Santo Efrém
Diatessaron
15
Seja
qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido
Estes homens
queriam trabalhar, porém “ninguém os contratou”; eram trabalhadores, mas
ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou,
uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram o preço de seu
trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência
e lhes pagou tanto como aos demais.
Nosso Senhor pronunciou
esta parábola para que ninguém diga: “Visto que não fui chamado quando era
jovem, não posso ser recebido”. Ensinou que, seja qual for o momento de sua
conversão, todo homem é acolhido. Saiu ao
amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde e ao final da tarde:
com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua
vida até a cruz porque é “à hora undécima” que o ladrão entrou no paraíso. Para
que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma sua boa vontade; se lhe
tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.
Aquilo que damos
a Deus é muito pouco digno dele, e o que Ele nos dá é muito superior a nós.
Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos
propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece... Trata-se da
mesma aos primeiros e aos últimos; receberam
um denário cada um com a imagem do rei. Tudo isso significa o Pão da vida
que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem.
No trabalho da
vinha não se pode reprovar ao Senhor sua bondade, e nada tem a se dizer de sua
retidão. Segundo sua retidão dava como achava justo, e, segundo sua bondade,
mostra a sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso
Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que
quiser em meus assuntos?
Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, p. 221. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.
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