terça-feira, 15 de agosto de 2023

Sugestão de leitura: Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário

Em 2019, quando começamos a propor uma sugestão de leitura mensal aqui em nosso blog, dentre as primeiras obras apresentadas estavam a Instrução Geral sobre o Missal Romano (IGMR) e o Elenco das Leituras da Missa (ELM), ambos com comentários do Padre José Aldazábal (†2006), publicados pela Editora Paulinas.

Em vista da entrada em vigor da tradução da 3ª edição típica do Missal Romano neste ano de 2023, as Edições CNBB publicaram uma nova edição desses dois importantes textos, unidos às Normas Universais do Ano Litúrgico e Calendário Romano Geral (NALC). São, pois, três documentos da Igreja reunidos em um único volume.

INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO
(pp. 5-103)

A 3ª edição da IGMR, promulgada em sua forma típica (em latim) pelo Papa São João Paulo II no ano 2000, já havia sido traduzida oficialmente pela CNBB em 2004, sendo aqui publicada em uma versão revista conforme a nova tradução do Missal.

Vale recordar que desde 1991 nós utilizamos no Brasil a tradução da 2ª edição típica do Missal, promulgada em 1975. A partir do dia 03 de dezembro de 2023 passará a ser obrigatória a 3ª edição, promulgada em 2002 e revista em 2008, cuja tradução oficial foi confirmada no início desse ano de 2023 pelo Dicastério para o Culto Divino.


Após a Constituição Missale Romanum do Papa São Paulo VI (1969), promulgando o Missal renovado pelo Concílio, segue-se o texto da IGMR, composto por um proêmio e nove capítulos:

Proêmio (nn. 1-15): Apresentação do documento e síntese da proposta do Concílio.

Capítulo I: Importância e dignidade da Celebração Eucarística (nn. 16-26): Síntese da teologia eucarística.

Capítulo II: Estrutura, elementos e partes da Missa (nn. 27-90): Explicação do sentido de cada parte da Missa.

Capítulo III: Funções e ministérios na Missa (nn. 91-111): Apresentação dos diversos ministérios na celebração.

Capítulo IV: As diversas formas de celebração da Missa (nn. 112-287): Orientações para as diversas formas de celebração: Missa com diácono, Missa sem diácono, Missa concelebrada, Missa sem povo...

Capítulo V: Disposição e ornamentação das igrejas para a celebração da Eucaristia (nn. 288-318): Orientações sobre o espaço sagrado.

Capítulo VI: Requisitos para a celebração da Missa (nn. 319-351): Normas sobre alguns elementos importantes para a celebração: o pão e o vinho, os vasos sagrados, as vestes...

Capítulo VII: A escolha da Missa e suas partes (nn. 352-367): Algumas normas sobre os textos a usar nas diversas celebrações ao longo do Ano Litúrgico.

Capítulo VIII: Missas e orações para as diversas circunstâncias e Missas dos fiéis defuntos (nn. 368-385): Normas para as celebrações mencionadas no título.

Capítulo IX: Adaptações que competem aos Bispos e às suas Conferências (nn. 386-399): Por fim, este último capítulo indica as matérias nas quais o Bispo e as Conferências Episcopais podem adaptar a Liturgia de modo a favorecer a participação ativa e consciente dos fiéis.

NORMAS UNIVERSAIS DO ANO LITÚRGICO E CALENDÁRIO ROMANO GERAL
(pp. 105-127)

Após a IGMR, seguem as NALC, precedidas pela Carta Apostólica Mysterii Paschalis do Papa São Paulo VI (1969) aprovando o novo Calendário, e formadas por dois capítulos:

Capítulo 1: O Ano Litúrgico (nn. 1-47): Com as orientações sobre os dias e os tempo do Ano Litúrgico.

Capítulo 2: O Calendário (nn. 48-59): Com as normas sobre os calendários próprios e as celebrações que podem ser transferidas.

Completam as NALC duas tabelas: a tabela dos dias litúrgicos segundo sua ordem de precedência e uma tabela com as datas das festas móveis de 2023 a 2050.


ELENCO DAS LEITURAS DA MISSA
(pp. 129-189)

O ELM, por sua vez, aqui referido como “Introdução ao Lecionário da Missa”, segue sua 2ª edição típica, promulgada em 1981 e traduzida para o Brasil em 1994 (os respectivos decretos encontram-se nas pp. 131-138). Este consta de seis capítulos, divididos em um proêmio e três partes:

Proêmio

Capítulo I: Princípios gerais para a celebração litúrgica da Palavra de Deus (nn. 1-10): Sobre a importância da Palavra de Deus na vida da Igreja.

1ª Parte: A Palavra de Deus na Celebração da Missa

Capítulo II: A celebração da Liturgia da Palavra na Missa (nn. 11-37): Explicação sobre cada elemento da Liturgia da Palavra: leituras, salmo, homilia, silêncio, ambão, livro...

Capítulo III: Ofícios e ministérios na celebração da Liturgia da Palavra na Missa (nn. 38-57): Apresentação dos diversos ministérios relacionados à Palavra de Deus: leitor, salmista, diácono, presidente, assembleia.

2ª Parte: Estrutura do Elenco das Leituras da Missa

Capítulo IV: Distribuição geral das leituras da Missa (nn. 58-91): Princípios gerais da escolha das leituras para cada celebração.

Capítulo V: Descrição do elenco das leituras da Missa (nn. 92-110): Critérios para a escolha dos textos em cada tempo litúrgico: Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, Tempo Comum.

Capítulo VI: Adaptações, traduções para a língua vernácula e indicações do elenco das leituras da Missa (nn. 111-125): Orientações para as Conferências Episcopais sobre a tradução dos Lecionários.

Seguem-se a lista das abreviaturas dos livros da Bíblia e três tabelas, com as datas das festas móveis de 2023 a 2039 (uma “duplicata” da tabelas das pp. 126-127); a 2ª leitura dos domingos do Tempo Comum; e as leituras dos dias de semana do Tempo Comum.

ÍNDICE ANALÍTICO

Completa o livro um Índice Analítico (pp. 191-285) dos temas mais importantes tratados na IGMR e nas NALC. O Índice, portanto, infelizmente não abrange o ELM.

Por fim, há ainda uma Tabela de correspondência da numeração dos parágrafos entre a 2ª e a 3ª edições típicas da IGMR (pp. 287-290). Esta, porém, está completamente desconfigurada, com vários números fora de ordem.

Para adquirir o livro no site das Edições CNBB, clique aqui: Brochura / Capa dura 


4 comentários:

  1. A novena do padroeiro de nossa comunidade paroquial vai inclui um domingo do Tempo Comum. O celebrante pode usar branco, em razão da festa do padroeiro da comunidade, ou é obrigatório usar verde, seguindo a liturgia do Tempo Comum?

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    1. Nesse caso a Liturgia (orações e leituras) deve ser do Domingo do Tempo Comum.
      Quanto à cor, é permitido usar vestes brancas no lugar da cor do dia "nos dias mais solenes" (Instrução Geral do Missal Romano, n. 346; Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 127).
      As normas não especificam, porém, se essa norma se aplica para um dia da novena do padroeiro. Na dúvida, o mais correto é usar as vestes da cor do dia (verdes).

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  2. A própria festa vai cair num domingo também. No caso, São Miguel Arcanjo. Como procedemos com a liturgia? Se celebra as leituras e orações do domingo ou do próprio do santo?

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    1. As celebrações do santo padroeiro do lugar e do santo titular da igreja possuem o grau de solenidade e, portanto, têm precedência sobre os Domingos do Tempo Comum, como indica a Tabela dos dias litúrgicos presente no Missal Romano.
      Assim, onde um dos Arcanjos é o padroeiro, celebra-se no dia 29 de setembro a Missa da Festa dos Arcanjos como se fosse uma Solenidade (com Glória, 2 leituras, Creio...).

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