quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Dissertações sobre Liturgia: PUC-SP 2017-2021

“Cristo está presente na sua Palavra, pois é Ele que fala quando se proclama na Igreja a Sagrada Escritura” (cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7).

Há um ano, no dia 27 de outubro de 2021, destacamos aqui em nosso blog cinco Dissertações de Mestrado do Programa de Estudos Pós-Graduados em Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

As cinco Dissertações, defendidas entre 2017 e 2019, propunham um diálogo entre a Liturgia e o pensamento do sociólogo polonês Zygmunt Bauman (†2017), o qual descreve a sociedade atual como “modernidade líquida”.

Nesta postagem gostaríamos de dar continuidade à proposta com outras quatro Dissertações relacionadas à Liturgia defendidas na PUC-SP entre 2017 e 2021.

Brasão da PUC-SP

Seguem os resumos de cada Dissertação, as quais podem ser acessadas na íntegra nos links a seguir:

A Celebração da Palavra de Deus à luz do Concílio Vaticano II: Elementos restaurados, fonte de fé e Mistério Pascal de Cristo
André Luiz Massaro
Orientador: Ney de Souza
2017, 198 páginas

O presente trabalho teve como objetivo refletir sobre a Celebração da Palavra de Deus restaurada pelo Concílio Vaticano II, apontando suas diversas modalidades celebrativas que podem ser celebradas pelas famílias como uma fonte de abastecimento e crescimento na fé cristã, a partir do conhecimento e valorização de elementos resgatados com a reforma litúrgica do Vaticano II e que estão explícitos na Constituição Sacrosanctum Concilium. Neste sentido, buscou-se fazer um resgate histórico sobre todo o trabalho dos Padres conciliares do Vaticano II, os quais levaram a Liturgia da Igreja a um movimento de retorno às suas fontes bíblicas e patrísticas. Assim, por uma aplicada investigação, constata-se que a Celebração da Palavra de Deus não existe para sanar a falta de ministros ordenados e/ou por sua vez para substituir a dificuldade da Celebração da Eucaristia. Ela possui suas características próprias e peculiares, e que podem levar o batizado a um grau mais profundo de evangelização. A partir do método teológico “ver, julgar e agir” buscou-se demonstrar toda gama de elementos que enaltecem a Liturgia da Palavra de Deus celebrada pelas comunidades em capelas, igrejas, varandas, fábricas, casas e nos lugares mais improvisados que se possa imaginar, mas que deve ser celebrada de maneira ativa, plena e consciente, alcançando uma participação frutuosa para a vida. A proposta é provocativa e para atingir seus objetivos exige estudo, conhecimento e fidelidade à sagrada Liturgia da Igreja, possibilitando o protagonismo leigo; uma coalisão com uma tentação de Igreja-clericalista; levando os leigos a de fato viverem sua vocação de sal da terra e luz no mundo nas fronteiras de missão: uma Igreja samaritana e em saída.

Capítulos:
1. A renovação litúrgica como retorno às fontes da Igreja
2. A Celebração da Palavra de Deus: Fonte de fé e celebração do Mistério Pascal de Cristo
3. Um novo jeito de celebrar para um novo jeito de ser Igreja


O poder dado por Cristo para expulsar o mal do meio dos homens: Uma teologia do Ritual do Exorcismo
Rafael Ferreira da Silva
Orientador: Pedro Kuniharu Iwashita
2018, 118 páginas

Objetivo: Abordar de forma teológica o Ritual de Exorcismo Romano, permitindo uma maior divulgação deste sacramental tão importante na Igreja. Justificativa: Existe cada vez mais uma maior exposição sobre o assunto do exorcismo, seja na mídia, seja nas assembleias dos fiéis. Todavia, essa exposição vem carregada de exageros folclóricos, culturais e fantasiosos. Com isso a necessidade de abordar cientificamente o exorcismo entendendo como um real combate que a Igreja assume. Hipótese: A ação do Demônio é real e ele inicia um combate com a humanidade que anteriormente já havia iniciado no campo angélico. Assim, o Ritual Romano do Exorcismo exerce o mandato de Cristo sobre a Igreja Apostólica, o poder dado por Cristo aos homens de expulsar o mal do mundo. Metodologia: Trabalho dividido em três capítulos. No primeiro momento busca-se conhecer a natureza maligna do demônio, um anjo decaído. Como o desenvolvimento das Sagradas Escrituras e da Tradição reconhece a presença do maligno e mostrará Jesus como o grande exorcista. No segundo capítulo, a Igreja consciente do seu ministério de exorcista desenvolverá o Ritual ao longo dos séculos, da Era apostólica ao Concílio Vaticano II. No terceiro capítulo uma análise do Ritual do Exorcismo, observando o seu agir litúrgico e como ele é um verdadeiro instrumento de Combate Espiritual.

Capítulos:
1. A existência do mal
2. A história do Exorcismo
3. A teologia do Ritual do Exorcismo



A realidade da música litúrgica em consonância com a inteligência senciente do filósofo Xavier Zubiri
Deivid Rodrigo dos Santos Tavares
Orientador: Valeriano dos Santos Costa
2021, 99 páginas

A música litúrgica tem a finalidade de fornecer ao rito beleza e expressividade real do memorial pascal de Cristo, o qual é mistério da fé humana e fonte de salvação. Cantar a Liturgia é cantar a realidade litúrgica que o rito pede e a assembleia participante profere clara e fielmente o sentido que esta ação litúrgica tem para sua caminhada de fé. O canto ritual abre maior possibilidade para compreensão do ato celebrativo. Em harmonia com o pensamento filosófico de Xavier Zubiri que tem uma nova forma de compreensão de realidade, a partir da apreensão primordial é que o ser humano se funda na realidade, ou, melhor dizendo, na inteligência senciente que tem por momentos distintos o sentir e o inteligir. Essas duas formas de apreensão de realidade aplicadas à Liturgia e mais precisamente à música litúrgica é o que mais existente há na compreensão da realidade da música que canta o mistério de Cristo celebrado na Palavra e na Eucaristia. Apreender sentindo impressivamente e por estimulidade dando-se conta daquilo que já se encontra presente na intelecção. Cantar a Liturgia é suscitar o mistério celebrado já atualizado na inteligência senciente e que desperta na vida do povo um olhar para uma nova realidade litúrgica mergulhada no que a Igreja diz em seus documentos conciliares e nas conferências episcopais e locais.

Capítulos:
1. A inteligência senciente e a dinâmica de apreensão da realidade em Xavier Zubiri
2. A música que canta a realidade do mistério celebrado
3. Cenário atual da música litúrgica no Brasil e sua interface com o pensamento zubiriano


A dimensão orante da celebração dominical da Palavra de Deus
Veronice Fernandes
Orientador: Valeriano dos Santos Costa
2021, 268 páginas

No Brasil, cerca de 70% das comunidades se reúnem no domingo para celebrar os mistérios da fé em torno da Palavra de Deus. É pertinente refletir sobre a dimensão orante da celebração da Palavra de Deus, justamente por ser uma prática celebrativa de comunidades que estão situadas nas periferias das cidades, ou nos sertões e interiores afora. Essas celebrações podem ser espaço para nutrir a espiritualidade, a mística, o diálogo com Deus, direitos de todos os batizados, sobretudo dos mais pobres, privados de tantas coisas. Utilizamos, em nossa pesquisa, o método que olha, conhece, apreende a realidade, ou seja, a prática litúrgica. Reflete sobre esta prática à luz da Tradição e elabora critérios para esta mesma prática, ou seja, basicamente o método ver-julgar-agir. Primeiramente, apresentamos dados da experiência orante de participantes nas celebrações dominicais da Palavra de Deus, obtidos por meio de um questionário que foi respondido por membros da Paróquia N. S. das Graças, situada em Osasco (SP). Em seguida, desenvolvemos um instrumental teórico, com noções sobre a oração litúrgica, a oração em geral e a celebração dominical da Palavra de Deus. Os dados da realidade, lidos à luz do instrumental teórico, fazem-nos perceber que entre a prática atual e a Tradição há pontos convergentes e pontos divergentes. Pudemos constatar que nas celebrações da Palavra das comunidades de Osasco não falta a dimensão orante, mesmo que os entrevistados nem sempre a sintam e a reconheçam, mas existem também, dificuldades que impedem que estas celebrações sejam sempre orantes. Por último, apresentamos sugestões para a realização de celebrações dominicais da Palavra que sejam, na realidade, tão orantes quanto por sua natureza elas deveriam ser.

Capítulos:
1. A experiência de membros da Paróquia N.S. das Graças sobre a dimensão orante da Celebração da Palavra de Deus
2. A oração litúrgica
3. A Celebração Dominical da Palavra de Deus: Aspectos históricos e considerações oficiais do Magistério da Igreja
4. A Celebração Dominical da Palavra de Deus: Um acontecimento litúrgico
5. A dimensão orante da Celebração Dominical da Palavra de Deus, um confronto entre a realidade e a tradição bíblico-teológico-litúrgica



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