quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Ângelus: Solenidade da Assunção de Maria 2023

Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Terça-feira, 15 de agosto de 2023

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, Solenidade da Assunção da Virgem Maria, contemplamo-la a subir em corpo e alma à glória do Céu. Também o Evangelho de hoje apresenta-a enquanto sobe, desta vez rumo a uma «região montanhosa» (Lc 1,39). E por que sobe? Para ajudar a sua prima Isabel, e lá proclama o cântico jubiloso do Magnificat. Maria sobe e a Palavra de Deus revela-nos o que a caracteriza na sua subida: o serviço ao próximo e o louvor a Deus. Ambos: Maria é a mulher do serviço ao próximo e Maria é a mulher que louva a Deus. De resto, o evangelista Lucas narra a vida de Cristo como uma subida para o alto, em direção a Jerusalém, lugar do dom de si na cruz, e descreve do mesmo modo o caminho de Maria. Em suma, Jesus e Maria percorrem o mesmo caminho: duas vidas que se elevam, glorificando a Deus e servindo os irmãos. Jesus como Redentor, que dá a vida por nós, pela nossa justificação; Maria como a serva que sai para servir: duas vidas que vencem a morte e ressuscitam; duas vidas cujos segredos são o serviço e o louvor. Detenhamo-nos nestes dois aspectos:  serviço e louvor.

O serviço. É quando nos abaixamos para servir os nossos irmãos que subimos: é o amor que eleva a vida. Vamos servir os nossos irmãos e, com esse serviço, “subimos”. Mas servir não é fácil: Maria, que acaba de conceber, percorre de Nazaré quase 150 quilômetros para chegar à casa de Isabel. Ajudar custa, a todos nós. Experimentamo-lo sempre, no cansaço, na paciência e nas preocupações que o cuidado dos outros implica. Pensemos, por exemplo, nos quilômetros que muitas pessoas percorrem todos os dias para ir e voltar do trabalho e realizar muitas tarefas em benefício do próximo; pensemos nos sacrifícios de tempo e de sono para cuidar de um bebê ou de um idoso; e no compromisso em servir quantos nada têm para retribuir, tanto na Igreja como no voluntariado. Admiro o voluntariado. É cansativo, mas é uma subida, é ganhar o Céu! É o verdadeiro serviço.

Mas o serviço corre o risco de ser estéril sem o louvor a Deus. De fato, quando Maria entra em casa da sua prima, louva o Senhor. Não fala do cansaço da viagem, mas do coração brota um cântico de júbilo. Porque quem ama a Deus conhece o louvor. E o Evangelho de hoje mostra-nos “uma cascata de louvores”: a criança salta de alegria no seio de Isabel (cf. Lc 1,44), que pronuncia palavras de bênção e “a primeira bem-aventurança”: «Bem-aventurada aquela que acreditou» (v. 45); e tudo culmina em Maria, que proclama o Magnificat (vv. 46-55). O louvor aumenta a alegria. O louvor é como uma escada: eleva os corações. O louvor eleva o espírito e vence a tentação de se abater. Já vistes que as pessoas aborrecidas, as que vivem de mexericos, são incapazes de louvar? Perguntai-vos: sou capaz de louvar? Como é bom louvar a Deus todos os dias, e também aos outros! Como é bom viver de gratidão e bênção em vez de lamentações e queixas, olhar para cima em vez de ficar de mau humor! Queixas: há pessoas que se queixam todos os dias. Mas olha que Deus está perto de ti, olha que Ele te criou, olha as coisas que Ele te deu. Louva, louva! Isto é saúde espiritual.

Serviço e louvor. Façamos esta pergunta a nós mesmos: vivo o trabalho e as ocupações diárias com espírito de serviço ou com egoísmo? Dedico-me a alguém de forma gratuita, sem procurar um benefício imediato? Em suma, faço do serviço o “trampolim” da minha vida? E pensando no louvor: sei, como Maria, exultar em Deus (cf. Lc 1, 47)? Rezo bendizendo o Senhor? E, depois de louvá-lo, difundo a sua alegria entre as pessoas que encontro? Cada um procure responder a estas perguntas.
Que a nossa Mãe, Assunta ao Céu, nos ajude a subir cada dia mais através do serviço e do louvor.


Fonte: Santa Sé.

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