Gratidão a Dom Rafael
Neste
sábado, na Catedral de Blumenau, Dom Rafael Biernaski assumiu sua nova missão.
Participaram muitos bispos, padres, lideranças civis e religiosas da região.
Foi grande o afluxo de pessoas. Observava-se grande contentamento. O ambiente
era de grande favor. Para ele, Dom Rafael, é uma nova etapa de sua vida
sacerdotal e ministerial. Leva sua experiência e sua esperança. Acompanham-no
sua paz interior e o riso jovial. Nele combinam muito bem juventude e
experiência. A serenidade do bom servidor projeta sentido aos seus novos
passos.
Falar
de suas qualidades não seria difícil. Mas mais do que elogios, aliás
desnecessários para os humildes, estas linhas pretendem manifestar gratidão ao
amigo que deixa nossa Arquidiocese para cuidar de outro rebanho, o de Blumenau.
Foram anos de atuação ministerial como padre e como bispo aqui em Curitiba.
Tanto no passado quanto no presente foi-me possível ver e ouvir dele muitas
expressões de afeição, de doação e nobres sentimentos por sua cidade e pela
Igreja particular na qual palmeou os melhores passos de sua experiência de fé.
Quem
não sabe ser grato jamais será justo. Esta é uma frase até simples, mas de
forte poder evocativo. Sei que é difícil quantificar o bem e os feitos de
pessoas benevolentes. Mas foi-me dada a feliz ventura de ouvir Dom Rafael sobre
os mais diversos temas ligados à Arquidiocese de Curitiba. Em muitas manhãs, ao
rezar juntos na capela de casa, apresentei-lhe minhas perguntas. Queria
entender os desdobramentos antigos e recentes de certas decisões implementadas.
As respostas eram sempre permeadas de muita transparência, de gosto pela
fidelidade, de desejo veraz pela honestidade de intenções e direções.
Uma
característica que aflorava à mais comezinha das percepções era o propósito de
interpretar fatos e situações a partir de critérios de fé. Não se tratava
apenas da sensatez do homem lúcido. Havia também a disposição espontânea de
oferecer gestos e palavras orientadas a dar visibilidade a estilos
reconciliadores e pacificadores. É sempre assim: quem vive tenso irradia
tensão; quem está em conflito propaga conflitividade; quem é sereno difunde
serenidade; quem está em paz pronuncia-se em tons pacificadores. Pois bem, será
um traço de nobreza se o homem gentil e amável, que por aqui atuou como bispo
auxiliar e administrador diocesano, for lembrado por seus gestos de paz
cultivada e semeada. Isto ele fez com sabedoria e simplicidade.
Seu
sorriso largo e natural poderia sugerir um cotidiano sem conturbação. Não era
assim. Foi-me possível vê-lo preocupado, por vezes tenso; também já o encontrei
ferido, ou então pensativo e reticente. Até suas próprias lágrimas já o vi
tentar dominar. Doíam-lhe ingratidões e indiferenças. Mas as contrariedades
passavam logo e a interpretação inspirada na fé de discípulo parecia assumir a
posição de proa. E até mesmo a amargura serviu para que sua oração não fosse
apenas gesto habitual de um religioso, mas sim expressão obediente de quem se
dispõe a confiar-se em seu Senhor.
Caríssimo
Dom Rafael, que possamos ser sempre justos porque gratos à sua pessoa e sua
doação ministerial. William Shakespeare se referia à gratidão como “tesouro dos
humildes”. Que tornemos possível conservar em nossa memória afetiva a feliz
recordação dos seus dias e de seu pastoreio em nossa Arquidiocese. Que o homem
humilde, de olhar brilhante, seja-nos exemplo de quem sempre quis servir aos
outros por causa de Jesus Cristo. Muito obrigado, grande amigo Dom Rafael!
Fonte: Arquidiocese de Curitiba
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