Segundo informações divulgadas pelo site Vatican News, o
Cardeal Ângelo de Donatis, Vigário Geral do Papa para a Diocese de Roma,
ofereceu aos fiéis da Igreja Sírio-Malabar, uma das igrejas orientais
católicas, a Basílica de Santa Anastásia para que possam celebrar segundo o
seu rito.
A decisão é fruto de um pedido dos Bispos da Igreja Siro-Malabar
ao Papa durante sua Visita Ad Limina
em 2019. São cerca de sete mil fiéis desta igreja sui iuris em Roma e nas proximidades que até então não tinham um
templo oficial onde celebrar.
Basílica de Santa Anastásia al Palatino, Roma |
Sobre a Basílica de
Santa Anastásia:
A Basílica de Santa Anastásia al Palatino é uma das igrejas mais antigas de Roma. Foi construída no início do século IV, provavelmente sob o
patrocínio de uma romana chamada Anastásia. Posteriormente, ela foi dedicada a
Deus em honra da mártir de mesmo nome, Santa Anastásia de Sirmio.
Esta, muito venerada entre os cristãos orientais
como uma curadora, foi martirizada em 25 de dezembro de 304 em Sirmio, na província
romana da Panônia (na atual Sérvia).
Santa Anastásia de Sirmio |
Uma vez que a Basílica de Santa Anastásia está construída
junto ao Monte Palatino, onde ficava o palácio imperial, a igreja adquiriu
grande importância. A partir do final do século IV o Papa celebrava uma Missa
em honra à mártir na manhã do dia 25 de dezembro (dando origem assim à Missa da
aurora do Natal). Em 514 o Papa Símaco a incluiu entre as mártires mencionadas
no Cânon Romano.
A Basílica está ligada também à figura de São Jerônimo, que
teria pregado nesta igreja ou até residido junto a ela por um tempo. Alguns
colocam Jerônimo como o primeiro “Cardeal titular de Santa Anastásia” (por isso
o santo costuma ser representado com as vestes, ainda que anacrônicas, de um
Cardeal) [1].
Ao longo dos séculos a igreja foi restaurada diversas vezes. A sua forma atual remonta à restauração de 1636, no tempo do Papa Urbano VIII.
Interior da Basílica de Santa Anastásia |
Sobre a Igreja Siro-Malabar:
A Igreja Siro-Malabar é a segunda maior das igrejas orientais católicas, com cerca de 4 milhões de fiéis, a sua maioria na Índia, no estado de Kerala, na Costa do Malabar (donde o seu nome).
Esta igreja está em comunhão plena com Roma desde 1599,
quando se separou da Igreja Assíria do Oriente. Após passar por um processo de
latinização, readquiriu sua autonomia e foi elevada a Arcebispado Maior em
1992.
Utiliza o rito siríaco oriental ou caldeu e possui como
línguas litúrgicas o siríaco e o malaiala. Seu hierarca é o Arcebispo-Maior de
Ernakulam-Angamaly, atualmente o Cardeal George Alencherry.
Cardeal Alencherry distribui a Comunhão |
[1] O atual titular da Basílica é Dom Eugenio Dal Corso,
criado Cardeal pelo Papa Francisco em 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário