Padre
Raniero Cantalamessa, OFMCap
III
Pregação de Advento
18 de dezembro de 2015
Maria no mistério de Cristo e da
Igreja
1.
A Mariologia da Lumen Gentium
O
objeto desta última meditação de Advento é o capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado “A Bem-Aventurada
Virgem Maria no mistério de Cristo e da Igreja”. Ouçamos de novo o que o
Concílio fala a este respeito:
“A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus
desde toda a eternidade simultaneamente com a Encarnação do Verbo, por
disposição da Divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a
sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo,
gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com
Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé,
esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a
vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça” (Lumen Gentium, n. 61).
Junto
com o título de Mãe de Deus e dos crentes, a outra categoria fundamental que o
Concílio usa para ilustrar o papel de Maria, é a de modelo, ou de figura:
“Pelo dom e missão da maternidade divina, que a une
a seu Filho Redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está também a
Virgem intimamente ligada à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figura da
Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo, como já
ensinava Santo Ambrósio” (Lumen Gentium, n. 63).
A
maior novidade do tratado conciliar sobre Nossa Senhora consiste, como se sabe,
justamente no lugar em que foi colocado, ou seja, na Constituição sobre a
Igreja. Com isso o Concílio - não sem sofrimentos e lágrimas - operava uma
profunda renovação da Mariologia, em comparação com os últimos séculos [1]. O discurso sobre Maria não é independente, como se
ela ocupasse um lugar intermédio entre Cristo e a Igreja, mas recolocado, como
tinha sido na época dos Padres, no âmbito da Igreja. Maria é vista, como dizia
Santo Agostinho, como o membro mais excelente da Igreja, mas um membro dela,
não fora, ou acima dela:
“Santa é Maria, bem-aventurada é Maria, porém, mais
importante que a Virgem Maria é a Igreja. Por quê? Porque Maria é uma parte da
Igreja, um membro santo, excelente, superior a todos os demais, contudo, é um
membro de todo o corpo. Se é um membro de todo o corpo, sem dúvida, mais
importante que um membro é o corpo” [2].
As
duas realidades iluminam-se mutuamente. Se, de fato, o discurso sobre a Igreja
ilumina o que é Maria, o discurso sobre Maria ilumina o que é a Igreja, ou
seja, “corpo de Cristo” e, como tal, “quase que uma extensão da encarnação do
Verbo”. São João Paulo II destaca isso na sua Encíclica Redemptoris
Mater: “Apresentando Maria no
mistério de Cristo, o Concílio Vaticano II encontra também o caminho para
aprofundar o conhecimento do mistério da Igreja” (n. 5).
Outra
novidade da Mariologia do Concílio é a insistência na fé de Maria (cf. Lumen Gentium, n. 58.),
um tema também retomado e desenvolvido por João Paulo II que o faz tema central
da sua Encíclica mariana Redemptoris
Mater [3]. É um retorno à Mariologia dos Padres que,
mais do que sobre os privilégios da Virgem, apela à sua fé, como contribuição
pessoal de Maria no mistério da salvação. Também aqui se nota a influência de
Santo Agostinho:
“Ora, até a própria bem-aventurada Virgem Maria, ao
crer, concebeu a quem deu à luz crendo... Depois que o anjo falou, ela, cheia
de fé (fide plena), concebendo a Cristo antes no coração que no ventre,
respondeu: Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”
[4].
2.
Maria, Mãe dos crentes, em perspectiva ecumênica
O
que eu gostaria de fazer é iluminar o caráter ecumênico dessa Mariologia do
Concílio, ou seja, como ela possa contribuir - e mais ainda, já está
contribuindo - para aproximar católicos e protestantes neste terreno delicado e
controverso que é a devoção à Virgem.
Esclareço,
em primeiro lugar, o princípio que está na base das reflexões a seguir. Se
Maria se coloca fundamentalmente ao lado da Igreja, a consequência disso é que
as categorias e as afirmações bíblicas usadas para lançar-lhe luz são aquelas
relacionadas às pessoas humanas que constituem a Igreja, aplicadas a ela “a fortiori”, em vez daquelas
relacionadas às pessoas divinas, aplicadas a ela “por redução”.
Para
entender, por exemplo, da forma mais correta, o delicado conceito da mediação
de Maria na obra da salvação, é mais útil começar pela mediação criatural, ou
de baixo, como é aquela de Abraão, dos Apóstolos, dos sacramentos e da própria
Igreja, e não da mediação divino-humana de Cristo. A maior distância, de fato,
não é a que existe entre Maria e o resto da Igreja, mas é aquela que existe
entre Maria e a Igreja de um lado e Cristo e a Trindade do outro, ou seja,
entre as criaturas e o Criador.
Agora,
tiremos de tudo isso a conclusão. Se Abraão, pelo que fez, mereceu na Bíblia o
nome de “pai de todos nós”, ou seja, de todos os crentes (cf. Rm 4,16; Lc 16,24), entendemos melhor, assim, como a Igreja não
hesita em chamar Maria “Mãe de todos nós”, mãe de todos os crentes.
Dessa
comparação entre Abraão e Maria podemos derivar uma luz ainda maior, que afeta
não só o simples título, mas também o seu conteúdo e significado. Mãe dos
crentes é um simples título de honra, ou algo a mais? Aqui se prefigura a
possibilidade de um discurso ecumênico sobre Maria. Calvino interpreta o texto
onde Deus diz a Abraão: “Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra” (Gn
12,3), no sentido de que “Abraão será não só exemplo e patrono, mas causa de
benção” [5]. Um conhecido exegeta protestante moderno
escreve, no mesmo sentido:
“Nós nos perguntamos se as palavras de Gênesis 12,3
(“Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra”) pretendem afirmar somente
que Abraão se tornará uma espécie de fórmula para abençoar, e que a benção que
ele gozava passará em provérbio (...). Deve-se retornar à interpretação
tradicional que vê aquela palavra de Deus ‘como uma ordem dada à história’ (B.
Jacob). Foi reservado a Abraão, no plano salvífico de Deus, o papel de mediador
da benção para todas as gerações da terra” [6].
Tudo
isso nos ajuda a entender o que a tradição, a partir de Santo Irineu, diz de
Maria: que ela não é só um exemplo de bênção e de salvação, mas, de uma forma
que depende unicamente da graça e da vontade de Deus, também causa de
salvação. “Como Eva - escreve
Santo Irineu -, desobedecendo, tornou-se causa de morte para si e para todo o
gênero humano, assim Maria... obedecendo, tornou-se causa de salvação para si e
para todo o gênero humano” [7]. As palavras de Maria: “Todas
as gerações me chamarão de bem-aventurada” (Lc 1,48) devem ser consideradas,
também, “uma ordem dada por Deus para a história”.
É
um fato encorajador verificar que os mesmos iniciadores da Reforma reconheceram
à Maria o título e a prerrogativa de Mãe, também no sentido de nossa mãe e mãe
da salvação. Em uma pregação para a Missa de Natal, Lutero dizia: “Este é o consolo e a transbordante bondade
de Deus: que o homem, em quanto crente, possa gloriar-se de um bem tão
precioso, que Maria seja a sua verdadeira mãe, Cristo o seu irmão, Deus o seu
Pai... Se acredita nisso, então, sente-te verdadeiramente no ventre da virgem
Maria e sê o seu filho querido” [8].
Zwinglio, em um sermão de 1524, chama Maria “a pura Virgem Maria, mãe da nossa salvação” e diz que nunca, a
seu respeito, “pensou e nem
sequer ensinou ou afirmou em público algo de ímpio, desonroso, indigno ou ruim” [13].
Como,
então, chegamos à situação atual de tanto desconforto dos irmãos protestantes
com relação a Maria, a ponto de que em alguns ambientes tornou-se quase que um
dever diminuir Maria, atacar continuamente neste ponto os católicos e, de
qualquer forma, encobrir tudo o que a própria Escritura fala dela?
Este
não é o lugar para fazer uma revisão histórica; somente quero dizer qual me
parece ser o caminho correto para sair desta triste situação sobre Maria. Tal
caminho passa por um sincero reconhecimento, de nós católicos, do fato que,
muitas vezes, especialmente nos últimos séculos, contribuímos para fazer Maria
inaceitável para os irmãos protestantes, honrando-a de forma, às vezes,
exagerada e imprudente e, especialmente, não colocando tal devoção dentro de um
quadro bíblico bem claro que mostrasse o papel subordinado com relação à
Palavra de Deus, ao Espírito Santo e ao próprio Jesus. A Mariologia nos últimos
séculos tornou-se uma fábrica contínua de novos títulos, novas devoções, muitas
vezes polêmicas com os protestantes, usando, às vezes, Maria - a Mãe comum! -
como uma arma contra eles.
A
esta tendência o Concílio Vaticano II reagiu oportunamente. Ele recomendou que
os fiéis “tanto nas palavras como nos
fatos evitem diligentemente tudo o que possa induzir ao erro os irmãos
separados ou qualquer outra pessoa, sobre a verdadeira doutrina da Igreja”,
e recordou aos próprios fieis que “a
verdadeira devoção não consiste em um estéril e passageiro sentimentalismo”
(Lumen Gentium, 67).
Do
lado protestante, acredito que exista a necessidade de tomar nota da influência
negativa que houve, na atitude deles sobre Maria, não só a polêmica
anticatólica, mas também o racionalismo. Maria não é uma ideia, mas é uma
pessoa concreta, uma mulher, e como tal, não se presta para ser facilmente
teorizada ou reduzida a princípio abstrato. Ela é o próprio ícone da
simplicidade de Deus. Por isso não podia, em um clima dominado por um
exasperado racionalismo, não ser eliminada do horizonte teológico.
Uma
mulher luterana, morta há alguns anos, Madre Basilea Schlink, fundou uma
comunidade de religiosas dentro da Igreja luterana, chamadas “as irmãs de
Maria”, agora difundidas em vários países do mundo. Em um livreto seu, que eu
mesmo organizei a edição italiana, depois de ter recordado vários textos de
Lutero sobre Maria, escreve:
“Ao ler as palavras de Lutero que até o fim da sua
vida honrou Maria, santificou as suas festas e cantou todos os dias o Magnificat,
sente-se o quanto se distanciou, no geral, da correta atitude sobre ele... Vemos
o quanto nós, evangélicos, nos deixamos submergir pelo racionalismo... O
racionalismo que admite só o que se pode compreender com a razão,
difundindo-se, jogou fora das igrejas evangélicas as festas de Maria e tudo o
que se refere a ela, e fez perder o sentido de toda referência bíblica a Maria:
e desta herança sofremos ainda hoje. Se Lutero, com esta frase: ‘Depois de
Cristo ela é, em todo o cristianismo, a joia preciosa, jamais louvada o
suficiente’, nos inculca este elogio, eu, de minha parte, devo confessar estar
entre aqueles que, durante longos anos da própria vida, não o fizeram,
contornando até o que diz a Escritura: “De agora em diante todas as gerações me
chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). Eu não tinha me colocado entre estas
gerações” [10].
Todas
estas premissas nos permitem cultivar no coração a esperança de que, um dia,
não distante, católicos e protestantes possamos não estar mais divididos, mas
unidos por Maria, em uma comum veneração, diferente nas formas, mas unânimes no
reconhecer nela a Mãe de Deus e a Mãe dos crentes. Eu tive a alegria de constatar
pessoalmente alguns sinais desta mudança em ato. Em mais de uma ocasião, pude
falar de Maria a um auditório protestante, notando entre os presentes não só a
acolhida, mas, pelo menos em um caso, uma verdadeira emoção, como a
redescoberta de algo caro e uma purificação da memória.
3.
Maria, mãe e filha da misericórdia de Deus
Deixemos
agora de lado o discurso ecumênico e tentemos ver se também este Ano da Misericórdia
não nos ajuda a descobrir algo novo da Mãe de Deus. Maria é invocada na antiquíssima
oração da Salve Regina como “Mater misericordiae”, Mãe da
misericórdia; na mesma oração lhe é dirigida a invocação: “illos tuos misericordes oculos ad nos converte” - vossos olhos
misericordiosos a nós volvei. Na Missa de abertura do Ano Jubilar na Praça de
São Pedro, do passado 08 de dezembro, ao lado do altar estava exposto um antigo
ícone da Mãe de Deus, venerada em um santuário pelos greco-católicos de
Jaroslav, na Polônia, conhecida como a “Porta da misericórdia”.
Maria
é mãe de misericórdia em um duplo sentido. Foi a porta através da qual a
misericórdia de Deus, com Jesus, entrou no mundo, e agora é a porta por meio da
qual nós entramos na misericórdia de Deus, nos apresentamos diante do “trono da
misericórdia” que é a Trindade. Tudo isso é verdade, mas é só um aspecto da
relação entre Maria e a misericórdia de Deus. Ela, de fato, não é só canal e
mediadora da misericórdia de Deus; é também o objeto e a primeira destinatária.
Não é só aquela que nos obtém misericórdia, mas também aquela que obteve, primeiramente
e mais do que todos, misericórdia.
Misericórdia
é sinônimo de graça. Só na Trindade o amor é natureza e não é graça; é amor,
mas não misericórdia. Que o Pai ame o Filho, não é graça ou concessão; é, em
certo sentido, necessidade; o Pai tem necessidade de amar para existir como
Pai. Que o Filho ame o Pai, não é concessão ou graça; é necessidade intrínseca,
embora perfeitamente livre; ele precisa ser amado e amar para ser Filho. É
quando Deus cria o mundo e, nele, as criaturas livres que o seu amor se torna
gratuito e imerecido, ou seja, graça e misericórdia. Isso antes ainda do
pecado. O pecado fará somente que a misericórdia de Deus, de dom, se torne
perdão.
O
título “cheia de graça” é, portanto, sinônimo de “cheia de misericórdia”. Maria
mesma proclama isso no Magnificat:
“Olhou - diz - para a humildade da sua serva”, “recordou-se da sua
misericórdia”, “a sua misericórdia se estende de geração em geração”. Maria se
sente beneficiária da misericórdia, testemunha privilegiada dela. Nela a
misericórdia de Deus não se materializou como perdão dos pecados, mas como
preservação do pecado.
Deus
fez com ela, dizia Santa Teresa do Menino Jesus, o que faria um bom médico em
tempos de epidemia. Ele vai de casa em casa para curar aqueles que contraíram a
infecção; mas se existe uma pessoa que ele gosta especialmente, como a esposa
ou a mãe, tentará, se possível, que nem sequer seja contagiada. E assim fez
Deus, preservando Maria do pecado original pelos méritos da Paixão do Filho.
Falando
da humanidade de Jesus, Santo Agostinho diz: “Com base no que a humanidade de Jesus mereceu ser assumida pelo Verbo
eterno do Pai na unidade da sua pessoa? Qual foi a sua boa obra que precedeu
isso? O que tinha feito antes desse momento, no que tinha acreditado, ou
pedido, para ser elevada a tal inefável dignidade?”. E acrescentava em outro
lugar: “Procure o mérito, procure a justiça, reflita e veja se encontra outra
coisa além de graça” [11].
Estas
palavras lançam uma luz singular também sobre a pessoa de Maria. Dela deve-se
dizer, com mais razão: o que fez Maria, para merecer o privilégio de dar ao
Verbo a sua humanidade? O que tinha acreditado, pedido, esperado ou sofrido,
para vir ao mundo santa e imaculada? Procure também aqui, o mérito, procure a
justiça, procure tudo o que quiser, e veja se encontra nela, no início, algo
além de graça, ou seja, misericórdia!
Também
São Paulo não vai parar, durante toda a vida, de confessar-se como um fruto e
um troféu da misericórdia de Deus. Define-se como “alguém que alcançou
misericórdia do Senhor” (1Cor 7,25). Não se limita a formular a doutrina da
misericórdia, mas torna-se testemunha viva dela: “Eu era um blasfemo, um
perseguidor e um violento. Mas alcancei misericórdia” (1Tm 1,12).
Maria
e o Apóstolo nos ensinam que o melhor modo de pregar a misericórdia é dar
testemunho da misericórdia que Deus teve conosco. Sentirmo-nos, também nós,
frutos da misericórdia de Deus em Cristo Jesus, vivos só por causa dela (sentir,
não necessariamente dizer). Um dia Jesus curou um pobrezinho possuído por um
espírito imundo. Ele quis segui-Lo e unir-se ao grupo dos discípulos; Jesus não
o permitiu, mas lhe disse: “Volte para a sua casa, para os seus, anuncie-lhes o
que o Senhor te fez e a misericórdia que teve contigo” (Mc 5,19s).
Maria,
que no Magnificat glorifica e
agradece a Deus por sua misericórdia para com ela, nos convida a fazer o mesmo
neste Ano da Misericórdia. Convida-nos a fazer ressoar todos os dias na Igreja
o seu cântico, como o coro que repete um canto atrás da coryphaea. Permitam-me, portanto, convidá-los a proclamar juntos,
de pé, como oração final, em vez da antífona mariana, o cântico à misericórdia
de Deus que é o Magnificat: “A minha alma engradece ao Senhor...”.
Santo
Padre, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs: feliz Natal e feliz Ano da
misericórdia!
Notas:
[1] Sobre
os eventos do esquema mariológico nas discussões conciliares, cf. Storia del Concilio Vaticano
II, a cura di G. Alberigo, v. II, pp. 520-522; v. III, pp. 446-449; v. IV,
pp.74 ss.
[2] Santo
Agostinho, Discorso 72,7 (Miscellanea Agostiniana, I, Roma 1930, p.163).
[3] Redemptoris Mater, 5: “Nestas reflexões refiro-me, principalmente
àquela ‘peregrinação da fé’ na qual a ‘Beata Virgem avançou’, conservando
fielmente a sua união com Cristo”.
[4] Santo
Agostinho, Discorsi, 215, 4 (PL, 38, 1074).
[5] Calvino, Le
livre de la Genèse, I, Ginevra 1961, p. 195.
[6] G. von Rad, Das erste Buch Moses,
Genesis, Göttingen, 1972 (trad. ital.: Genesi,
Brescia, 1978, p. 204).
[7] S.
Irineu, Adv. Haer. III, 22,4.
[8] Lutero, Kirchenpostille (ed.
Weimar, 10, 1, p. 73).
[9] H. Zwinglio, Predigt von der reinen
Gottgebärerin Maria (in: Zwinglio, Hauptschriften, der Prediger, I, Zurich, 1940, p. 159).
[10] Madre Basilea Schlink, Maria,
der Weg der Mutter des Herrn, Darmstadt 1982 (ed. ital.:
Milano, Ancora, 1983, pp.102-103).
[11] Santo
Agostinho, La predestinazione dei santi, 15,30 (PL 44,981); Discorsi 185,3
(PL 38,999).
Fonte: Zenit
Nenhum comentário:
Postar um comentário