terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Angelus do Papa: V Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Angelus
Domingo, 10 de fevereiro de 2019

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje (cf. Lc 5,1-11) nos propõe, no relato de São Lucas, a chamada de São Pedro. Seu nome – nós sabemos – era Simão e ele era um pescador. Jesus, na costa do Mar da Galileia, viu Pedro enquanto este estava organizando as redes, juntamente com outros pescadores. Pedro estava cansado e decepcionado, porque naquela noite não haviam pescado nada. Jesus o surpreende com um gesto inesperado: sobe no seu barco e pede para que se afaste um pouco da terra porque ele quer falar com as pessoas que estavam ali – havia tantas pessoas. Então Jesus se sentou no barco de Simão e começou a ensinar à multidão reunida ao longo da costa. Suas palavras reabrem também a confiança no coração de Simão. Então Jesus, com outro gesto surpreendente, diz, “Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar” (v. 4).
Simão responde com uma objeção: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos”. E, como pescador experiente, ele poderia ter acrescentado: “Se não conseguimos nada durante a noite, muito menos podemos conseguir de dia.” Mas ao invés disso, inspirado pela presença de Jesus e iluminado pela sua Palavra diz: “…mas, por causa de tua palavra, lançarei a rede” (v. 5). É a resposta da fé, que também nós somos chamados a dar. Disponibilidade é a atitude que o Senhor pede a todos os seus discípulos, especialmente àqueles que têm cargos de responsabilidade na Igreja. E a obediência confiante de Pedro gera um resultado prodigioso: “Eles o fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixes” (v. 6).
É uma pesca milagrosa, um sinal do poder da palavra de Jesus: quando nos colocamos generosamente ao seu serviço, Ele faz grandes coisas em nós. Assim age com cada um de nós: nos pede para recebê-lo no barco de nossas vidas, para compartilhar com ele e atravessar um novo mar, que se revela cheio de surpresas. Seu convite para sair para o mar aberto da humanidade em nosso tempo, para ser um testemunho de bondade e misericórdia, dá um novo significado à nossa existência, que muitas vezes corre o risco de se achatar sobre si mesma. Às vezes podemos ser surpreendidos e hesitantes diante da chamada que nos dirige o Mestre divino, e somos tentados a rejeitá-la por causa da nossa incapacidade. Mesmo Pedro, depois daquela incrível pesca, disse a Jesus: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!” (v. 8). Esta humilde oração é bela: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!”. Mas Pedro o disse de joelhos diante dele, que agora reconhece como “Senhor”. E Jesus o incentiva, dizendo: “Não temas; de agora em diante serás pescador de homens” (v. 10), porque Deus, se nós confiamos n’Ele, nos liberta de nossos pecados e nos abre diante de nós um novo horizonte: colaborar na sua missão.
O maior milagre realizado por Jesus a Simão e os outros pescadores decepcionados e cansados não foi a rede com os peixes, mas ajudá-los a não cair vítimas da decepção e do desânimo diante das derrotas. Jesus os abriu a tornar-se arautos e testemunhas da sua Palavra e do reino de Deus. E a resposta dos discípulos foi rápida e completa: “trouxeram seus barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram” (v. 11). A Santa Virgem Maria, modelo de pronta adesão à vontade de Deus, nos ajude a sentir o encanto da chamada do Senhor, e nos faça prontos para colaborar com Ele para difundir em todos os lugares sua palavra de salvação.


Fonte: O Catequista

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