Peregrinação do Papa Francisco ao Santuário de Nossa Senhora de
Fátima
Por ocasião do Centenário das Aparições da Bem-Aventurada Virgem Maria na Cova da Iria
(12-13 de Maio de 2017)
Por ocasião do Centenário das Aparições da Bem-Aventurada Virgem Maria na Cova da Iria
(12-13 de Maio de 2017)
Bênção
das Velas
Saudação
do Santo Padre
Capelinha
das Aparições, Fátima
Sexta-feira, 12 de maio de 2017
Sexta-feira, 12 de maio de 2017
Amados peregrinos de Maria e com Maria!
Obrigado por me acolherdes entre vós e vos associardes a mim nesta
peregrinação vivida na esperança e na paz. Desde já desejo assegurar a quantos
estais unidos comigo, aqui ou em qualquer outro lugar, que vos tenho a todos no
coração. Sinto que Jesus vos confiou a mim (cf. Jo 21, 15-17)
e, a todos, abraço e confio a Jesus, «principalmente os que mais precisarem» -
como Nossa Senhora nos ensinou a rezar (Aparição de julho de 1917). Que Ela,
Mãe doce e solícita de todos os necessitados, lhes obtenha a bênção do Senhor!
Sobre cada um dos deserdados e infelizes a quem roubaram o presente, dos
excluídos e abandonados a quem negam o futuro, dos órfãos e injustiçados a quem
não se permite ter um passado, desça a bênção de Deus encarnada em Jesus
Cristo: «O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua
face e te favoreça! O Senhor volte para ti a sua face e te dê a paz» (Nm 6,
24-26).
Esta bênção cumpriu-se cabalmente na Virgem Maria, pois nenhuma outra
criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como Ela, que deu um rosto humano
ao Filho do eterno Pai, podendo nós agora contemplá-Lo nos sucessivos momentos
gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos da sua vida, que repassamos na
recitação do Rosário. Com Cristo e Maria, permaneçamos em Deus. Na verdade, «se
queremos ser cristãos, devemos ser marianos; isto é, devemos reconhecer a
relação essencial, vital e providencial que une Nossa Senhora a Jesus e que nos
abre o caminho que leva a Ele» (Paulo VI, Alocução na visita
ao Santuário de Nossa Senhora de Bonaria-Cagliari, 24/IV/1970). Assim, sempre
que rezamos o Terço, neste lugar bendito como em qualquer outro lugar, o
Evangelho retoma o seu caminho na vida de cada um, das famílias, dos povos e do
mundo.
Peregrinos com Maria… Qual Maria? Uma «Mestra de vida espiritual», a
primeira que seguiu Cristo pelo caminho «estreito» da cruz dando-nos o exemplo,
ou então uma Senhora «inatingível» e, consequentemente, inimitável? A «Bendita
por ter acreditado» (cf. Lc 1, 42.45) sempre e em todas as
circunstâncias nas palavras divinas, ou então uma «Santinha» a quem se recorre
para obter favores a baixo preço? A Virgem Maria do Evangelho venerada pela Igreja
orante, ou uma esboçada por sensibilidades subjetivas que A veem segurando o
braço justiceiro de Deus pronto a castigar: uma Maria melhor do que Cristo,
visto como Juiz impiedoso; mais misericordiosa que o Cordeiro imolado por nós?
Grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma em
primeiro lugar que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor –
como mostra o Evangelho – que são perdoados pela sua misericórdia! Devemos
antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus
será sempre feito à luz da sua misericórdia. Naturalmente a misericórdia de
Deus não nega a justiça, porque Jesus tomou sobre Si as consequências do nosso
pecado juntamente com a justa pena. Não negou o pecado, mas pagou por nós na Cruz.
Assim, na fé que nos une à Cruz de Cristo, ficamos livres dos nossos pecados;
ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem
é amado (cf. 1 Jo 4, 18). «Sempre que olhamos para Maria,
voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do carinho. Nela
vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos mas dos fortes,
que não precisam de maltratar os outros para se sentirem importantes (…). Esta
dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho ao encontro dos
outros é aquilo que faz d’Ela um modelo eclesial para a evangelização» (Exort.
ap. Evangelii gaudium, 288). Possamos,
com Maria, ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus que perdoa sempre,
perdoa tudo.
Tomados pela mão da Virgem Mãe e sob o seu olhar, podemos cantar, com alegria, as misericórdias do Senhor. Podemos dizer-Lhe: A minha alma canta para Vós, Senhor! A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e com todo o vosso povo fiel, também chegou a mim. Pelo orgulho do meu coração, vivi distraído atrás das minhas ambições e interesses, mas não ocupei nenhum trono, Senhor! A única possibilidade de exaltação que tenho é que a vossa Mãe me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha junto do vosso Coração. Assim seja.
Tomados pela mão da Virgem Mãe e sob o seu olhar, podemos cantar, com alegria, as misericórdias do Senhor. Podemos dizer-Lhe: A minha alma canta para Vós, Senhor! A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e com todo o vosso povo fiel, também chegou a mim. Pelo orgulho do meu coração, vivi distraído atrás das minhas ambições e interesses, mas não ocupei nenhum trono, Senhor! A única possibilidade de exaltação que tenho é que a vossa Mãe me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha junto do vosso Coração. Assim seja.
Fonte: Santa Sé
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