Em 2019, quando começamos a propor uma sugestão de leitura mensal aqui em nosso blog, dentre as primeiras obras apresentadas estavam a Instrução
Geral sobre o Missal Romano (IGMR) e o Elenco das Leituras da Missa
(ELM), ambos com comentários do Padre José Aldazábal (†2006), publicados pela
Editora Paulinas.
Em vista da entrada em vigor da tradução da 3ª edição típica
do Missal Romano neste ano de 2023, as Edições CNBB publicaram uma nova edição
desses dois importantes textos, unidos às Normas Universais do Ano
Litúrgico e Calendário Romano Geral (NALC). São, pois, três documentos da Igreja reunidos em um único volume.
INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO
(pp. 5-103)
A 3ª edição da IGMR, promulgada em sua forma típica (em
latim) pelo Papa São João Paulo II no ano 2000, já havia sido traduzida
oficialmente pela CNBB em 2004, sendo aqui publicada em uma versão revista
conforme a nova tradução do Missal.
Vale recordar que desde 1991 nós utilizamos no Brasil a tradução
da 2ª edição típica do Missal, promulgada em 1975. A partir do dia 03 de dezembro
de 2023 passará a ser obrigatória a 3ª edição, promulgada em 2002 e revista em
2008, cuja tradução oficial foi confirmada no início desse ano de 2023 pelo Dicastério
para o Culto Divino.
Após a Constituição Missale Romanum do Papa São Paulo VI (1969),
promulgando o Missal renovado pelo Concílio, segue-se o texto da IGMR, composto
por um proêmio e nove capítulos:
Proêmio (nn. 1-15): Apresentação do documento
e síntese da proposta do Concílio.
Capítulo I: Importância e dignidade da Celebração Eucarística (nn. 16-26): Síntese da teologia
eucarística.
Capítulo II: Estrutura, elementos e partes da Missa (nn. 27-90): Explicação do sentido de
cada parte da Missa.
Capítulo III: Funções e ministérios na Missa (nn. 91-111): Apresentação dos diversos ministérios na celebração.
Capítulo IV: As diversas formas de celebração da Missa (nn. 112-287): Orientações para as
diversas formas de celebração: Missa com diácono, Missa sem diácono, Missa
concelebrada, Missa sem povo...
Capítulo V: Disposição e ornamentação das igrejas para a celebração da
Eucaristia (nn. 288-318): Orientações
sobre o espaço sagrado.
Capítulo VI:
Requisitos para a celebração da Missa (nn. 319-351): Normas sobre alguns elementos importantes para a
celebração: o pão e o vinho, os vasos sagrados, as vestes...
Capítulo VII: A
escolha da Missa e suas partes (nn.
352-367): Algumas normas sobre os textos a usar nas diversas celebrações
ao longo do Ano Litúrgico.
Capítulo VIII: Missas
e orações para as diversas circunstâncias e Missas dos fiéis defuntos (nn. 368-385): Normas para as
celebrações mencionadas no título.
Capítulo IX:
Adaptações que competem aos Bispos e às suas Conferências (nn. 386-399): Por fim, este último
capítulo indica as matérias nas quais o Bispo e as Conferências Episcopais
podem adaptar a Liturgia de modo a favorecer a participação ativa e consciente
dos fiéis.
NORMAS UNIVERSAIS DO ANO LITÚRGICO E CALENDÁRIO ROMANO
GERAL
(pp. 105-127)
Após a IGMR, seguem as NALC, precedidas pela Carta Apostólica
Mysterii Paschalis do Papa São Paulo VI (1969) aprovando o novo Calendário,
e formadas por dois capítulos:
Capítulo 1: O Ano Litúrgico (nn. 1-47): Com as
orientações sobre os dias e os tempo do Ano Litúrgico.
Capítulo 2: O Calendário (nn. 48-59): Com as normas
sobre os calendários próprios e as celebrações que podem ser transferidas.
Completam as NALC duas tabelas: a tabela dos dias litúrgicos segundo sua
ordem de precedência e uma tabela com as datas das festas móveis de 2023 a 2050.
ELENCO DAS LEITURAS DA MISSA
(pp. 129-189)
O ELM, por
sua vez, aqui referido como “Introdução ao Lecionário da Missa”, segue sua 2ª
edição típica, promulgada em 1981 e traduzida para o Brasil em 1994 (os respectivos
decretos encontram-se nas pp. 131-138). Este consta de seis capítulos, divididos em um proêmio e três
partes:
Proêmio
Capítulo I: Princípios gerais para a celebração litúrgica da Palavra de
Deus (nn. 1-10): Sobre a importância da Palavra de Deus na vida da Igreja.
1ª Parte: A Palavra de Deus na Celebração da Missa
Capítulo II: A celebração da Liturgia da Palavra na Missa (nn. 11-37): Explicação sobre cada
elemento da Liturgia da Palavra: leituras, salmo, homilia, silêncio, ambão, livro...
Capítulo III: Ofícios e ministérios na celebração da Liturgia da
Palavra na Missa (nn. 38-57): Apresentação
dos diversos ministérios relacionados à Palavra de Deus: leitor, salmista,
diácono, presidente, assembleia.
2ª Parte: Estrutura do Elenco das Leituras da Missa
Capítulo IV: Distribuição geral das leituras da Missa (nn. 58-91): Princípios gerais da
escolha das leituras para cada celebração.
Capítulo V: Descrição do elenco das leituras da Missa (nn. 92-110): Critérios para a
escolha dos textos em cada tempo litúrgico: Advento, Natal, Quaresma, Páscoa,
Tempo Comum.
Capítulo VI: Adaptações,
traduções para a língua vernácula e indicações do elenco das leituras da Missa (nn. 111-125): Orientações para as
Conferências Episcopais sobre a tradução dos Lecionários.
Seguem-se a lista das abreviaturas dos livros da Bíblia e
três tabelas, com as datas das festas móveis de 2023 a 2039 (uma “duplicata” da
tabelas das pp. 126-127); a 2ª leitura dos domingos do Tempo Comum; e as leituras
dos dias de semana do Tempo Comum.
ÍNDICE ANALÍTICO
Completa o livro um Índice Analítico (pp. 191-285)
dos temas mais importantes tratados na IGMR e nas NALC. O Índice, portanto, infelizmente
não abrange o ELM.
Por fim, há ainda uma Tabela de correspondência da
numeração dos parágrafos entre a 2ª e a 3ª edições típicas da IGMR (pp.
287-290). Esta, porém, está completamente desconfigurada, com vários números
fora de ordem.
A novena do padroeiro de nossa comunidade paroquial vai inclui um domingo do Tempo Comum. O celebrante pode usar branco, em razão da festa do padroeiro da comunidade, ou é obrigatório usar verde, seguindo a liturgia do Tempo Comum?
ResponderExcluirNesse caso a Liturgia (orações e leituras) deve ser do Domingo do Tempo Comum.
ExcluirQuanto à cor, é permitido usar vestes brancas no lugar da cor do dia "nos dias mais solenes" (Instrução Geral do Missal Romano, n. 346; Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 127).
As normas não especificam, porém, se essa norma se aplica para um dia da novena do padroeiro. Na dúvida, o mais correto é usar as vestes da cor do dia (verdes).
A própria festa vai cair num domingo também. No caso, São Miguel Arcanjo. Como procedemos com a liturgia? Se celebra as leituras e orações do domingo ou do próprio do santo?
ResponderExcluirAs celebrações do santo padroeiro do lugar e do santo titular da igreja possuem o grau de solenidade e, portanto, têm precedência sobre os Domingos do Tempo Comum, como indica a Tabela dos dias litúrgicos presente no Missal Romano.
ExcluirAssim, onde um dos Arcanjos é o padroeiro, celebra-se no dia 29 de setembro a Missa da Festa dos Arcanjos como se fosse uma Solenidade (com Glória, 2 leituras, Creio...).