segunda-feira, 28 de maio de 2012

O apagar do círio pascal

Com a Solenidade de Pentecostes o círio pascal é retirado do presbitério e conduzido ao batistério, onde permanece ao longo de todo o ano para ser aceso durante o Batismo. Como indica a Carta Circular Paschalis Solemnitatis, da Congregação para o Culto Divino (n. 99), ao referir-se ao Tempo Pascal:

“O círio pascal, colocado junto do ambão ou perto do altar, permaneça aceso ao menos em todas as celebrações litúrgicas mais solenes deste tempo, tanto na missa como nas laudes e vésperas, até ao domingo de Pentecostes, Depois, o círio é conservado com a devida honra no batistério, para acender nele os círios dos neo-batizados. Na celebração das exéquias o círio pascal seja colocado junto do féretro, para indicar que a morte é para o cristão a sua verdadeira Páscoa. Fora do tempo da Páscoa não se acenda o círio pascal nem seja conservado no presbitério


O gesto de apagar e retirar o círio pascal do presbitério na Solenidade de Pentecostes costuma ser solenizado em alguns lugares. Contudo, tal gesto não deve ser acompanhado de orações, uma vez que não há nenhum formulário aprovado pela autoridade competente, isto é, a Santa Sé.

Portanto, tal rito deve ser feito em silêncio ou acompanhado de um canto de índole pascal ou pneumatológica (relativa ao Espírito Santo).

“Na verdade, o círio pascal é apagado, para simbolizar a conclusão da presença visível do Senhor e o início daquela invisível por obra do Espírito. Esse gesto indica a diferença entre Páscoa e Pentecostes”

Dom Peter Elliot, em seu livro Ceremonies of the Liturgical Year According to the Modern Roman Rite dá a seguinte sugestão:

“Após a despedida, o incenso é preparado e abençoado. O diácono (ou, em sua falta, o celebrante) leva o Círio Pascal, e, precedido pelo turiferário, cruciferário e ceroferários (preferencialmente sem as velas), carrega-o até o batistério, onde é colocado em seu castiçal ou suporte. O celebrante pode incensá-lo com três ductos; então a procissão retorna à sacristia ou sala das vestimentas, como de costume. O Círio deverá ser apagado quando todo o povo tiver saído da igreja.”
(Trecho publicado no blog Salvem a Liturgia)

Foi a partir de tal sugestão que a cerimônia realizou-se no Seminário São José (Arquidiocese de Curitiba) no dia 31 de maio de 2009, Solenidade de Pentecostes. Presidiu as II Vésperas da Solenidade e a Bênção do  Santíssimo Sacramento o então reitor do Seminário:

Hino das Vésperas: Veni Creator
Bênção do Santíssimo Sacramento
Incensação do círio pascal
Procissão ao batistério
Deposição do círio no batistério e apagar da chama

5 comentários:

  1. Boa tarde André, tudo bom ? O rito para apagar o Círio já esta no missal atualmente, porém tenho uma dúvida, este rito pode ser feito na missa da Vigilia tb, pq celebraremos a missa da vigilia no sabado as 19h e 3 missas no domingo - missa do dia...em qual momento apagar o cirio?
    Em todas as missas, na ultima ?
    Qual orientação?

    Obrigado!

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    1. O círio pascal deve ser apagado na última missa do domingo de pentecostes.

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    2. Desculpe a demora em responder.
      As normas não especificam, mas o mais adequado parece ser realizar esse gesto apenas na última Missa do Domingo de Pentecostes, marcando realmente a conclusão do Tempo Pascal.

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  2. Obrigado André pelo retorno, quando você menciona que a norma não especifica, qual norma seria essa ?
    Pois o rito para apagar o Círio não é sobre Piedade Popular ?

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    1. Eu quis dizer que não há uma norma sobre como apagar o círio, apenas quando (Paschalis Solemnitatis, n. 99).
      Não creio que esse gesto se classifique como piedade popular. Está mais para "paraliturgia".

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