quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Catequese do Papa: A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2016
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Ouvimos o texto bíblico que este ano orienta a reflexão durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que vai de 18 a 25 de Janeiro: esta semana. Este trecho tirado da primeira Carta de São Pedro foi escolhido por um grupo ecumênico da Letônia, encarregado pelo Conselho Ecumênico das Igrejas e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
No centro da catedral luterana de Riga existe uma pia baptismal que remonta ao século XII, à época em que a Letônia foi evangelizada por são Mainardo. Aquela pia constitui o sinal eloquente de uma origem de fé reconhecida por todos os cristãos da Letónia: católicos, luteranos e ortodoxos. Esta origem é o nosso Batismo comum. O Concílio Vaticano II afirma que «o Batismo, pois, constitui o vínculo sacramental da unidade que une todos os que foram regenerados por ele» (Unitatis redintegratio22). A primeira Carta de São Pedro é dirigida à primeira geração de cristãos, para os tornar conscientes do dom recebido mediante o Batismo e das exigências que ele comporta. Também nós, durante esta Semana de Oração, somos convidados a descobrir de novo tudo isto, e a fazê-lo em conjunto, indo mais além das nossas divisões.
Antes de tudo, compartilhar o Batismo significa que todos somos pecadores e temos necessidade de ser salvos, redimidos, libertados do mal. Este é o aspecto negativo, que a primeira Carta de São Pedro denomina «trevas», quando diz: «Das trevas [Deus] chamou-vos para a sua luz maravilhosa». Esta é a experiência da morte, que Cristo fez sua, e que é simbolizada no Batismo pela nossa imersão na água, e à qual se segue uma nova emersão, símbolo da ressurreição para a vida nova em Cristo. Quando nós cristãos dizemos que compartilhamos um único Batismo, afirmamos que todos nós - católicos, protestantes e ortodoxos - vivemos juntos a experiência de ser chamados das trevas impiedosas e alienantes para o encontro com o Deus vivo, repleto de misericórdia. Com efeito, infelizmente todos nós fazemos a experiência do egoísmo, que gera divisão, fechamento e desprezo. Recomeçar a partir do Batismo quer dizer encontrar a fonte da misericórdia, manancial de esperança para todos, porque ninguém está excluído da misericórdia de Deus.
A partilha desta graça cria um vínculo indissolúvel entre nós cristãos, de tal forma que em virtude do Batismo podemos considerar-nos todos realmente irmãos. Somos verdadeiramente o povo santo de Deus, não obstante, por causa dos nossos pecados, ainda não somos um povo completamente unido. A misericórdia de Deus, que age no Batismo, é mais forte do que as nossas divisões. Na medida em que recebemos a graça da misericórdia, tornamo-nos cada vez mais plenamente povo de Deus, e também somos capazes de anunciar a todos as suas obras maravilhosas, precisamente a partir de um testemunho de unidade simples e fraternal. Nós, cristãos, podemos anunciar a todos a força do Evangelho, comprometendo-nos a partilhar as obras de misericórdia corporais e espirituais. E este é um testemunho concreto de unidade entre nós cristãos: protestantes, ortodoxos e católicos.
Caros irmãos e irmãs, em conclusão todos nós cristãos, mediante a graça do Batismo, recebemos a misericórdia de Deus e fomos inseridos no seu povo. Todos nós, católicos, ortodoxos e protestantes, formamos um sacerdócio real e uma nação santa. Isto significa que temos uma missão comum, que consiste em transmitir aos outros a misericórdia recebida, a começar pelos mais pobres e abandonados. Durante esta Semana de Oração, oremos a fim de que todos nós, discípulos de Cristo, encontremos o modo de colaborar juntos para levar a misericórdia do Pai a todos os recantos da terra.


Fonte: Santa Sé

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