quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Angelus do Papa: II Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Angelus
Praça São Pedro
Domingo, 20 de janeiro de 2019

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Domingo passado, com a Festa do Batismo do Senhor, começamos a jornada do tempo litúrgico chamado “ordinário” ou “comum”: o tempo no qual se segue Jesus em sua vida pública, na missão para a qual o Pai o enviou ao mundo. No Evangelho de hoje (cf. Jo 2,1-11) encontramos a história do primeiro dos milagres de Jesus: o primeiro desses sinais prodigiosos é cumprido na aldeia de Caná, na Galileia, durante uma festa de casamento. Não é casual que no começo da vida pública de Jesus há uma cerimônia de casamento, porque n’Ele Deus se casou com a humanidade: esta é a boa notícia, mesmo que aqueles que o convidaram ainda não saibam que em sua mesa está sentada o Filho de Deus e que o verdadeiro marido é Ele. De fato, todo o mistério do sinal de Cana é fundado na presença deste esposo divino, Jesus, que começa a se revelar. Jesus se manifesta como o esposo do povo de Deus, anunciado pelos profetas, e nos revela a profundidade do relacionamento que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor.
No contexto da Aliança pode-se compreender o significado do símbolo do vinho, que é no centro deste milagre. Exatamente quando a festa está no auge, o vinho acaba; Nossa Senhora percebe, e diz a Jesus: “Eles não têm vinho” (v. 3). Porque teria sido ruim continuar a festa com a água! Uma vergonha pública para essas pessoas. Nossa Senhora percebe e, como é mãe, vai imediatamente a Jesus. As Escrituras, especialmente os Profetas, indicavam o vinho como um elemento típico do banquete messiânico (cf. Am 9,13-14; Gl 2,24; Is 25,6). A água é necessária para viver, mas o vinho expressa a abundância do banquete e a alegria da festa. Uma festa sem vinho? Eu não sei… Transformando em vinho a água das ânforas usada “para a purificação ritual dos judeus” (v. 6) – era o hábito: antes de entrar na casa, se purificada a si mesmo – Jesus cumpre um sinal eloquente: Ele transforma a Lei de Moisés no Evangelho, portador de alegria.
E então, vamos olhar para Maria: as palavras que Maria dirige aos servos vêm para coroar a imagem nupcial de Caná: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (v. 5). Ainda hoje, Nossa Senhora nos diz a todos: “Fazei tudo quanto ele vos disser”. Estas palavras são uma herança preciosa que nossa mãe nos deitou. E de fato os servos obedecem em Caná. “Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.”(vv. 7-8).
Neste casamento, realmente vem estipulada uma Nova Aliança aos servos de Jesus, isto é, à toda a Igreja, é confiada a nova missão: “Fazei tudo quanto ele vos disser”.  Servir ao Senhor significa ouvir e praticar sua palavra. É a recomendação simples e essencial da Mãe de Jesus, é o programa de vida do cristão.
Eu gostaria de destacar uma experiência que certamente muitos de nós tivemos na vida.
Quando estamos em situações difíceis, quando ocorrem problemas que não sabemos
como resolver, quando muitas vezes sentimos ansiedade e angústia, quando nos falta a alegria, andemos à Nossa Senhora e digamos: “Nós não temos vinho. O vinho acabou: olha como eu estou, olha meu coração, olha minha alma “. Diga à Mãe. E ela irá a Jesus para dizer: “Olhe isto, veja isto: não tem vinho.” E depois ela vai voltar até nós e nos dizer: “Fazei tudo quanto Ele vos disser”.
Para cada um de nós, recorrer à ânfora é equivalente a confiar na Palavra e nos Sacramentos para experimentar a graça de Deus em nossa vida. Então também nós, como o mestre-sala que experimentou a água transformada em vinho, podemos exclamar: “tu guardaste até agora o bom vinho” (v. 10). Jesus sempre nos surpreende. Nós falamos com a Mãe para que ela fale ao Filho, e Ele nos surpreenderá.
Que ela, a Santíssima Virgem, nos ajude a seguir seu convite: “Fazei tudo quanto ele vos disser” para que possamos nos abrir totalmente a Jesus, reconhecendo na vida cotidiana os sinais de sua presença vivificante.


Fonte: O Catequista

Confira também a reflexão do Papa para este domingo no ano de 2016 clicando aqui.

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