O báculo (do
latim baculus, cajado) é um
cajado de metal com a ponta curva que o Bispo leva nas celebrações litúrgicas
como símbolo de sua missão de pastor.
O simbolismo do
báculo é expresso de maneira muito clara na oração que acompanha sua entrega na
Ordenação Episcopal:
“Recebe
o báculo, símbolo do serviço pastoral, e cuida de todo o rebanho, no qual o
Espírito Santo te constituiu Bispo a fim de apascentares a Igreja de Deus”
(Pontifical
Romano, Rito da Ordenação de um Bispo, p. 79).
Papa Francisco entrega o báculo a um novo Bispo (2013) |
O Papa São João
Paulo II relaciona o báculo à missão do Bispo de zelar pela santidade do
rebanho: “É o sinal da autoridade que compete ao Bispo no cumprimento do dever
de cuidar do rebanho. Também este sinal se insere na perspectiva da solicitude
pela santidade do Povo de Deus” (Levantai-vos! Vamos!, p. 57).
Uma antiga
tradição afirma que a função do pastor é tríplice: “congregar os que dispersam,
sustentar os que fraquejam e incentivar os que se atrasam”. Isto é expresso nas
três partes que compõem o báculo: a parte superior, com a ponta curva, recorda
o dever de congregar; a haste central, o dever de sustentar; e a parte
inferior, que anteriormente terminava em uma ponta aguçada, o dever de
incentivar.
Báculo desmontado |
O uso do báculo
como insígnia episcopal começa a consolidar-se no século VII, na Espanha e na
Gália, difundindo-se pouco depois para toda a Igreja. Porém, pode-se presumir
que seu uso esporádico seja mais antigo.
Na Liturgia
romana, o uso do báculo é atualmente definido de modo geral no n. 59 do
Cerimonial dos Bispos. Primeiramente, pela própria natureza desta insígnia, afirma-se
que seu uso é restrito ao Bispo diocesano dentro de seu próprio território. Outro
Bispo só pode fazer uso do báculo com a permissão do Ordinário do local.
Em uma
concelebração, o único Bispo a usar o báculo é o celebrante principal, mesmo
que este não seja o Ordinário local. O único caso do uso de mais de um báculo
na mesma celebração é a Ordenação Episcopal, na qual portam o báculo o Sagrante
principal e o novo Bispo.
Nas celebrações
litúrgicas (e jamais fora delas) o báculo é usado nos seguintes momentos:
- Nas procissões (exceto se o Bispo deve levar alguma coisa; vela, ramo...);
- Durante a proclamação do Evangelho;
- Para fazer a homilia, se desejar;
- Para receber votos, promessas e a profissão de fé;
- Para abençoar (exceto quando tiver de impor as mãos).
Bispo com báculo durante o Evangelho |
A única
celebração na qual se proíbe o uso do báculo é a Celebração da Paixão do
Senhor, na Sexta-feira Santa.
O bispo sempre
leva o báculo com a curva voltada para frente, símbolo de seu múnus de pastor
daquele rebanho. Por tradição, aqueles que sustentam o báculo o mantêm com a
curva voltada para si, recordando que são ovelhas do rebanho.
Bispo com o báculo em procissão (note-se a curva para frente) |
Os abades podem,
igualmente por tradição, levar o báculo com uma tira de pano pendente, chamada
de sudarium. Este gesto serve para
indicar que, ainda que possuam o direito às insígnias episcopais, não são bispos.
Abade recebe báculo com sudarium |
O báculo é a
única insígnia episcopal que não se põe junto o corpo do Bispo falecido nas
exéquias. Isto para indicar que, com a morte, cessa o múnus de pastor, do qual
agora o Bispo é chamado a prestar contas a Deus.
O Papa não faz
uso do báculo, mas sim da férula, sobre a qual falaremos em postagem própria.
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