sábado, 18 de outubro de 2014

Ângelus do Papa: XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 12 de outubro de 2014

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
No Evangelho deste domingo Jesus fala-nos da resposta que se dá ao convite de Deus - representado por um rei - para participar em um banquete de núpcias (Mt 22,1-14). O convite tem três características: a gratuidade, a generosidade, a universalidade. Os convidados são muitos, mas verifica-se algo surpreendente: nenhum dos escolhidos aceita participar na festa, dizendo que têm outras coisas para fazer; aliás, alguns demonstram indiferença, estranheza e até incômodo. Deus é bom para conosco, oferece-nos gratuitamente a sua amizade, concede-nos gratuitamente a sua alegria, a salvação, mas muitas vezes não recebemos os seus dons, colocando em primeiro lugar as nossas preocupações materiais, os nossos interesses, e também quando o Senhor nos chama, muitas vezes parece que nos incomoda.

Alguns dos convidados até maltratam e chegam a matar os servos que comunicam o convite. Mas não obstante a falta de adesões da parte dos convidados, o plano de Deus não se interrompe. Diante da rejeição dos primeiros convidados, Ele não desanima, não suspende a festa, mas volta a propor o convite, ampliando-o para além de qualquer limite racional, e manda os seus empregados às praças e às encruzilhadas das estradas para reunir todos aqueles que encontram. Trata-se de pessoas simples, pobres, abandonadas e deserdadas, bons e maus - inclusive os maus são convidados - sem qualquer distinção. E a sala enche-se de «excluídos». Rejeitado por alguns, o Evangelho recebe o acolhimento inesperado em muitos outros corações.

A bondade de Deus não conhece confins e não discrimina ninguém: por isso, a festa dos dons do Senhor é universal para todos! A todos é oferecida a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de se sentir privilegiado, nem de reivindicar uma exclusividade. Tudo isto nos induz a vencer o hábito de nos inserirmos comodamente no centro, como faziam os chefes dos sacerdotes e os fariseus. Isto não se deve fazer; nós devemos abrir-nos às periferias, reconhecendo que até quantos estão nas margens, também aquele que é rejeitado e desprezado pela sociedade, constitui objeto da generosidade de Deus. Todos nós somos chamados a não reduzir o Reino de Deus aos confins da «igrejinha» - a nossa «igrejinha» - mas a dilatar a Igreja às dimensões do Reino de Deus. Só há uma condição: revestir-se com o hábito nupcial, ou seja, dar testemunho da caridade para com Deus e com o próximo.

Confiemos à intercessão de Maria Santíssima os dramas e as esperanças de tantos nossos irmãos e irmãs, excluídos, frágeis, rejeitados e desprezados, inclusive aqueles que são perseguidos por causa da fé, e invoquemos a sua salvaguarda também sobre os trabalhos do Sínodo dos Bispos, congregado nestes dias no Vaticano.


Fonte: Santa Sé.

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