sexta-feira, 8 de julho de 2016

Angelus do Papa: XIV Domingo do Tempo Comum

Papa Francisco
Angelus
Praça São Pedro
Domingo, 3 de julho de 2016

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!
A página evangélica de hoje, tirada do capítulo 10 do Evangelho de Lucas (vv. 1-12.17-20), faz-nos entender como é necessário rogar a Deus, «Senhor da messe, que mande operários para a sua messe» (v. 2). Os «operários» de que Jesus fala são os missionários do Reino de Deus, que Ele mesmo chamava e enviava, «dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde Ele tinha de ir» (v. 1). A sua tarefa é anunciar uma mensagem de salvação destinada a todos. Os missionários anunciam sempre uma mensagem de salvação a todos; não somente os missionários que partem para terras longínquas, mas também nós, missionários cristãos que dizemos uma boa palavra de salvação. E este é o dom que Jesus nos confere mediante o Espírito Santo. Este anúncio consiste em dizer: «O Reino de Deus está próximo» (v. 9), porque Jesus «aproximou» Deus de nós; Deus fez-se um de nós; em Jesus, Deus reina no meio de nós, o seu amor misericordioso derrota o pecado e a miséria humana.
E esta é a Boa Notícia que os «operários» devem anunciar a todos: uma mensagem de esperança e consolação, de paz e caridade. Quando envia os discípulos adiante de si, pelos povoados, Jesus recomenda-lhes: «Dizei primeiro: “Paz a esta casa!”. [...] Curai os enfermos que nela houver» (vv. 5.9). Tudo isto significa que o Reino de Deus se edifica dia após dia, oferecendo já nesta terra os seus frutos de conversão, de purificação, de amor e de consolação no meio dos homens. Isto é bonito! Construir no dia a dia este Reino de Deus, que se vai formando. Não destruir, mas construir!
Com que espírito o discípulo de Jesus deverá desempenhar esta missão? Antes de tudo, deve estar consciente da realidade difícil e às vezes hostil que o espera. Jesus não poupa palavras sobre isto! Ele diz: «Eis que vos envio como cordeiros entre lobos» (v. 3). Extremamente claro! A hostilidade encontra-se sempre no início das perseguições dos cristãos, porque Jesus sabe que a missão é impedida pela obra do maligno. Por isso, o operário do Evangelho deve esforçar-se para viver livre de condicionamentos humanos de qualquer tipo, sem levar bolsa, nem mochila, nem calçado (cf. v. 4), como recomendou Jesus, para confiar unicamente no poder da Cruz de Cristo. Isto significa abandonar todos os motivos de orgulho pessoal, de carreirismo ou de fome de poder, fazendo-se humildemente instrumentos da salvação realizada pelo sacrifício de Jesus.
A missão do cristão no mundo é maravilhosa e está destinada a todos, é uma missão de serviço, sem excluir ninguém; ela exige muita generosidade, mas acima de tudo o olhar e o coração voltados para o alto, a fim de invocar a ajuda do Senhor. Há grande necessidade de cristãos que testemunhem com alegria o Evangelho na vida de todos os dias. Enviados por Jesus, os discípulos «voltaram cheios de alegria» (v. 17). Quando nós agimos assim, o nosso coração enche-se de júbilo. E esta expressão faz-me pensar no modo como a Igreja se rejubila, se alegra quando os seus filhos recebem a Boa Notícia graças à dedicação de numerosos homens e mulheres que, quotidianamente, anunciam o Evangelho: sacerdotes - os bons párocos que todos nós conhecemos - religiosas, consagradas, missionárias, missionários... E pergunto-me, escutai esta pergunta: quantos de vós, jovens, que agora estais presentes na praça, sentis o chamamento do Senhor para o seguir? Não tenhais medo! Sede intrépidos e levai aos outros esta tocha do zelo apostólico que nos foi transmitida por estes discípulos exemplares.
Oremos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, para que nunca faltem na Igreja corações generosos que trabalhem para levar a todos o amor e a ternura do Pai celeste.


Fonte: Santa Sé

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