Jesus como “fundador da estrutura ministerial e sacramental da Igreja” foi a reflexão proposta pelo Papa São João Paulo II em suas Catequeses nn. 56-57 sobre Jesus Cristo.
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Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO
56. Jesus, fundador da estrutura ministerial da Igreja
João Paulo II - 22 de junho de 1988
1. Como afirmamos na Catequese
anterior, toda a missão de Jesus de Nazaré, seu ensinamento, os signos que fazia,
até aquele supremo, a Ressurreição (“o sinal do profeta Jonas”), estavam
destinados a “reunir” os homens. Esta “assembleia” do novo Povo de Deus constitui
o primeiro esboço da Igreja, na qual, por vontade e instituição de Cristo, deve
verificar-se e perdurar na história do homem o Reino de Deus iniciado com a vinda
e a missão messiânica de Cristo. Jesus de Nazaré anunciava o Evangelho a
todos os que o seguiam para escutá-lo, mas, ao mesmo tempo, chamou alguns de
modo particular a segui-lo, para serem preparados por Ele para una missão
futura. Trata-se, por exemplo, da vocação de Filipe (Jo 1,43), de
Simão (Lc 5,10) e de Levi, o publicano: também a ele Cristo se
dirige com o seu “segue-me” (cf. Lc 5,27-28).
A “árvore da Igreja”, tendo como primeiros “frutos” os Doze Apóstolos |
2. Particularmente relevante para
nós é o fato de que, entre os seus discípulos, Jesus tenha escolhido os Doze:
uma escolha que teve também o caráter de uma “instituição”. O Evangelho
de Marcos (Mc 3,14) utiliza a respeito a expressão “instituiu”, “constituiu”
(em grego: έποίησεν), verbo que no texto grego da Septuaginta é usado também para
a obra da criação; por isso o texto hebraico original usa a palavra “bara”,
que não possui um correspondente preciso em grego: “bara” expressa
aquilo que só o próprio Deus “faz”, criando do nada. Em todo caso, também a
expressão grega “έποίησεν” é suficientemente eloquente em relação
aos Doze: fala da sua instituição como de uma ação decisiva de Cristo que produziu
uma nova realidade. As funções - as tarefas - que os Doze recebem são consequência
daquilo em que eles se converteram em virtude da instituição por parte de
Cristo (instituiu = fez).
3. É significativo também o
modo com o qual Jesus realizou a escolha dos Doze: Ele “foi à montanha para
orar, e passou a noite em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou os discípulos e escolheu
doze entre eles, aos quais também chamou Apóstolos” (Lc 6,12-13).
Seguem os nomes dos escolhidos: Simão, a quem Jesus dá o nome de Pedro; André,
seu irmão; Tiago e João (Marcos precisa que eram filhos de Zebedeu e que Jesus
lhes deu o apelido de “Boanerges”, que significa “filhos do trovão”); Filipe;
Bartolomeu; Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado o Zelote; Judas
de Tiago; e Judas Iscariotes, “que foi o traidor” (cf. Lc 6,14-16).
Entre as listas dos Doze que se encontram nos três Evangelhos Sinóticos e nos Atos
dos Apóstolos há concordância, não obstante algumas pequenas diferenças.
4. Jesus mesmo falará um dia desta
eleição dos Doze, destacando o que o moveu a fazê-la: “Não fostes vós que me escolhestes;
fui Eu que vos escolhi...” (Jo 15,16); e acrescenta: “Se fôsseis do
mundo, o mundo amaria o que é seu; ora, porque não sois do mundo, mas Eu vos escolhi
do mundo, por isso o mundo vos odeia” (v. 19).
Jesus havia constituído os Doze “para
estarem com Ele” e para poder “enviá-los a anunciar, com a autoridade de
expulsar demônios” (Mc 3,14-15). Portanto, foram escolhidos e “instituídos” para
uma missão precisa. São “enviados” (“apostoloi”).
No texto de João lemos ainda: “Não
fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e vos designei, para
irdes e produzirdes fruto, e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16).
Este “fruto” em outra passagem é designado com a imagem da “pesca”, quando Jesus,
depois da pesca milagrosa no lago de Genesaré, diz a Pedro, emocionado por
aquele fato prodigioso: “Não temas! Doravante serás pescador de homens!”
(Lc 5,10).
5. Jesus coloca a missão dos Apóstolos
em relação de continuidade com sua própria missão quando, na oração
(sacerdotal) da Última Ceia, diz ao Pai: “Como Tu me enviaste ao mundo, Eu
também os enviei ao mundo” (Jo 17,18). Neste contexto se tornam compreensíveis
também outras palavras de Jesus: “Eu disponho para vós
do Reino, como o meu Pai dispôs dele para mim” (Lc 22,29). Jesus
não diz aos Apóstolos simplesmente: “A vós é confiado o mistério do Reino de Deus”
(Mc 4,11), como se lhes fosse “dado” apenas de modo cognoscitivo, mas
“transmite” aos Apóstolos o Reino que Ele mesmo iniciou com a sua missão messiânica
sobre a terra. Este Reino “disposto” ao Filho pelo Pai é o cumprimento das
promessas feitas já na antiga aliança. O próprio número dos “doze”
Apóstolos corresponde, nas palavras de Cristo, às “doze tribos de
Israel”: “Quando o mundo for renovado e o Filho do homem se assentar no trono
de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze
tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19,28; cf. Lc 22,30).
Os Apóstolos - “os Doze” - como início do novo Israel, são ao
mesmo tempo “situados” na perspectiva escatológica da vocação
de todo o Povo de Deus.
6. Depois da Ressurreição, antes
de enviar definitivamente os Apóstolos a todo o mundo, Cristo vincula ao seu serviço
a administração dos sacramentos do Batismo (cf. Mt 28,18-20),
da Eucaristia (Mc 14,22-24 e paralelos) e da Penitência e Reconciliação
(Jo 20,22-23), instituídos por Ele como sinais salvíficos da graça. Os
Apóstolos, portanto, são dotados de autoridade sacerdotal e pastoral na Igreja.
Da instituição da estrutura sacramental da
Igreja falaremos na próxima Catequese. Aqui queremos fazer notar a instituição
da estrutura ministerial, ligada aos Apóstolos e, por consequência,
à sucessão apostólica na Igreja. A este respeito devemos recordar também as
palavras com as quais Jesus descreveu e instituiu o particular “ministerium”
de Pedro: “Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja,
e as portas do Hades não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino
dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares
na terra, será desligado nos céus” (Mt 16,18-19). Todas semelhanças
que refletem e nos fazem perceber a ideia da Igreja-Reino de Deus, dotada de uma
estrutura ministerial, como estava no pensamento de Jesus.
7. As questões do “ministerium” e,
ao mesmo tempo, do sistema hierárquico da Igreja serão aprofundadas de modo mais
detalhado em um futuro ciclo de Catequeses eclesiológicas. Aqui é oportuno fazer
notar apenas um detalhe significativo a respeito da dolorosa experiência da Paixão
e da Morte de Cristo na cruz. Ao prever a negação de Pedro, Jesus diz ao
Apóstolo: “Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E
tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lc 22,32).
Mais tarde, depois da Ressurreição, obtida a tríplice confissão de amor por
parte de Pedro - “Senhor, Tu sabes que te amo” -, Jesus confirma
definitivamente sua missão pastoral universal: “Apascenta minhas ovelhas...”
(Jo 21,15-17).
8. Podemos dizer, portanto, que as
diferentes passagens do Evangelho indicam claramente que Jesus Cristo transmite
aos Apóstolos “o Reino” e “a missão” que Ele mesmo recebeu do Pai e, ao mesmo tempo,
institui a estrutura fundamental da sua Igreja, na qual este Reino
de Deus, mediante a continuação da missão messiânica de Cristo, deve realizar-se
em todas as nações da terra como cumprimento messiânico e escatológico das
eternas promessas de Deus. As últimas palavras dirigidas por Jesus aos Apóstolos
antes do seu retorno ao Pai expressam de maneira definitiva a realidade e as
dimensões dessa instituição: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos
mandei. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,18-20;
cf. Mc 16,15-18; Lc 24,47-48).
57. Jesus, fundador da estrutura sacramental da Igreja
João Paulo II - 13 de julho de 1988
1. “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 18,20). Estas palavras, pronunciadas por Jesus Ressuscitado
por ocasião do envio dos Apóstolos a todo o mundo, testemunham que o Filho de Deus,
o qual, vindo ao mundo, deu início ao Reino de Deus na história da humanidade,
transmitiu-o aos Apóstolos, em estreita relação com a continuidade da sua missão
messiânica: “Eu disponho para vós do Reino, como o meu Pai dispôs dele para mim”
(Lc 22,9). Para a realização deste Reino e o cumprimento da sua própria
missão, Ele instituiu na Igreja uma estrutura “ministerial” visível,
que devia durar “até o fim dos tempos”, segundo o princípio de transmissão aos
sucessores dos Apóstolos sugerido pelas próprias palavras de Jesus Ressuscitado.
É um “ministerium” ligado ao “mysterium”, pelo qual os Apóstolos
se consideram e querem ser considerados “servos de Cristo e administradores dos
mistérios de Deus” (1Cor 4,1). A estrutura ministerial da
Igreja supõe e inclui uma estrutura sacramental que está a seu
“serviço” (ministerium = serviço).
2. Esta relação entre
“ministerium” e “mysterium” remete a uma verdade teológica
fundamental: Cristo prometeu não só estar “com” os Apóstolos, isto é, “com” a Igreja,
até o fim dos tempos, mas também estar Ele mesmo “na” Igreja
como fonte e princípio de vida divina: daquela “vida eterna” que pertence Àquele
que confirmou, por meio do Mistério Pascal, seu poder vitorioso sobre o pecado e
a morte. Mediante o serviço apostólico da Igreja, Cristo deseja transmitir aos homens
esta vida divina, para que possam “permanecer n’Ele e Ele neles”,
segundo se expressa na parábola da videira e dos ramos, que forma parte do
discurso de despedida, relatado no Evangelho de João: “Eu sou a videira,
e vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim, como Eu nele, esse dá muito
fruto; pois sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).
3. Portanto, por instituição
de Cristo, a Igreja possui não só uma estrutura ministerial visível
e “externa”, mas ao mesmo tempo (e sobretudo) uma capacidade “interior”,
pertencente a uma esfera invisível, mas real, onde está a fonte de toda doação
da vida divina, da participação na vida trinitária de Deus: daquela vida
que está em Cristo e que de Cristo, mediante a ação do Espírito Santo, é
comunicada aos homens para o cumprimento do desígnio salvífico de Deus. Os
sacramentos, instituídos por Cristo, são os sinais visíveis dessa capacidade de
transmitir a vida nova, o novo dom de si que Deus mesmo faz ao homem, isto é,
a graça. Esses a significam e ao mesmo tempo a comunicam.
Também aos sacramentos da Igreja dedicaremos no futuro um ciclo de Catequeses. O
que nos interessa agora é fazer notar antes de tudo a essencial união dos sacramentos
com a missão de Cristo que, ao fundar a Igreja, dotou-a de uma estrutura
sacramental. Como sinais, os sacramentos pertencem à ordem visível da Igreja;
ao mesmo tempo, aquilo que eles significam e comunicam, a vida divina, pertence
ao “mysterium” invisível do qual deriva a vitalidade sobrenatural do Povo
de Deus na Igreja. Esta é a dimensão invisível da vida da Igreja que, ao
participar do mistério de Cristo, dele haure essa vida, como de uma de uma fonte
inesgotável e que se identifica sempre mais com Ele como única “videira” (Jo 15,1).
4. Neste ponto devemos
ao menos mencionar a específica inserção dos sacramentos na estrutura
ministerial da Igreja.
Sabemos que,
durante sua atividade pública, Jesus “realizava sinais” (cf., por
exemplo, Jo 2,23; 6,2ss). Cada um deles constituía a manifestação
do poder salvífico (onipotência) de Deus, libertando os homens do mal físico. Mas,
ao mesmo tempo, esses sinais, isto é, os milagres, precisamente como “sinais”, indicavam a
superação do mal moral, a transformação e a renovação do homem no Espírito
Santo. Os sinais sacramentais, com os quais Cristo dotou a sua Igreja,
devem servir ao mesmo objetivo. Isto está claro no Evangelho.
5. Antes de tudo no
que se refere ao Batismo. Este signo da purificação espiritual era
usado já por João Batista, de quem inclusive Jesus recebeu “o Batismo de penitência”
no Jordão (cf. Mc 1,9 e paralelos). Mas o próprio João
distinguia claramente o Batismo administrado por ele daquele que seria administrado
por Cristo: “O que vem depois de mim... vos batizará com o Espírito Santo”
(Mt 3,11). Além disso, encontramos no Quarto Evangelho uma interessante
alusão ao “Batismo” administrado por Jesus, e mais precisamente por seus
discípulos, na “região da Judeia”, distinto daquele de João (cf. Jo 3,22.26;
4,2).
Por sua vez, Jesus fala do
Batismo que Ele mesmo deve receber, indicando com estas palavras
a sua futura Paixão e Morte na cruz: “Tenho um Batismo no qual devo
ser batizado, e como me angustio até que se complete!” (Lc 12,50). E
aos dois irmãos, João e Tiago, pergunta: “Podeis beber o cálice que Eu vou
beber, ou ser batizados com o Batismo com o qual serei batizado?” (Mc 10,38).
6. Se queremos nos referir
propriamente ao sacramento que será transmitido à Igreja, o encontramos indicado
especialmente nas palavras de Jesus a Nicodemo: “Em verdade, em
verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar
no Reino de Deus” (Jo 3,5).
Enviando os Apóstolos a pregar o Evangelho a todo o mundo, Jesus lhes ordenou administrar justamente este Batismo: o Batismo “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). E precisou: “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16,16). “Ser
salvo”, “entrar no Reino de Deus”, quer dizer ter a vida divina,
que Cristo doa como “a videira aos ramos” (cf. Jo 15,1),
por obra deste “Batismo” com o qual Ele mesmo foi “batizado” no Mistério Pascal
da sua Morte e Ressurreição. São Paulo apresentará magnificamente o Batismo
cristão como “imersão na Morte de Cristo” para permanecer unidos a Ele na Ressurreição
e viver uma vida nova (cf. Rm 6,3-11). O Batismo é o
início sacramental desta vida no homem.
A importância
fundamental do Batismo para a participação na vida divina é enfatizada pelas palavras
com as quais Cristo envia os Apóstolos a pregar o Evangelho ao mundo inteiro (cf. Mt 28,19).
7. Os mesmos Apóstolos,
em estreita união com a Páscoa de Cristo, receberam a autoridade de perdoar os
pecados. Também Cristo naturalmente possuía essa autoridade: “O Filho do homem
tem, na terra, autoridade para perdoar pecados” (Mt 9,6). Ele transmitiu
o mesmo poder aos Apóstolos depois da Ressurreição, quando soprou sobre eles e
disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, lhes serão
perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (Jo 20,22-23).
“Perdoar os pecados” significa, positivamente, restituir ao
homem a participação na vida divina que há em Cristo. O
sacramento da Penitência (ou da Reconciliação) está, pois, conectado de modo essencial
com o mistério “da videira e dos ramos”.
8. No entanto, a
plena expressão dessa comunhão de vida com Cristo é a Eucaristia. Jesus
instituiu este sacramento na véspera da sua Morte redentora na cruz, durante a Última
Ceia (a Ceia pascal) no Cenáculo de Jerusalém (cf. Mc 14,22-24; Mt 26,26-30; Lc 22,19-20;
1Cor 11,23-26). Esse sacramento é o sinal permanente da presença do
seu Corpo entregue à morte e do seu Sangue derramado “para remissão dos pecados”
e, ao mesmo tempo, cada vez que é celebrado, se faz presente o sacrifício
salvífico do Redentor do mundo. Tudo isso acontece sob os sinais
sacramentais do pão e do vinho e, portanto, do banquete pascal, conectado pelo
próprio Jesus ao mistério da cruz, como nos recordam as palavras da instituição,
repetidas na fórmula sacramental: “Isto é o meu Corpo, que será entregue por vós;
este é o cálice do meu Sangue... que será derramado por vós e por todos para remissão
dos pecados”.
9. O alimento e a
bebida, que na ordem temporal servem ao sustento da vida humana, no seu
significado sacramental indicam e produzem a participação na vida divina
que está em Cristo, “a videira verdadeira”. Ele, com o preço do seu sacrifício
redentor, transmite essa vida aos “ramos”: seus discípulos e seguidores. Evidenciam-no
as palavras do anúncio eucarístico pronunciadas na sinagoga de Cafarnaum: “Eu
sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão, viverá
eternamente. E o pão que Eu darei é a minha carne, para a vida do mundo” (Jo 6,51).
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei
no último dia” (v. 54).
10. A Eucaristia,
como sinal do banquete fraterno, está estreitamente vinculada com a
promulgação do mandamento do amor (cf. Jo 13,34;
15,12).
Segundo o ensinamento
paulino, este amor une intimamente todos os integrantes da comunidade da Igreja:
“Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos
participamos desse único pão” (1Cor 10,17). Nesta união,
fruto do amor fraterno, se reflete de alguma forma a unidade trinitária do Filho
com o Pai, como resulta da oração de Jesus: “Que todos sejam um, como Tu, Pai,
estás em mim e Eu em ti...” (Jo 17,21). A Eucaristia nos faz participantes
da unidade da vida divina, segundo as palavras de Jesus: “Como o Pai, que vive,
me enviou e Eu vivo pelo Pai, também o que comer de mim viverá por mim” (Jo 6,57).
Precisamente por isso
a Eucaristia é o sacramento que de modo particularíssimo “edifica
a Igreja” como comunidade dos que participam na vida divina por meio de
Cristo, única “Videira”.
Fonte, símbolo dos sete Sacramentos |
Tradução nossa a partir do texto
italiano divulgado no site da Santa Sé (22 de junho e 13 de julho de 1988).
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