terça-feira, 15 de outubro de 2019

Sugestão de leitura: Manual de Liturgia do CELAM (4)

Com esta postagem, concluímos nossa apresentação do Manual de Liturgia do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), publicado em 4 volumes.

Nos meses anteriores abordamos aqui os três primeiros volumes: “Introdução à celebração litúrgica”, “Fundamentos teológicos e elementos constitutivos” e “Os Sacramentos, sinais do Mistério Pascal”. Resta-nos falar do quarto volume, intitulado “A celebração do Mistério Pascal: Outras expressões celebrativas do Mistério Pascal e a Liturgia na vida da Igreja” (publicado no Brasil pela Editora Paulus em 2007).

Inicialmente ele seria editado em dois tomos, como o demonstra o título e a divisão do texto em duas partes. Porém, acabou por ser publicado em volume único, tornando-o o maior da coletânea.

Como nos volumes anteriores, este livro conta com a contribuição de autores de diversos países da América Latina, mais especificamente de 14 autores provenientes de 07 países, além de Porto Rico [1].

Segue, pois, uma síntese dos doze capítulos (alguns divididos em subcapítulos) que compõem este quarto volume:

Parte I: Outras expressões celebrativas do Mistério Pascal

1. A celebração do mistério de Cristo no Ano Litúrgico
O primeiro capítulo deste volume, dividido em três subcapítulos, trata do Ano Litúrgico, complementando a reflexão sobre a Liturgia e o tempo apresentada no volume 2:

1.1 O Ano Litúrgico (pp. 15-41)
Autor: Guillermo Rosas (Chile)
O autor parte de uma fundamentação teológica e histórica do Ano Litúrgico, antes de entrar em cada um dos seus ciclos (Ciclo Pascal, Ciclo do Natal e Tempo Comum), além de refletir sobre a centralidade do domingo enquanto “Páscoa semanal”.

1.2 A Virgem Maria no Ano Litúrgico (pp. 42-81)
Autor: Alfonso Mora (Costa Rica)
O lugar que a Virgem Maria ocupa no Ano Litúrgico é analisado a partir de seu desenvolvimento histórico e de seus fundamentos teológicos. Segue-se a reflexão acerca da presença de Maria em cada tempo litúrgico e acerca das celebrações marianas propriamente ditas. São ainda abordadas as devoções marianas na América Latina e a Coletânea de Missas de Nossa Senhora.

1.3 Os Santos no Ano Litúrgico (pp. 82-110)
Autor: Alfonso Mora (Costa Rica)
Por fim, concluindo a tríade de textos sobre o Ano Litúrgico, o autor aborda o culto dos santos. Este subcapítulo está centrado na história e da teologia, concluindo com algumas reflexões pastorais e um elenco de santos latino-americanos.

2. A celebração do mistério de Cristo nas horas do dia: A Liturgia das Horas (pp. 111-153)
Autor: Alberto Beckäuser (Brasil)
Prosseguindo com o tema da relação entre tempo e Liturgia, o Manual trata da Liturgia das Horas. Como nos textos anteriores, parte-se da fundamentação histórica e teológica antes de abordar cada uma das horas do Ofício. Consideram-se ainda os salmos, que são o centro desta celebração, e a dimensão comunitária dessa oração.

3. A Celebração da Palavra de Deus (pp. 155-186)
Autor: Faustino Paludo (Brasil)
O autor fundamenta as Celebrações da Palavra de Deus, geralmente presididas por ministros leigos na ausência do sacerdote, a partir da realidade latino-americana e dos pronunciamentos do Magistério. Segue-se a reflexão sobre os elementos que configuram estas celebrações como litúrgicas e o seu ritual.

4. Os Sacramentais (pp. 187-208)
Autor: Alfredo Pouilly (Chile)
Depois de abordar os Sacramentos no terceiro volume, o Manual apresenta agora os sacramentais. O autor parte da fundamentação teológica e classificação (consagrações, bênçãos e exorcismos), para então aprofundar especificamente o tema das bênçãos.

5. A celebração da morte do cristão (pp. 209-217)
Autor: Alfredo Pouilly (Chile)
Por fim, continuando a reflexão do capítulo anterior, o autor aprofunda uma bênção específica: as exéquias. Acompanhando cada uma das etapas que podem ser realizadas (na casa, na igreja ou capela mortuária e no cemitério), a reflexão enfatiza as dimensões pascal e eclesial deste rito.

Parte II: A Liturgia na vida da Igreja

1. Expressões celebrativas da religiosidade popular (pp. 222-262)
Autor: Alberto Beckäuser (Brasil)
A segunda parte deste volume inicia com uma reflexão sobre a religiosidade popular e sua relação com a Liturgia. O autor apresenta primeiramente algumas características e critérios teológicos para o discernimento acerca desse fenômeno, para passar em seguida à reflexão sobre algumas práticas concretas (procissões, peregrinações a santuários, devoção a Maria e aos santos, entre outros).

2. Liturgia e inculturação
O tema da inculturação é tratado neste capítulo sobre dois enfoques:

2.1 A inculturação da fé (pp. 263-273)
Autor: Mário de França Miranda (Brasil)
Primeiramente, ao tratar do tema da inculturação, esta é tratada em sua globalidade. O autor busca fundamentar o diálogo necessário entre fé e cultura, antes de entrar no tema da Liturgia.

2.2 A inculturação da Liturgia (pp.274-296)
Autor: Roberto Russo (Uruguai)
Após a fundamentação do texto anterior, se reflete acerca da inculturação aplicada especificamente à Liturgia, considerando-se a reflexão iniciada no Concílio Vaticano II.

Anexo: Novo Ritual de Batismo de crianças adaptado para o Brasil (pp. 297-300)
Autor: Dom Geraldo Lyrio Rocha (Brasil)
Complementando o tema da inculturação, reproduz-se aqui a apresentação de Dom Geraldo Lyrio, na época responsável pela Liturgia da CNBB, do novo Ritual do Batismo de Crianças, no qual constam algumas adaptações à nossa realidade.

3. Pastoral litúrgica (pp. 301-331)
Autor: Jacques Trudel (Brasil)
Neste capítulo considera-se a Liturgia como parte fundamental da pastoral da Igreja, enquanto exercício do múnus sacerdotal de Cristo. Há aqui uma série de reflexões acerca da pastoral litúrgica, em suas diversas dimensões, com ênfase na preparação da Celebração Eucarística.

4. Comunicação e Liturgia
A relação entre Liturgia e comunicação, assim como a inculturação, é tratada em dois textos:

4.1 A Liturgia e o meio de comunicação (pp. 333-357)
Autor: Daniel Cronin (Porto Rico)
Neste primeiro texto sobre Liturgia e comunicação, após fundamentar o processo comunicativo, o autor apresenta algumas características da linguagem litúrgica e reflete sobre o uso dos meios de comunicação na Liturgia.

4.2 A comunicação nas celebrações litúrgicas (pp. 358-384)
Autor: Miguel Angel D’Annibale (Argentina)
Este segundo texto sobre a comunicação possui uma abordagem mais teológica, considerando a Liturgia enquanto comunicação entre Deus e os homens. Elenca-se ainda os meios através dos quais a Liturgia comunica, interpelando os cinco sentidos, com ênfase nos símbolos e nos gestos.

5. O direito litúrgico (pp. 385-419)
Autor: Santiago Jaramillo Uribe (Colômbia)
A relação entre Liturgia e direito é apresentada aqui a partir do diálogo entre livros litúrgicos e Código de Direito Canônico. O autor apresenta alguns conceitos fundamentais de direito aplicado à Liturgia, antes de entrar no conceito de autoridade em matéria litúrgica, seja esta a autoridade dos livros litúrgicos ou dos diversos organismos da Igreja (Santa Sé, Conferências Episcopais, Bispo diocesano, etc.).

6. A Liturgia como fonte da espiritualidade cristã (pp. 421-444)
Autor: Victor Sánchez (México)
Aprofundando o tema da espiritualidade enquanto finalidade da Liturgia, que já havia sido introduzido no primeiro volume, aqui o autor traça a história e elenca as características fundamentais da autêntica espiritualidade litúrgica (bíblica, cristológica, eclesial, etc.).

7. A celebração do mistério de Cristo ao longo da História: Panorama histórico geral da Liturgia (pp. 445-518)
Autor: José Ariovaldo da Silva (Brasil)
Por fim, o último capítulo deste volume (e de todo o Manual) é, como o próprio título indica, um breve panorama de História da Liturgia. Esta história é dividida em sete grandes períodos: o início do cristianismo (séculos I-III), a fase da estruturação (séc. IV-VII), a Liturgia da Idade Média (séc. VIII-XIV), a reforma do Concílio de Trento (séc. XV), a recepção da reforma tridentina na América Latina (a partir do séc. XVI), o Movimento Litúrgico (primeira metade do séc. XX) e, por fim, a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.

[1] O Estado Livre Associado de Porto Rico não é um país soberano, mas sim um estado dos Estados Unidos da América (EUA).

Infelizmente este livro não está mais disponível para ser adquirido no site da editora. Nossos leitores podem procurá-lo em bibliotecas ou livrarias especializadas em livros usados.


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