Concluindo a seção sobre os anjos dentro das suas Catequeses sobre Deus Pai, o Papa São João Paulo II dedicou dois encontros ao tema da “queda dos anjos rebeldes” (nn. 46-47).
Para acessar o índice com os links para todas as Catequeses sobre o Creio, clique aqui.
Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM DEUS PAI
46. A queda dos anjos rebeldes
João Paulo II - 13 de agosto de 1986
1. Continuando o tema das catequeses
anteriores, dedicadas ao artigo da fé a respeito dos anjos, criaturas de Deus,
vamos explorar hoje o mistério da liberdade que alguns deles utilizaram
contra Deus e contra seu plano de salvação para com os homens.
Como testemunha o evangelista
Lucas, no momento em que os discípulos retornavam ao Mestre cheios de alegria pelos
frutos recolhidos em suas primeiras tarefas missionárias, Jesus pronuncia uma
frase que faz-nos pensar: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10,18).
Com estas palavras o Senhor afirma que o anúncio do Reino de Deus é sempre uma
vitória sobre o diabo, mas ao mesmo tempo revela também que a edificação do Reino
está continuamente exposta às insídias do espírito do mal. Interessar-se por isto,
como buscamos fazer com a catequese de hoje, significa preparar-se para o
estado de luta que é próprio da vida da Igreja neste tempo final da história
da salvação, assim como afirma o Livro do Apocalipse (cf. Ap 12,7).
Por outro lado, isto permite esclarecer a reta fé da Igreja frente àqueles
que a alteram, exagerando a importância do diabo, ou daqueles que negam ou
minimizam seu poder maligno.
As precedentes catequeses sobre os
anjos nos prepararam para compreender a verdade que a Sagrada Escritura revelou
e que a Tradição da Igreja transmitiu sobre Satanás, isto é, sobre o anjo
caído, o espírito maligno, chamado também diabo ou demônio.
2. Esta “queda”, que representa o caráter
de rejeição a Deus com o consequente estado de “condenação”, consiste na livre escolha
feita por aqueles espíritos criados que radical e irrevogavelmente rejeitaram Deus
e o seu reino, usurpando os seus direitos soberanos e tentando subverter a
economia da salvação e a própria ordem de toda a criação. Um reflexo desta atitude
se encontra nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais: “Sereis como Deus”
ou “como deuses” (cf. Gn 3,5). Assim o espírito maligno
tenta transplantar no homem a atitude de rivalidade, de insubordinação e de
oposição a Deus, que se tornou como que a motivação de toda a sua existência.
A queda dos anjos rebeldes (Domenico Beccafumi) |
3. No Antigo Testamento, a narração
da queda do homem, recolhida no Livro do Gênesis, contém uma referência à
atitude de antagonismo que Satanás quer comunicar ao homem para induzi-lo à
transgressão (cf. Gn 3,5). Também no Livro de Jó
lemos que Satanás tenta provocar a rebelião no homem que sofre (cf. Jó
1,11; 2,5.7). No Livro da Sabedoria Satanás é apresentado como o
artífice da morte, que entra na história do homem junto com o pecado (cf. Sb 2,24).
4. A Igreja, no IV Concílio
Lateranense (1215), ensina que o Diabo (ou Satanás) e os outros demônios “foram
criados bons por Deus, mas se tornaram maus por sua própria vontade” (cf.
Denzinger, n. 800). Lemos, com efeito, na Carta de Judas: “Os anjos
que não conservaram a sua dignidade, mas abandonaram a própria morada, Ele os guardou
presos em cadeias eternas, debaixo das trevas, para o juízo do grande dia” (Jd 6).
De maneira semelhante, na Segunda Carta de Pedro se fala de “anjos
que pecadores” que Deus “não poupou (...), mas, prendendo-os nas cadeias do
inferno, entregou-os às Trevas, onde estão guardados até o Julgamento” (2Pd 2,4).
Está claro que se Deus “não perdoa” o pecado dos anjos, o faz por que eles
permanecem no seu pecado, porque estão eternamente “nas cadeias” daquela
escolha que fizeram no início, rejeitando a Deus, contra a verdade do Bem
supremo e definitivo que é Deus mesmo. Neste sentido escreve São João: “O diabo
é pecador desde o princípio” (1Jo 3,8);
e “ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque nele
não há verdade” (Jo 8,44).
5. Estes textos nos ajudam a
compreender a natureza e a dimensão do pecado de Satanás, o qual consiste na rejeição
da verdade sobre Deus, conhecido à luz da inteligência e da Revelação como Bem
infinito, Amor e Santidade subsistente. Quanto maior era a perfeição
espiritual e a perspicácia cognoscitiva do intelecto angélico, quanto maior era
a sua liberdade e sua proximidade a Deus, tanto maior era o pecado. Rejeitando
a verdade conhecida sobre Deus com um ato da própria livre vontade, Satanás
se torna o “mentiroso cósmico” e o “pai da mentira” (Jo 8,44). Por isso
ele vive na radical e irreversível negação de Deus e tenta impor à criação,
aos outros seres criados à imagem de Deus, e em particular aos homens, sua
trágica “mentira sobre o Bem” que é Deus. No Livro do Gênesis
encontramos uma descrição precisa dessa mentira e falsificação da verdade sobre
Deus, que Satanás (sob a forma de serpente) tenta transmitir aos primeiros
representantes do gênero humano: Deus teria “ciúmes” de suas prerrogativas e,
portanto, impunha limitações ao homem (cf. Gn 3,5). Satanás
convida o homem a “libertar-se da imposição deste jugo”, fazendo-se “como Deus”.
6. Nesta condição de mentira
existencial, Satanás se torna - segundo São João - também “homicida”, isto é, destruidor
da vida sobrenatural que Deus “enxertou” desde o princípio nele e nas demais
criaturas feitas “à imagem de Deus”: os outros espíritos puros e os homens. Satanás
quer destruir a vida segundo a verdade, a vida na plenitude do bem, a
vida sobrenatural de graça e de amor. O autor do Livro da Sabedoria
escreve: “Foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo, e a experimentam
os que lhe pertencem” (Sb 2,24). No Evangelho, Jesus Cristo exorta:
“Temei aquele que pode destruir a alma e o corpo na Geena” (Mt 10,28).
7. Como efeito do pecado dos primeiros
pais, este anjo caído conquistou em certa medida o domínio sobre o homem.
Esta é a doutrina constantemente professada e anunciada pela Igreja, e que o Concílio
de Trento confirmou no tratado sobre o pecado original (cf. Denzinger,
n. 1511): essa doutrina encontra dramática expressão na Liturgia do Batismo,
quando se pede ao catecúmeno que renuncie a Satanás e a suas seduções.
Desta influência sobre o homem e sobre
as disposições do seu espírito (e do seu corpo) encontramos várias indicações na
Sagrada Escritura, na qual Satanás é chamado “o príncipe deste mundo” (cf. Jo 12,31;
14,30; 16,11) e inclusive “o deus deste mundo” (2Cor 4,4).
Encontramos muitos outros nomes que descrevem suas nefastas relações
com o homem: “Belzebu” ou “Belial”, “espírito imundo”, “tentador”, “maligno” e
finalmente “anticristo” (1Jo 4,3). É comparado a um “leão”
(1Pd
5,8), a um “dragão” (Ap) e a uma “serpente” (Gn 3).
Frequentemente para designá-lo é usado o nome “diabo”, do grego “diaballein”
(donde “diabolos”), que quer dizer: causar a destruição, dividir, caluniar,
enganar. E, na verdade, tudo isto acontece desde o princípio por obra do
espírito maligno, que é apresentado na Sagrada Escritura como uma pessoa, embora
afirme que não está só: “Somos muitos”, gritavam os diabos a Jesus na região
dos gerasenos (Mc 5,9); “o diabo e sus anjos”, diz Jesus na descrição
do juízo futuro (Mt 25,41).
8. Segundo a Sagrada Escritura, e
especialmente o Novo Testamento, o domínio e a influência de Satanás e dos demais
espíritos malignos abrange o mundo inteiro. Pensemos na parábola de Cristo
sobre o campo (que é o mundo), sobre a boa semente e sobre aquela má que o diabo
semeia no meio do grão, buscando arrancar dos corações o bem que foi “semeado” neles
(cf. Mt 13,38-39). Pensemos nas numerosas exortações à vigilância
(Mt 26,41; 1Pd 5,8), à oração e ao jejum (Mt 17,21).
Pensemos naquela forte afirmação do Senhor: “Esta espécie [de demônios] não pode
ser expulsada, a não ser pela oração” (Mc 9,29). A ação de Satanás
consiste antes de tudo em tentar os homens para o mal, influindo sobre sua
imaginação e sobre suas faculdades superiores para encaminhá-los à direção
contrária à lei de Deus. Satanás põe inclusive Jesus à prova (cf. Lc 4,3-13),
em uma tentativa extrema de contrastar as exigências da economia da salvação
tal como Deus a predestinou.
Não se exclui que em certos casos o
espírito maligno chegue a exercer sua influência não só sobre as coisas materiais,
mas também sobre o corpo do homem, para o qual falamos de “possessões
diabólicas” (cf. Mc 5,2-9). Nem sempre é fácil
discernir o que há de sobrenatural nesses casos, nem a Igreja consente ou apoia
facilmente a tendência a atribuir muitos fatos a intervenções diretas do demônio;
mas, a princípio, não se pode negar que, em seu afã de prejudicar e de conduzir
ao mal, Satanás possa chegar a esta extrema manifestação de sua superioridade.
9. Por fim, devemos acrescentar
que as impressionantes palavras do Apóstolo João - “O mundo inteiro está sob o
poder do Maligno” (1Jo 5,19) - aludem também à
presença de Satanás na história da humanidade, uma presença que se torna mais forte
à medida que o homem e a sociedade se afastam de Deus. A influência do espírito
maligno pode “ocultar-se” de forma mais profunda e eficaz: fazer-se ignorar
corresponde aos seus “interesses”. A habilidade de Satanás no mundo é a de induzir
os homens a negarem sua existência em nome do racionalismo ou de qualquer outro
sistema de pensamento que busque todas as “brechas” com tal de não admitir a sua
obra. No entanto, isto não significa a eliminação da livre vontade e da responsabilidade
do homem e menos ainda a frustração da ação salvífica de Cristo. Trata-se
mais de um conflito entre as forças escuras do mal e as da redenção. São eloquentes
neste sentido as palavras que Jesus dirigiu a Pedro no início da Paixão: “Simão!
Satanás pediu permissão para vos peneirar como o trigo. Eu, porém, orei por ti,
para que tua fé não desfaleça” (Lc 22,31-32).
Compreendemos assim porque Jesus, na oração que nos ensinou,
o “Pai nosso”, que é a oração do reino de Dios, termina quase bruscamente, ao
contrário de tantas outras orações do seu tempo, recordando-nos nossa condição
de expostos às insídias do Mal (do Maligno). O cristão, apelando ao Pai com o
espírito de Jesus e invocando o seu reino, grita com a força da fé: não nos deixes
sucumbir à tentação, livra-nos do Mal, do Maligno. Faz, ó Senhor, que não caiamos
na infidelidade à qual nos seduz aquele que foi infiel desde o início.
47. A vitória de Cristo sobre o espírito do mal
João Paulo II - 20 de agosto de 1986
1. Nossas catequeses sobre Deus,
Criador das coisas “invisíveis”, levaram-nos a iluminar e a revigorar nossa fé sobre
a verdade a respeito do maligno ou Satanás, não certamente querido por Deus,
sumo Amor e Santidade, cuja Providencia sapiente e forte sabe conduzir nossa
existência à vitória sobre o príncipe das trevas. A fé da Igreja, com efeito,
nos ensina que o poder de Satanás não é infinito. Ele é só uma criatura,
poderoso enquanto espírito puro, mas sempre uma criatura, com os limites da criatura,
subordinada ao querer e ao domínio de Deus. Se Satanás atua no mundo por seu ódio
contra Deus e o seu reino, isso é permitido pela Divina Providência, que
com poder e bondade (“fortiter et suaviter”) dirige a história do homem e
do mundo. Ainda que a ação de Satanás certamente cause muitos danos -
de natureza espiritual e indiretamente de natureza também física - aos indivíduos
e à sociedade, ele não pode, no entanto, anular a finalidade
definitiva à qual tendem o homem e toda a criação: o Bem. Ele não pode impedir
a edificação do reino de Deus, no qual haverá, por fim, a plena atuação da
justiça e do amor do Pai pelas criaturas eternamente “predestinadas” no Filho-Verbo,
Jesus Cristo. Mais ainda, podemos dizer com São Paulo que a obra do maligno
concorre para o bem (cf. Rm 8,28) e serve para edificar a glória dos “eleitos” (2Tm 2,10).
2. Assim, toda a história da
humanidade pode considerar-se em função da salvação total, na qual está
inscrita a vitória de Cristo sobre o “príncipe deste mundo” (Jo 12,31;
14,30; 16,11).
“Adorarás o Senhor, teu Deus, e só
a Ele prestarás culto” (Lc 4,8), diz Cristo de maneira decisiva a
Satanás. Em um momento dramático do seu ministério, aos que o acusavam descaradamente
de expulsar os demônios porque era aliado de Belzebu, chefe dos demônios, Jesus
responde com palavras ao mesmo tempo severas e reconfortantes: “Todo reino
dividido internamente ficará em ruínas, e toda cidade ou casa dividida internamente
não se manterá. Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como,
então, seu reino se manterá? (...) Se, no entanto, eu expulso demônios pelo Espírito
de Deus, é porque já chegou até vós o Reino de Deus” (Mt 12,25-26.28).
“Quando um homem forte e bem armado guarda sua propriedade, seus bens estão seguros;
mas quando chega um mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura em
que confiava e distribui os despojos” (Lc 11,21-22). As palavras
pronunciadas por Cristo a respeito do tentador encontram seu cumprimento
histórico na Cruz e na Ressurreição do Redentor. Como lemos na Carta aos
Hebreus, Cristo se fez participante da humanidade até a cruz “para destruir,
com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo. Assim, libertou
os que (...) estavam sujeitos à escravidão” (Hb 2,14-15). Esta é a
grande certeza da fé cristã: “O príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16,11);
e “para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do
diabo” (1Jo 3,8), como nos atesta São João. Assim, pois, o Cristo Crucificado
e Ressuscitado se revelou como o “mais forte” que venceu o “homem forte”, o
diabo, e o destronou.
Da vitória de Cristo sobre o diabo
participa também a Igreja: Cristo, com efeito, deu a seus discípulos o poder de
expulsar os demônios (cf. Mt 10,1 e paralelos; Mc 16,17).
A Igreja exerce tal poder vitorioso mediante a fé em Cristo e e oração (cf.
Mc 9,29; Mt 17,19-20),
que em casos específicos pode assumir a forma de exorcismo.
3. Nesta fase histórica da vitória
de Cristo se inscreve o anúncio e o início da vitória final, a parusia,
a segunda e definitiva vinda de Cristo no final da história, vinda à qual está
projetada a vida do cristão. Ainda que seja verdade que a história terrena
continua desenvolvendo-se sob a influência daquele espírito que, como diz São
Paulo, “atualmente está agindo nos rebeldes” (Ef 2,2), os fiéis
sabem que são chamados a lutar pelo definitivo triunfo do Bem: “Nossa luta
não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os
dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço”
(Ef 6,12).
4. A luta, à medida que se aproxima
o fim, se torna em certo sentido sempre mais violenta, como destaca especialmente
o Apocalipse, o último livro do Novo Testamento (cf. Ap 12,7-9).
Mas precisamente este livro acentua a certeza que nos é dada por toda a Revelação
Divina: isto é, que a luta se concluirá com a definitiva vitória
do bem. Nessa vitória, já presente no Mistério Pascal de Cristo, se cumprirá
definitivamente o primeiro anúncio do Livro do Gênesis, que é
significativamente chamado de “protoevangelho”, quando Deus adverte a serpente:
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela” (Gn 3,15).
Nessa fase definitiva, completando o mistério da sua paternal Providência, Deus
“libertará do poder das trevas” àqueles que eternamente “predestinou em Cristo”
e os “transferirá para o reino do seu Filho amado” (cf. Cl 1,13-14).
Então o Filho submeterá ao Pai todo o universo, para que “Deus seja tudo em
todos” (1Cor 15,28).
5. Com esta se concluem as
catequeses sobre Deus Criador das “coisas visíveis e invisíveis”, unidas em nossa
formulação com a verdade sobre a Divina Providência. Fica claro aos olhos do
que crê que o mistério do início do mundo e da história está unido indissoluvelmente
ao mistério do fim, no qual a finalidade de todo o criado chega a seu cumprimento.
O Credo, que une assim organicamente tantas verdades, é verdadeiramente a
catedral harmoniosa da fé.
De maneira progressiva e orgânica pudemos
admirar estupefatos o grande mistério da inteligência e do amor de Deus, em sua ação
criadora, para com o cosmos, o homem, o mundo dos espíritos puros. De
tal ação consideramos a matriz trinitária, a sapiente finalidade à vida do homem,
verdadeira “imagem de Deus”, e à sua vez chamado a reencontrar plenamente sua
dignidade na contemplação da glória de Deus. Recebemos luz sobre um dos máximos
problemas que inquietam o homem e perpassam sua busca da verdade: o
problema do sofrimento e do mal. Na raiz não está uma decisão errada ou má da
parte de Deus, mas sua opção, e de certo modo seu “risco”, de criar-nos livres
para nos ter como amigos. Da liberdade nasceu também o mal. Mas Deus não se rende,
e com sua sabedoria transcendente, ao nos predestinar a sermos seus filhos em Cristo,
tudo dirige com fortaleza e suavidade, para que o bem não seja vencido pelo
mal.
Devemos agora deixar-nos guiar pela
Divina Revelação na exploração de outros mistérios da nossa salvação. Enquanto
isso, acolhamos uma verdade que deve estar no coração de todo cristão: existem espíritos
puros, criaturas de Deus, inicialmente todos bons, e depois, por uma escolha de
pecado, irredutivelmente separados em anjos de luz e em anjos de trevas. E enquanto
a existência dos anjos maus pede a nós o sentido da vigilância, para não ceder
aos seus ardis, estamos certos de que o poder vitorioso de Cristo Redentor
circunda nossa vida para que também nós mesmos sejamos vencedores. Nisso somos
validamente ajudados pelos anjos bons, mensageiros do amor de Deus, aos quais, como
ensina a tradição da Igreja, dirigimos a nossa oração: “Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardados, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me
guarda, me governa, me ilumina. Amém” [1].
O anjo da guarda afasta a alma do diabo e a aponta o céu (Domenico Fetti) |
Nota:
[1] Texto em italiano
recitado pelo Papa: “Angelo di Dio, che sei il mio custode, illumina,
custodisci, reggi e governa me, che ti fui affidato dalla pietà celeste. Amen”.
No original em latim: “Angele Dei, qui custos es mei, me, tibi commissum
pietate superna, illúmina, custódi, rege et gubérna. Amen”.
Tradução nossa a partir do texto italiano divulgado no site da Santa Sé (13 de agosto e 20 de agosto de 1986).
Nenhum comentário:
Postar um comentário