No ano de 2019 destacamos aqui em nosso blog três artigos
publicados na Revista Eclesiástica
Brasileira (REB), publicação quadrimestral do Instituto Teológico
Franciscano de Petrópolis (RJ).
Nesta postagem gostaríamos de dar continuidade à proposta
com outros cinco artigos sobre
Liturgia e Sacramentos publicados na Revista entre 2016 e 2018. Estes tratam dos sacramentos da Reconciliação e da Ordem, da Liturgia no pensamento de Santa Edith Stein (†1942) e das “Antífonas do Ó” entoadas nos últimos dias do Advento.
Para acessar os artigos na íntegra, cujos links indicamos a
seguir, é necessário inscrever-se (gratuitamente) no site da revista.
Sacramento da
Penitência-Reconciliação: Achegas teológicas e sugestões pastorais
Pe. Antonio Alves de Melo
O sacramento da Penitência-Reconciliação passa por mais uma crise
em sua história. A superação dessa crise requer aprofundamento na teologia e
abertura na pastoral. Na teologia, são fundamentais os conceitos de penitência,
confissão e reconciliação, bem como o fato de que é na reconciliação com a
Igreja que se realiza a reconciliação com Deus. Na pastoral, vemo-nos diante de
dois desafios. O primeiro consiste na educação dos fiéis e das comunidades para
o autêntico sentido da Reconciliação; o segundo, em assumir as aberturas do Ritual da Penitência e avançar a partir
delas na renovação desse sacramento de importância decisiva na existência
cristã, porém, ainda muito necessitado de aprofundamento teológico, litúrgico e
pastoral. Somente uma renovação séria e corajosa fará com que o sacramento da
Reconciliação cumpra a missão que lhe cabe na existência dos fiéis, das
comunidades e na edificação da Igreja.
Penitência cotidiana:
Uma verdade a ser recordada
Pe. Francisco Taborda
Nos seis-sete primeiros séculos, procurava-se o perdão dos
pecados em formas cotidianas de obter a reconciliação que Deus nos oferece em
Cristo. A forma elaborada, conhecida na pesquisa histórica como “penitência
canônica” (Sacramento da Penitência), era reservada para poucos pecados
gravíssimos, exigia penitências rigorosíssimas que duravam anos e não podia ser
repetida. Em compensação, as formas cotidianas (escuta da Palavra de Deus,
esmola-oração-jejum, confissão a leigos, a Eucaristia como sacramento do
perdão) eram muito valorizadas e recomendadas. Se essas formas cotidianas forem
novamente valorizadas, não haverá razão para lamentar-se sobre a chamada “crise
da confissão”. O estudo é precedido por uma reflexão antropológica sobre a
reconciliação (o “fazer as pazes”) no âmbito humano.
Estarei amanhã (Ero cras): Uma meditação teológica para
o Advento
Pe. Francisco Taborda
Este artigo reflete teologicamente sobre as antífonas ao Magnificat próprias dos dias 17 a 23 de
dezembro. São conhecidas como “antífonas maiores” ou “antífonas do Ó”, pois
começam com esta exclamação. Depois da invocação ao Messias sob 18 diferentes
títulos tomados do Antigo Testamento, segue-se em cada antífona uma segunda
parte em que se pede a vinda do Senhor. O texto das antífonas está carregado de
referências bíblicas, que se procuram destrinçar neste artigo, e constituem um
convite à reflexão cristológica em preparação ao Natal. Depois de breve
introdução geral de caráter descritivo, histórico e literário, o artigo analisa
cada uma das antífonas, procurando explicitar sua teologia.
Para saber mais, confira nossa postagem sobre as Antífonas do Ó.
O rosto litúrgico não
violento de Edith Stein
Antonio Henrique Campolina Martins
Seguindo cronologicamente os passos da vida de Edith Stein,
o texto faz-nos ver como esta figura plena de mulher emerge da Liturgia nas
tradições judaica e cristã sem inclusivismos, ou seja, sem mistura e sem
confusão, sem divisão e sem separação, sinalizando para a ortopráxis do diálogo inter-religioso. Esta biografia litúrgica de
Edith Stein quer expressar ainda, de modo contundente, desde o seu nascimento
em Breslau até sua morte em Auschwitz, a resistência existencial não violenta
desta judia por nascimento e desta cristã por amor que viveu e morreu no kippur e na cruz.
Ministério ordenado -
Aspectos históricos e teológicos (Um esboço)
Francisco Taborda
Trata-se de esboçar a evolução histórica dos três
ministérios ordenados. O episcopado passou de uma forma coletiva para o
episcopado de um só. Na Idade Média, foi visto como mera “dignidade” até que o
Vaticano II recupera a sacramentalidade do episcopado e sua colegialidade. Com
a passagem do episcopado coletivo ao monepiscopado, o presbitério se torna o
conselho do Bispo. O crescimento da Igreja leva os presbíteros a assumirem a
presidência da Eucaristia por encargo do Bispo; o coletivo se diluiu num grupo
de indivíduos. O presbítero se torna o agente quase exclusivo da atuação
eclesial e o presbiterado o ápice do Sacramento da Ordem. O Concílio de Trento
consagra essa perspectiva. O Vaticano II redescobre o caráter colegiado do
presbiterado. O ministério diaconal experimenta nos primeiros séculos uma
ascensão que atinge seu apogeu nos séculos IV-VI. A partir de então, entra em
rápido declínio a ponto de reduzir-se, na Igreja latina, a mero degrau para se
alcançar o presbiterado. O Vaticano II restaura o diaconado como ordem
permanente.
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