primeiras comunidades cristãs, nas quais
continuava ressoando o hino de louvor que Jesus havia elevado ao Pai, bendizendo-o
porque, em sua benevolência, havia revelado “estas cosas” aos pequeninos (cf.
Mt 11,25).
A Igreja cresceu ao longo dos séculos
com esta fé: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão
o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27). Em
definitiva, revelando-nos o Filho mediante o Espírito, Deus nos manifesta o seu
desígnio, a sua sabedoria, a riqueza da sua graça, que Ele “derramou profusamente
em nós, abrindo-nos para toda a sabedoria e inteligência” (Ef 1,8).
11. Jesus Cristo, Filho do homem
João Paulo II - 29 de abril de 1987
1. Jesus Cristo, Filho do homem
e Filho de Deus: este é o tema culminante das nossas Catequeses sobre a
identidade do Messias. É a verdade fundamental da Revelação cristã e da fé: a
humanidade e a divindade de Cristo, sobre as quais refletiremos adiante de modo
mais completo. Por ora urge completar a análise dos títulos messiânicos,
presentes de alguma forma já no Antigo Testamento, e ver em que sentido Jesus
os atribui a Si.
Em relação ao título “Filho
do homem”, é significativo que Jesus o tenha usado com frequência ao falar
de Si mesmo, enquanto são os outros que o chamam “Filho de Deus”, como veremos na
próxima Catequese. Ele, ao contrário, se autodefine “Filho do homem”, enquanto ninguém
mais o chamava assim, se excetuamos o diácono Estêvão antes de ser apedrejado (At 7,56)
e o autor do Apocalipse em dois textos (Ap 1,13; 14,14).
2. O título “Filho do homem” procede
do Antigo Testamento, do Livro do profeta Daniel. Eis o
texto que descreve uma visão noturna do profeta: “Eu olhava, na visão noturna:
com as nuvens do céu vinha alguém como um filho de homem, que chegou até
perto do Ancião de dias, sendo conduzido à sua presença. Foi-lhe dado o poder, a
honra e o reino, e todos os povos, tribos e línguas o serviram. Seu poder
é um poder eterno, que não lhe será tirado, e seu reino jamais será
destruído!” (Dn 7,13-14).
Quando o profeta pede a explicação
desta visão, recebe a seguinte resposta: “Os que vão receber o reino são os
santos do Deus Altíssimo. Quando tomarem posse do reino, será para sempre e
pelos séculos dos séculos... O reino, o poder e a grandeza dos reinos que
existem debaixo do céu serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo” (Dn 7,18.27).
O texto de Daniel diz respeito a uma persona individual e a um povo. Notamos
de imediato que o que se refere à pessoa do Filho do homem é retomado nas palavras
do anjo na anunciação a Maria: “Reinará para sempre... e o seu reino não terá fim”
(Lc 1,33).
3. Quando Jesus chama a si mesmo “Filho
do homem” usa uma expressão proveniente da tradição canônica do Antigo
Testamento, presente também nos apócrifos judaicos. Convém notar, porém,
que a expressão “Filho do homem” (ben-adam) havia se tornado, no aramaico
dos tempos de Jesus, uma expressão que indicava simplesmente “homem” (bar-enas).
Jesus, portanto, chamando a si mesmo “Filho do homem”, conseguiu como que
esconder atrás do véu do significado comum o significado messiânico
que a palavra possuía no ensinamento profético. Não é por acaso que, embora as afirmações
sobre o “Filho do homem” apareçam especialmente no contexto da vida terrena e da
Paixão de Cristo, não faltem também em relação à sua elevação escatológica.
4. No contexto da vida terrena
de Jesus de Nazaré encontramos textos como: “As raposas têm tocas e os
pássaros do céu aves têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde
reclinar a cabeça” (Mt 8,20); ou então: “Veio o Filho do homem,
que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de
pecadores’” (Mt 11,19). Outras vezes a palavra de Jesus assume um
valor mais fortemente indicativo do seu poder, como quando afirma: “O Filho
do homem é senhor também do sábado” (Mc 2,28). Por ocasião da
cura do paralítico baixado através de uma abertura feita no teto, Ele afirma em
tom quase de desafio: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na
terra autoridade para perdoar pecados - dirigiu-se ao paralítico: Eu te
digo: levanta-te, pega tua maca e vai para tua casa” (Mc 2,10-11).
Em outro lugar Jesus declara: “De fato, como Jonas foi um sinal para os
ninivitas, assim também será o Filho do homem para esta geração” (Lc 11,30).
Em outra ocasião se trata de uma visão envolvida em mistério: “Dias virão em
que desejareis ver um só dos dias do Filho do homem, mas não o vereis”
(Lc 17,22).
5. Alguns teólogos destacam um interessante
paralelismo entre a profecia de Ezequiel e as afirmações de Jesus. Escreve
o profeta: “(Deus) disse: ‘Filho do homem, Eu te envio aos filhos
de Israel, à gente rebelde que se revoltou contra mim... Tu lhes dirás: Assim
diz o Senhor Deus...’” (Ez 2,3-4) “Filho do homem, estás morando
numa casa rebelde. Eles têm olhos para ver e não veem, ouvidos para ouvir e
não ouvem...” (Ez 12,2). “Tu, Filho do homem... Fixando o olhar em
Jerusalém... profetizarás contra ela” (cf. Ez 4,1.7). “Filho
do homem, propõe um enigma e conta uma parábola para a casa de Israel” (Ez 17,2).
Fazendo eco às palavras do profeta,
Jesus ensina: “O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10).
“Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar
sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45; cf. também Mt 20,29).
O Filho do homem “quando vier na glória do Pai”, se envergonhará de quem se envergonhe
d’Ele e de suas palavras diante dos homens (cf. Mc 8,38).
6. A identidade do Filho do homem se
apresenta no duplo aspecto de representante de Deus, anunciador do
reino de Deus, profeta que chama à conversão e, ao mesmo tempo, de “representante” dos
homens, dos quais compartilha sua condição terrena e seus sofrimentos para redimi-los
e salvá-los segundo o desígnio do Pai. Como Ele mesmo diz no diálogo com
Nicodemos: “Como Moisés elevou a serpente no deserto, assim também é necessário
que o Filho do homem seja elevado, a fim de que todo o que n’Ele crer tenha
a vida eterna” (Jo 3,14-15).
É um claro anúncio da Paixão, que Jesus
repete: “E começou a ensinar que o Filho do homem deveria sofrer muito, ser
rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e,
ao terceiro dia, ressuscitar” (Mc 8,31). Encontramos três vezes
esse anúncio no Evangelho de Marcos (cf. Mc 9,31;
10,33-34) e em todas elas Jesus fala de Si mesmo como “Filho do homem”.
7. Com o mesmo apelativo Jesus se
autodefine diante do tribunal de Caifás, quando à pergunta: “És
tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?”, responde: “Eu sou. E vereis
o Filho do homem sentado à direita do Poderoso, vindo com as nuvens do céu”
(Mc 14,62). Nestas poucas palavras ressoa o eco da profecia
de Daniel sobre o Filho do homem que vem sobre as nuvens do céu (cf.
Dn 7,13) e do Salmo 109, que contempla o Senhor
sentado à direita de Deus (cf. Sl 109,1).
8. Repetidas vezes Jesus fala da
elevação do “Filho do homem”, mas não esconde aos seus ouvintes que esta inclui
a humilhação da cruz. Às objeções e à incredulidade da multidão e dos
discípulos, que compreendiam bem o caráter trágico das suas alusões e que, no
entanto, lhe perguntavam: “Como podes dizer que o Filho do homem precisa ser elevado?
Quem é esse Filho do homem?” (Jo 12,34), Jesus afirma: “Quando tiverdes
levantado o Filho do homem, então sabereis que Eu sou, e que nada
faço por mim mesmo, mas falo conforme o Pai me ensinou” (Jo 8,28). Jesus afirma que a sua “elevação” mediante a cruz constituirá
sua glorificação. Pouco depois acrescentará: “Chegou a hora em que o Filho
do homem sevai ser glorificado” (Jo 12,23). É significativo que à
partida de Judas do Cenáculo, Jesus diga: “Agora foi glorificado o Filho do homem,
e Deus foi glorificado n’Ele” (Jo 13,31).
9. Este é o conteúdo de vida, de paixão,
de morte e de glória do qual o profeta Daniel havia oferecido um pálido esboço.
Jesus não hesita em aplicar a Si também o caráter de reino eterno, sem fim, que
Daniel havia atribuído à obra do Filho do homem quando, na profecia sobre
o fim do mundo, proclama: “Então verão o Filho do homem vindo
nas nuvens com grande poder e glória” (Mc 13,26; cf. Mt 24,30).
Nesta perspectiva escatológica deve realizar-se a obra de evangelização da
Igreja. Ele adverte: “Não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que
venha o Filho do homem” (Mt 10,23). E se pergunta: “O Filho do homem,
porém, quando vier, encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18,8).
10. Se como “Filho do homem” Jesus
realizou com a sua vida, Paixão, Morte e Ressurreição o plano messiânico
delineado no Antigo Testamento, ao mesmo tempo Ele assume com esse mesmo
nome o seu lugar entre os homens como homem verdadeiro, como filho de uma
mulher, Maria de Nazaré. Por meio desta mulher, sua Mãe, Ele, o “Filho
de Deus”, é ao mesmo tempo “Filho do homem”, homem verdadeiro, como atesta
a Carta aos Hebreus: “Tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós
em tudo, exceto no pecado” (cf. Hb 4,15; Gaudium et spes,
n. 22).
“Ecce Homo”: “Eis o Homem” (Murillo) |
Tradução nossa a partir do texto
italiano divulgado no site da Santa Sé (22 de abril e 29 de abril de 1987).
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