quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Fotos da Homenagem do Papa à Imaculada (2025)

Na tarde da segunda-feira, 08 de dezembro de 2025, Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, o Papa Leão XIV presidiu a tradicional homenagem à Imaculada na Praça da Espanha em Roma.

Como de costume, a celebração teve início com o sinal da cruz, a saudação e uma oração do Papa, que em seguida abençoou algumas flores a serem depositadas diante da imagem. Seguiram-se a Ladainha da Virgem Maria (do Ritual da Coroação), a oração do Papa e a bênção. Antes e após a celebração, por sua vez, foram entoados vários cantos marianos.

O Papa foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Didier Jean-Jacques Bouable. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Imagem da Imaculada
Chegada do Papa


Sinal da cruz

Oração do Papa Leão XIV à Imaculada (2025)

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria
Ato de veneração à Imaculada
Oração do Papa Leão XIV
Praça da Espanha, Roma
Segunda-feira, 08 de dezembro de 2025

Ave, ó Maria!
Alegra-te, cheia de graça, daquela graça que, como luz gentil, torna radiantes aqueles sobre os quais reverbera a presença de Deus.

O Mistério envolveu-te desde o princípio, a partir do ventre da tua mãe começou a fazer em ti grandes coisas, que logo exigiram o teu consentimento, aquele “Sim” que inspirou muitos outros “sins”.

Imaculada, Mãe de um povo fiel, a tua transparência ilumina Roma com luz eterna, o teu caminho perfuma as suas ruas mais do que as flores que hoje te oferecemos.
Muitos peregrinos do mundo inteiro, ó Imaculada, percorreram as ruas desta cidade ao longo da história e neste ano jubilar.
Uma humanidade provada, por vezes esmagada, humilde como a terra da qual Deus a moldou e na qual não cessa de soprar o seu Espírito de vida.

Olha, ó Maria, para tantos filhos e filhas nos quais a esperança não se apagou: germine neles o que o teu Filho semeou, Ele, Palavra viva que em cada um pede para crescer ainda mais, para tomar carne, rosto e voz.
Que floresça a esperança jubilar em Roma e em todos os cantos da terra, esperança no mundo novo que Deus prepara e do qual tu, ó Virgem, és como a gema e a aurora.
Depois das Portas Santas, abram-se agora outras portas de casas e oásis de paz onde refloresça a dignidade, se eduque para a não violência, se aprenda a arte da reconciliação.

Venha o Reino de Deus, novidade que tanto esperaste e à qual te abriste inteiramente, desde criança, jovem mulher e mãe da Igreja nascente.
Inspira novas intuições à Igreja que caminha em Roma e às Igrejas particulares que em cada contexto recolhem as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos nossos contemporâneos, sobretudo dos pobres, e de todos aqueles que sofrem.
Que o Batismo gere homens e mulheres santos e imaculados, chamados a tornar-se membros vivos do Corpo de Cristo, um Corpo que age, consola, reconcilia e transforma a cidade terrena na qual se prepara a Cidade de Deus.
Intercede por nós, confrontados com mudanças que parecem encontrar-nos despreparados e impotentes.
Inspira sonhos, visões e coragem, tu que sabes melhor do que ninguém que nada é impossível para Deus e que Deus não faz nada sozinho.

Coloca-nos a caminho, com a pressa que um dia moveu os teus passos em direção à tua prima Isabel e a trepidação com que te tornaste exilada e peregrina, para seres abençoada, sim, mas entre todas as mulheres, primeira discípula do teu Filho, Mãe do Deus conosco.
Ajuda-nos a ser sempre Igreja com e entre as pessoas, fermento na massa de uma humanidade que invoca justiça e esperança.
Imaculada, mulher de infinita beleza, cuida desta cidade, desta humanidade.
Indica-lhe Jesus, leva-a a Jesus, apresenta-a a Jesus.
Mãe, Rainha da paz, roga por nós!


Fonte: Santa Sé.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Ângelus: Imaculada Conceição de Maria (2025)

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Segunda-feira, 08 de dezembro de 2025

Hoje celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. Expressamos a nossa alegria porque o Pai do Céu a quis «inteiramente imune da mancha do pecado original» (cf. Beato Pio IX, Constituição Apostólica Ineffabilis Deus, 08 de dezembro de 1854), cheia de inocência e santidade para poder confiar-lhe, para a nossa salvação, «o seu Filho Unigênito... amado como a si mesmo» (ibid.).

O Senhor concedeu a Maria a graça extraordinária de um coração totalmente puro, em vista de um milagre ainda maior: a vinda ao mundo, como homem, do Cristo Salvador (cf. Lc 1,31-33). A Virgem recebeu esta notícia, com o espanto típico dos humildes, pela saudação do Anjo: «Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!» (v. 28), e com fé respondeu o seu “sim”: «Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra» (v. 38).

Comentando estas palavras, Santo Agostinho diz que «Maria acreditou e, aquilo em que acreditou, nela se realizou» (Sermão 215, 4). O dom da plenitude da graça, na jovem de Nazaré, pôde dar fruto porque ela, na sua liberdade, o acolheu abraçando o projeto de Deus. O Senhor age sempre assim: faz-nos grandes dons, mas deixa-nos livres para os aceitar ou não. Por isso Agostinho acrescenta: «Acreditemos também nós, para que o que se realizou [nela] possa beneficiar-nos também» (ibid.). Assim, esta festa, que nos alegra pela beleza imaculada da Mãe de Deus, convida-nos também a acreditar como ela acreditou, dando o nosso consentimento generoso à missão para a qual o Senhor nos chama.

O milagre que aconteceu a Maria na sua concepção renovou-se para nós no Batismo: lavados do pecado original, nos tornamos filhos de Deus, sua morada e templos do Espírito Santo. E como Maria, por graça especial, pôde acolher em si Jesus e doá-lo aos homens, assim «o Batismo permite que Cristo viva em nós e a nós que vivamos unidos a Ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo a própria condição, para a transformação do mundo» (Francisco, Catequese, 11 de abril de 2018).

Caríssimos, grande é o dom da Imaculada Conceição, mas também é grande o dom do Batismo que recebemos! O “sim” da Mãe do Senhor é maravilhoso, mas o nosso “sim” também pode sê-lo, se renovado todos os dias com fidelidade, gratidão, humildade e perseverança, na oração e nas obras concretas de amor, desde os gestos mais extraordinários até os compromissos e serviços mais quotidianos, para que Jesus seja conhecido, acolhido e amado em toda a parte e a sua salvação chegue a todos.

Pedimos isso hoje ao Pai, por intercessão da Imaculada, enquanto rezamos juntos com as palavras nas quais ela mesma acreditou por primeiro.

Imaculada Conceição de Maria
(Raúl Berzosa Fernández)

Fonte: Santa Sé.

Catequeses do Jubileu 2025: Infância de Jesus 1

Ao longo do Jubileu Ordinário de 2025 os Papas Francisco (até sua morte em abril) e Leão XIV (a partir da sua eleição em maio) proferiram uma série de Catequeses inspiradas no “tema ” do Ano Santo, intituladas “Jesus Cristo, nossa esperança”.

A partir desta postagem gostaríamos de repropor essas reflexões, começando com a seção dedicada à infância de Jesus. Confira nessa primeira parte, portanto, as primeiras duas meditações: sobre a genealogia de Jesus (Mt 1,1-17) e sobre a Anunciação a Maria (Lc 1,26-28).

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Jubileu 2025: Jesus Cristo, nossa esperança
1.1. A infância de Jesus: Genealogia de Jesus (Mt 1,1-17)

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje começamos o ciclo de Catequeses que decorrerá durante todo o Ano Jubilar. O tema é “Jesus Cristo, nossa esperança”: com efeito, Ele é a meta da nossa peregrinação e Ele mesmo é o caminho, a estrada a percorrer.

A primeira parte tratará da infância de Jesus, que nos é narrada pelos Evangelistas Mateus e Lucas (cf. Mt 1–2; Lc 1–2). Os Evangelhos da infância narram a concepção virginal de Jesus e o seu nascimento do seio de Maria; evocam as profecias messiânicas que n’Ele se cumprem e falam da paternidade legal de José, que enxerta o Filho de Deus no “tronco” da dinastia davídica. Jesus nos é apresentado recém-nascido, menino e adolescente, submisso aos seus pais e, ao mesmo tempo, consciente de ser totalmente dedicado ao Pai e ao seu Reino. A diferença entre os dois Evangelistas é que, enquanto Lucas narra os acontecimentos com os olhos de Maria, Mateus o faz com os olhos de José, insistindo sobre uma paternidade realmente inédita.

Antepassados de Jesus (Michael Willmann)

Mateus começa o seu Evangelho e todo o cânon do Novo Testamento com a «origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão» (Mt 1,1). Trata-se de uma lista de nomes já presente nas Escrituras hebraicas, para mostrar a verdade da história e a verdade da vida humana. Com efeito, «a genealogia do Senhor é constituída a partir da história verdadeira, onde se encontram nomes no mínimo problemáticos e se sublinha o pecado do rei Davi (cf. Mt 1,6). Tudo, porém, se conclui e floresce em Maria e em Cristo (v. 16)» (Carta sobre a renovação do estudo da História da Igreja, 21 de novembro de 2024). Depois manifesta-se a verdade da vida humana que passa de geração em geração, confiando três elementos: um nome que encerra uma identidade e uma missão únicas; a pertença a uma família e a um povo; e, por último, a adesão de fé ao Deus de Israel.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Ângelus: II Domingo do Advento - Ano A (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 07 de dezembro de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho deste II Domingo do Advento anuncia-nos a vinda do Reino de Deus (Mt 3,1-12). Antes de Jesus, surge em cena o seu Precursor, João Batista. Ele pregava no deserto da Judeia, dizendo: «Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!» (v. 1).

Todos os dias, na oração do Pai nosso, pedimos: «Venha a nós o vosso reino», como o próprio Jesus nos ensinou. E com essa invocação nos orientamos para o Novo que Deus tem reservado para nós, reconhecendo que o curso da história não é algo já determinado pelos poderosos deste mundo. Colocamos os nossos pensamentos e energias a serviço de um Deus que vem reinar não para nos dominar, mas para nos libertar. É um “evangelho”: uma verdadeira boa notícia, que nos motiva e nos envolve.

Certo, o tom do Batista é severo, mas o povo ouve-o porque nas suas palavras ouve ressoar o apelo de Deus para não brincar com a vida, para aproveitar o momento presente para se preparar para o encontro com Aquele que não julga com base nas aparências, mas nas obras e nas intenções do coração.

O próprio João ficará surpreso com a forma como o Reino de Deus se manifestará em Jesus Cristo: na mansidão e na misericórdia. O profeta Isaías compara-o a um rebento: uma imagem não de poder ou destruição, mas de nascimento e novidade. Sobre o rebento, que brota de um tronco aparentemente morto, começa a soprar o Espírito Santo com os seus dons (cf. Is 11,1-10). Cada um de nós pode pensar em uma surpresa semelhante que lhe aconteceu na vida.

É a experiência que a Igreja viveu no Concílio Vaticano II, que terminou há exatamente sessenta anos: uma experiência que se renova quando caminhamos juntos em direção ao Reino de Deus, todos ansiosos para acolhê-lo e servi-lo. Então, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível. Com as imagens do profeta: «O lobo e o cordeiro viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los» (Is 11,6).

Irmãos e irmãs, como o mundo precisa dessa esperança! Nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, o acolhamos. O Menino, Jesus de Nazaré, nos guiará! Ele, que se colocou nas nossas mãos, desde a noite do seu nascimento até a hora sombria da morte na cruz, brilha sobre a nossa história como o Sol nascente. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz!

Eis a espiritualidade do Advento, tão luminosa e concreta. As luzes ao longo das ruas lembram-nos que cada um de nós pode ser uma pequena luz, se acolher Jesus, rebento de um mundo novo. Aprendamos a fazê-lo com Maria, nossa Mãe, mulher da espera confiante e da esperança.

Pregação de São João Batista (Rembrandt)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Homilia do Papa Bento XVI: Imaculada Conceição (2005)

Nesta Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria recordamos a homilia proferida pelo Papa Bento XVI (†2022) há 20 anos, no dia 08 de dezembro de 2005, durante a Missa por ocasião dos 40 anos do Encerramento do Concílio Vaticano II:

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria
40º Aniversário do Encerramento do Concílio Vaticano II
Homilia do Papa Bento XVI
Basílica de São Pedro
Quinta-feira, 08 de dezembro de 2005

Amados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs,
Há quarenta anos, no dia 08 de dezembro de 1965, na Praça diante desta Basílica de São Pedro, o Papa Paulo VI concluiu solenemente o Concílio Vaticano II. Ele havia sido inaugurado, segundo a vontade de João XXIII, no dia 11 de outubro de 1962, então Festa da Maternidade de Maria, e teve o seu encerramento no dia da Imaculada. Uma moldura mariana circunda o Concílio. Na realidade, é muito mais do que uma moldura: é uma orientação de todo o seu caminho. Remete-nos, como remetia então os Padres do Concílio, à imagem da Virgem à escuta, que vive na Palavra de Deus, que conserva no seu coração as palavras que lhe vêm de Deus e, reunindo-as como em um mosaico, aprende a compreendê-las (cf. Lc 2,19.51); remete-nos à grande Fiel que, plena de confiança, se coloca nas mãos de Deus, abandonando-se à sua vontade; remete-nos à Mãe humilde que, quando a missão do Filho o exige, se põe de lado e, ao mesmo tempo, à mulher corajosa que, enquanto os discípulos fogem, permanece aos pés da Cruz. No seu discurso por ocasião da promulgação da Constituição conciliar sobre a Igreja, Paulo VI qualificou Maria como tutrix huius Concilii”, “protetora deste Concílio” (cf. Oecumenicum Concilium Vaticanum II, Constitutiones, Decreta, Declarationes, 1966, p. 983) e, com uma alusão inconfundível à narração do Pentecostes transmitido por Lucas (cf. At 1,12-14), disse que os Padres se reuniram na sala do Concílio cum Maria, Matre Iesu” (com Maria, Mãe de Jesus) e, também no seu nome, dela agora sairiam (ibid., p. 985).


Permanece indelével na minha memória o momento em que, ouvindo as suas palavras: Mariam Sanctissimam declaramus Matrem Ecclesiae”, “declaramos Maria Santíssima Mãe da Igreja”, espontaneamente os Padres se levantaram das suas cadeiras e aplaudiram de pé, prestando homenagem à Mãe de Deus, à nossa Mãe, à Mãe da Igreja. Com efeito, com este título o Papa resumia a doutrina mariana do Concílio e oferecia a chave para a sua compreensão. Maria não se coloca apenas em uma relação singular com Cristo, o Filho de Deus que, como homem, quis se tornar seu filho. Permanecendo totalmente unida a Cristo, ela pertence totalmente unida também a nós. Sim, podemos dizer que Maria está próxima de nós como nenhum outro ser humano, porque Cristo é homem para os homens e todo o seu ser é um “ser para nós”. Como Cabeça, dizem os Padres, Cristo é inseparável do seu Corpo que é a Igreja, formando juntamente com ela, por assim dizer, um único sujeito vivente. A Mãe da Cabeça é também a Mãe de toda a Igreja; ela é, por assim dizer, totalmente despojada de si mesma; ela entregou-se inteiramente a Cristo e com Ele é entregue como dom a todos nós. Com efeito, quanto mais a pessoa humana se doa, mais se encontra a si mesma.

Fotos da Viagem do Papa à Turquia e ao Líbano

De 27 de novembro a 02 de dezembro de 2025 o Papa Leão XIV realizou a 1ª Viagem Apostólica do seu pontificado, com destino à Turquia e ao Líbano. Para saber mais, confira nossa postagem introdutória à Viagem.

Já publicamos aqui no blog as homilias e as fotos das principais celebrações. Nesta postagem, por sua vez, destacamos quatro momentos de oração durante a Viagem.

Três desses momentos, como é possível ver no Missal para a Viagem Apostólica, contaram com a colaboração do Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Dom Diego Giovanni Ravelli, junto com os Monsenhores Massimiliano Matteo Boiardi e Ľubomír Welnitz, Cerimoniários Pontifícios.

28 de novembro: Encontro de oração com Bispos, sacerdotes, diáconos e religiosos
Catedral do Espírito Santo em Istambul (Turquia)

O encontro teve a forma de uma Celebração da Palavra, com as leituras da Festa de Santo André, Apóstolo (Rm 10,9-18; Sl 18; Mt 4,18-22).

Acolhida do Papa: Veneração da cruz

O Papa é acolhido pelo Arcebispo de Izmir (Esmirna)
Oração
Discurso