sexta-feira, 6 de julho de 2018

Ângelus do Papa: Solenidade de São Pedro e São Paulo 2018

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Papa Francisco
Ângelus
Sexta-feira, 29 de junho de 2018

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje a Igreja, peregrina em Roma e no mundo inteiro, vai às raízes da sua fé e celebra os Apóstolos Pedro e Paulo. Os seus restos mortais, conservados nas duas Basílicas a eles dedicadas, são tão queridos aos romanos e aos numerosos peregrinos que, de todas as partes, os vêm venerar.

Gostaria de analisar o Evangelho (Mt 16,13-19) que a liturgia nos propõe nesta festa. Nele está narrado um episódio que é fundamental para o nosso caminho de fé. Trata-se do diálogo durante o qual Jesus faz aos seus discípulos a pergunta acerca da sua identidade. Inicialmente Ele pergunta: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» (v. 13). E depois interpela-os diretamente: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» (v. 15). Com estas duas perguntas, parece que Jesus diz que uma coisa é seguir a opinião corrente, e outra é encontrá-lo e abrir-se ao seu mistério: nisto se descobre a verdade. A opinião comum contém uma resposta verdadeira mas parcial; Pedro, e com ele a Igreja de ontem, de hoje e de sempre, responde, por graça de Deus, a verdade: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (v. 16).

Ao longo dos séculos, o mundo definiu Jesus de diversas maneiras: um grande profeta da justiça e do amor; um mestre de vida sábio; um revolucionário; um sonhador dos sonhos de Deus... e assim por diante. Muitas coisas agradáveis. Na Babel destas e de outras hipóteses sobressai ainda hoje, simples e clara, a confissão de Simão, chamado Pedro, homem humilde e cheio de fé: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (v. 16). Jesus é o Filho de Deus: por isso Ele é perenemente vivo assim como vivo é o seu Pai. Eis a novidade que a graça acende no coração de quem se abre ao mistério de Jesus: a certeza não matemática, mas ainda mais forte, interior, de ter encontrado a Nascente da Vida, a própria vida feita carne, visível e palpável no meio de nós. Esta é a experiência do cristão, e não é mérito seu, dos cristãos, não é pelas nossas capacidades, mas vem de Deus, é uma graça de Deus, Pai e Filho e Espírito Santo. Tudo isto está contido em germe na resposta de Pedro: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo».

E depois, a resposta de Jesus é cheia de luz: «Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno nada poderão contra ela» (v. 18). É a primeira vez que Jesus pronuncia a palavra “Igreja”: e fá-lo expressando todo o amor para com ela, que define «a minha Igreja». É a nova comunidade da Aliança, já não baseada sobre a descendência e sobre a Lei, mas sobre a fé n’Ele, Jesus, Rosto de Deus. Uma fé que o Beato Paulo VI, quando ainda era Arcebispo de Milão, expressava com esta admirável oração:

«Ó Cristo, nosso único mediador, Tu nos és necessário: para viver em Comunhão com Deus Pai; para nos tornarmos contigo, que és Filho único e nosso Senhor, seus filhos adotivos; para sermos regenerados no Espírito Santo» (Carta Pastoral, 1955).

Por intercessão da Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, o Senhor conceda que a Igreja, Roma e o mundo inteiro, sejam sempre fiéis ao Evangelho, a cujo serviço os santos Pedro e Paulo consagraram a sua vida.

São Pedro e São Paulo (Raúl Berzosa Fernández)

Fonte: Santa Sé.

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