“Estai sempre prontos
a dar razão da vossa esperança” (1Pd 3,15).
No ano de 2025, além do Jubileu Ordinário, celebraremos o XVII
Centenário do 1º Concílio de Niceia, o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja,
que teve lugar de 20 de maio a 19 de junho de 325 na cidade de Niceia (na atual
Turquia).
O Concílio formulou o célebre Credo de Niceia, completado pelo 1º Concílio de Constantinopla (381) com a reflexão sobre o
Espírito Santo, uma vez que o Concílio de Niceia se centrou na relação entre o
Pai e o Filho.
Deus Pai em glória (Basílica de Santo Estêvão, Budapeste, Hungria) |
A síntese da fé dos dois Concílios, portanto, é conhecida como
Símbolo Niceno-Constantinopolitano:
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da
terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de
Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por
ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação,
desceu dos céus: e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e
se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi
sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos
céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do
Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou
pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um
só Batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a
vida do mundo que há de vir. Amém [1].
O Concílio de Niceia é chamado “Ecumênico” (do grego οἰκουμένη, “o habitado”, no sentido de “o mundo todo”) porque participaram Bispos do Oriente e do Ocidente e porque suas decisões foram acolhidas tanto pela Igreja Católica quanto pelas Igrejas Ortodoxas Bizantinas e Ortodoxas Orientais, além das comunidades protestantes mais tradicionais (anglicanos, luteranos, etc.).
O XVII Centenário de Niceia será, pois, uma grande celebração ecumênica, sobretudo considerando os passos dados durante e após Concílio Vaticano II (1962-1965).
Assim, preparando-nos para tão grande celebração, publicaremos aqui em nosso blog o ciclo de Catequeses do Papa São João Paulo II sobre o Creio, assim como fizemos com suas Catequeses sobre os salmos e cânticos da Liturgia das Horas (2001-2005).
I Concílio de Niceia (Cesare Nebbia) |
As Catequeses sobre o Creio foram proferidas pelo Papa polonês por cerca de treze anos, de dezembro de 1984 a novembro de 1997, após as Catequeses sobre a “Teologia do Corpo” (1979-1984) e antes das Catequeses em vista do Grande Jubileu do ano 2000 (1997-2001), que retomaram alguns dos temas sobre a fé, ainda que de maneira menos sistemática.
O ciclo de Catequese sobre o Creio está dividido em cinco partes, precedidas por uma Introdução:
Introdução: 1984-1985 (20 catequeses);
1. Creio em Deus Pai: 1985-1986 (59 catequeses);
2. Creio em Jesus Cristo: 1987-1989 (85 catequeses);
3. Creio no Espírito Santo: 1989-1991 (82 catequeses);
4. A Santa Igreja Católica: 1991-1995 (137 catequeses);
5. A Virgem Maria: 1995-1997 (70 catequeses).
Vale recordar que a maior parte dessas Catequeses é anterior
à publicação do Catecismo da Igreja Católica em outubro de 1992, o qual completa 30 anos neste ano de 2022 -
ocasião mais do que oportuna para redescobrir a riqueza do seu conteúdo [2].
Ao longo deste ano de 2022 publicaremos as 20 Catequeses introdutórias (05 de dezembro de 1984 a 26 de junho de 1985) e as 59 Catequeses sobre Deus Pai (03 de julho de 1985 a 17 de dezembro de 1986), concluindo no
início de 2023.
Em cada postagem, sempre às quintas-feiras, publicaremos uma ou
duas Catequeses.
Padres do I Concílio de Niceia com o texto do Creio |
INTRODUÇÃO GERAL (1984-1985)
O QUE É A CATEQUESE? (nn. 1-6)
1. O anúncio do Evangelho (05 de dezembro de 1984)
2. A escuta da Palavra de Deus (12 de dezembro de 1984)
3. A preparação catequética à vida sacramental (19 de dezembro de 1984)
4. Transmitir o dom integral da fé (09 de janeiro de 1985)
5.
Características do ensino catequético (16 de janeiro de 1985)
6. O ensino da doutrina cristã (06 de março de 1985)
O QUE É A FÉ?
I. Origem da fé: Resposta à iniciativa de
Deus (n. 7-12)
7. O que quer dizer crer? (13 de março de 1985)
8. O conhecimento racional de Deus (20 de março de 1985)
9. Deus que se revela, fonte da fé do cristão (27 de março de 1985)
10. Jesus Cristo, cumprimento definitivo da Revelação (03 de abril de 1985)
11. A fé, resposta consciente do homem à autorrevelação de Deus (10 de abril de 1985)
12. A fé, resposta livre do homem à autorrevelação de Deus (17 de abril de 1985)
II. A transmissão da
fé cristã (nn. 13-20)
13. A transmissão da Revelação divina (24 de abril de 1985)
14. A inspiração da Escritura e sua interpretação (01 de maio de 1985)
15. O Antigo Testamento (08 de maio de 1985)
16. O Novo Testamento (22 de maio de 1985)
17. Fé cristã e religiões não cristãs (05 de junho de 1985)
18. O problema da incredulidade e do ateísmo (12 de junho de 1985)
19. A fé enraizada na Palavra de Deus (19 de junho de 1985)
20. A fé e o empenho pela unidade dos cristãos (26 de junho de 1985)
Ícone representando os doze artigos do Creio |
1. CREIO EM DEUS PAI (1985-1986)
QUEM É DEUS?
I. A existência de
Deus (nn. 1-3)
1. A justa atitude diante de Deus (03 de julho de 1985)
2. As provas da existência de Deus (10 de julho de 1985)
3. Os homens da ciência e Deus (17 de julho de 1985)
II. Deus Pai
todo-poderoso (nn. 4-12)
4. O Deus da nossa fé (24 de julho de 1985)
5. Aquele que é (31 de julho de 1985)
6. Deus de infinita majestade (07 de agosto de 1985)
7. O Deus “escondido” (28 de agosto de 1985)
8. Deus, eternidade que tudo compreende (04 de setembro de 1985)
9. Deus, Espírito infinitamente perfeito (11 de setembro de 1985)
10. Deus, Pai todo-poderoso (18 de setembro de 1985)
11. O Deus da Aliança (25 de setembro de 1985)
12. Deus é amor (02 de outubro de 1985)
III. A Santíssima
Trindade (nn. 13-23)
13. O Deus único é a Inefável e Santíssima Trindade (09 de outubro de 1985)
14. O Pai (16 de outubro de 1985)
15. O mistério da paternidade divina (23 de outubro de 1985)
16. O Filho (30 de outubro de 1985)
17. O Filho, Deus-Verbo (06 de novembro de 1985)
18. O Espírito Santo (13 de novembro de 1985)
19. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho (20 de novembro de 1985)
20. Unidade e distinção da eterna comunhão (27 de novembro de 1985)
21. Três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro (04 de dezembro de 1985)
22. Deus três vezes santo (11 de dezembro de 1985)
23. A santidade de Deus (18 de dezembro de 1985)
DEUS CRIADOR E
PROVIDENTE
I. A criação do mundo
e do homem (nn. 24-32)
24. O mistério da criação (08 de janeiro de 1986)
25. Creio em Deus Criador do céu e da terra (15 de janeiro de 1986)
26. A criação é o chamado do mundo e do homem do nada à existência (29 de janeiro de 1986)
27. A criação é obra da Trindade (05 de março de 1986)
28. A criação é revelação da glória de Deus (12 de março de 1986)
29. A criação e a legítima autonomia das coisas criadas (02 de abril de 1986)
30. O homem, criado à imagem de Deus (09 de abril de 1986)
31. O homem, imagem de Deus, ser espiritual e corporal (16 de abril de 1986)
32. O homem, imagem de Deus, sujeito de conhecimento e de liberdade (23 de abril de 1986)
II. A Divina Providência (nn. 33-41)
33. A Divina Providência (30 de abril de 1986)
34. A Divina Providência, afirmação bíblica ligada à obra da criação (07 de maio de 1986)
35. A Divina Providência, Sabedoria transcendente que ama (14 de maio de 1986)
36. A Divina Providência e a liberdade do homem (21 de maio de 1986)
37. A Divina Providência e o destino do homem (28 de maio de 1986)
38. A Divina Providência e a presença do mal e do sofrimento no mundo (04 de junho de 1986)
39. A Divina Providência supera o mal em Jesus Redentor (11 de junho de 1986)
40. A Divina Providência e a condição histórica do homem (18 de junho de 1986)
41. A Divina Providência e o crescimento do Reino de Deus (25 de junho de 1986)
III. Os anjos e os
demônios (nn. 42-47)
42. “Criador das coisas visíveis e invisíveis” (09 de julho de 1986)
43. Criador dos anjos, seres livres (23 de julho de 1986)
44. “Criador das coisas invisíveis”: Os anjos (30 de julho de 1986)
45. A participação dos anjos na história da salvação (06 de agosto de 1986)
46. A queda dos anjos rebeldes (13 de agosto de 1986)
47. A vitória de Cristo sobre o espírito do mal (20 de agosto de 1986)
IV. A queda do homem
e o pecado (nn. 48-59)
48. O mal no homem e no mundo e o plano divino de salvação (27 de agosto de 1986)
49. O pecado do homem e o estado de justiça original (03 de setembro de 1986)
50. O primeiro pecado na história do homem (10 de setembro de 1986)
51. A universalidade do pecado na história do homem (17 de setembro de 1986)
52. O ensinamento da Igreja sobre o pecado original (24 de setembro de 1986)
53. As consequências do pecado na humanidade (01 de outubro de 1986)
54. Estado do homem caído (08 de outubro de 1986)
55. Pecado: ruptura da Aliança com Deus (29 de outubro de 1986)
56. O pecado do homem e o “pecado do mundo” (05 de novembro de 1986)
57. O pecado como alienação do homem (12 de novembro de 1986)
58. O homem implicado na luta contra as forças das trevas (10 de dezembro de 1986)
59. O protoevangelho da salvação (17 de dezembro de 1986)
O Catecismo, síntese da fé da Igreja: professada, celebrada, vivida, rezada |
No site da Santa Sé as Catequeses estão disponíveis no original italiano e em espanhol: a partir dessas duas línguas propomos uma tradução livre nossa.
As citações dos textos bíblicos e do Concílio Vaticano II, por sua vez, serão tomadas das edições publicadas pela CNBB: a Bíblia Sagrada: Tradução oficial da CNBB (2018) e Concílio Ecumênico Vaticano II: Documentos (2018).
“A pregação dos Apóstolos e os ensinamentos dos Padres firmaram uma só fé na Igreja, revestida do manto da verdade”
Trecho do Kondákion do Domingo dos Santos Padres do I Concílio de Niceia - Rito Bizantino[3].
Notas:
[1] MISSAL ROMANO, Tradução
portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 1991, pp.
400-401.
Além do Símbolo Niceno-Constantinopolitano, recitamos nos domingos e solenidades também o “Símbolo dos Apóstolos” (“Creio em Deus...”), uma versão mais breve, foi formulado em Roma em meados do século III no contexto da celebração do Batismo.
Para acessar nossa postagem sobre a relação entre os doze Apóstolos e os doze artigos do Creio, clique aqui.
[2] Como vimos em nossas postagens sobre a Liturgia no Diretório para a Catequese (2020), o Catecismo da Igreja Católica se divide
em quatro partes: a profissão da fé (o Creio), a celebração do mistério cristão
(Liturgia e sacramentos), a vida em Cristo (os mandamentos) e a oração cristã (particularmente
o Pai-nosso).
[3] SPERANDIO, João Manoel; TAMANINI, Paulo Augusto [org.]. Liturgikon: Próprio das Festas no Rito
Bizantino. Teresina: Editora da Universidade Federal do Piauí, 2015, p. 153.
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