terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Angelus do Papa: Festa do Batismo do Senhor - Ano C

Festa do Batismo do Senhor
Papa Francisco
Angelus
Praça São Pedro
Domingo, 13 de janeiro de 2019

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, ao término do tempo litúrgico do Natal, celebramos a Festa do Batismo do Senhor. A Liturgia nos chama a conhecer mais plenamente a Jesus de quem, há pouco, celebramos o nascimento; e por isto o Evangelho (cf. Lc 3,15-16.21-22) ilustra dois elementos importantes: a relação de Jesus com o povo e a relação de Jesus com o Pai.
Na narrativa do batismo, conferido por João Batista a Jesus nas águas do Jordão, vemos sobretudo o papel do povo. Jesus está no meio do povo. Isso não é somente o fundo da cena, mas é um componente essencial do evento. Antes de mergulhar nas águas, Jesus “mergulha” na multidão, se une a ela assumindo plenamente a condição humana, partilhando tudo, exceto o pecado. Na sua santidade divina, plena de graça e de misericórdia, o Filho de Deus se fez carne justamente para tomar sobre si e tirar o pecado do mundo: tomar as nossas misérias, a nossa condição humana. Por isso esta de hoje é uma epifania, porque fazendo-se batizar por João, no meio das pessoas penitentes do seu povo, Jesus manifesta a lógica e o senso da sua missão.
Unindo-se ao povo que pede a João o batismo de conversão, Jesus partilha conosco também o desejo profundo de renovação interior. E o Espírito Santo que desce sobre Ele “em forma visível, como pomba” (v. 22) é o sinal com o qual Jesus inicia um mundo novo, uma “nova criação” da qual fazem parte todos aqueles que acolhem Cristo na sua vida. Também a cada um de nós, que renascemos com Cristo no Batismo, somos envolvidos nas palavras do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (v. 22). Este amor do Pai, que recebemos todos no dia do nosso Batismo, é uma chama que foi acesa em nosso coração, e necessita ser alimentada mediante a oração e a caridade.
O segundo elemento destacado pelo evangelista Lucas é que, depois da imersão no povo e nas águas do Jordão, Jesus “imerge” na oração, isto é, na comunhão com o Pai. O batismo é o início da vida pública de Jesus, da sua missão no mundo como enviado do Pai para manifestar a sua bondade e o seu amor pelos homens. Tal missão é realizada em constante e perfeita união com o Pai e com o Espírito Santo. Também a missão da Igreja e aquela de cada um de nós, para ser fiel e frutuosa, é chamada a “engajar-se” naquela de Jesus. Se trata de regenerar continuamente na oração a evangelização e o apostolado, para dar um claro testemunho cristão não segundo os projetos humanos, mas segundo o plano e o estilo de Deus.
Caros irmãos e irmãs, a Festa do Batismo do Senhor é uma ocasião propícia para renovar com gratidão e convicção as promessas do nosso Batismo, empenhando-nos a viver quotidianamente em coerência com elas. É muito importante também, como vos disse várias vezes, conhecer a data do nosso Batismo. Eu poderia perguntar: “Quem de vós conhece a data do seu Batismo?”. Não todos, eu asseguro. Se algum de vós não a conhece, retornando para casa, pergunte aos pais, aos avós, aos tios, aos padrinhos, aos amigos da família... Pergunte: “Em que data eu fui batizado, eu fui batizada?”. E depois não esquecê-la: que seja uma data guardada no coração para festejá-la cada ano.
Jesus, que nos salvou não por nossos méritos mas pelo agir da bondade imensa do Pai, nos torne misericordiosos para com todos. A Virgem Maria, Mãe de misericórdia, seja nossa guia e nosso modelo.


Tradução livre do original italiano.

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