A dalmática
(nome derivado de Dalmácia, província romana na atual Croácia, de onde esta
veste é originária) é uma veste na cor litúrgica do ofício celebrado que
constitui o paramento próprio dos diáconos, além de fazer parte das vestes
episcopais.
No Império
Romano, a dalmática era uma veste própria do imperador e da nobreza. Por isso, surgiu
como paramento exclusivo do Papa. Posteriormente estendeu-se o seu uso como
privilégio aos diáconos de Roma, aos bispos, aos abades e, por fim, a todos os
diáconos.
A forma da
dalmática é o de uma veste ampla que desce até os joelhos, com mangas curtas e
largas. Possui duas faixas ornadas na vertical (clavi) e uma ou duas faixas ornadas na horizontal (segmentae). Reprova-se o uso de
dalmáticas que não possuam estas características, muitas das quais
indistinguíveis de casulas. Recorde-se que uma das funções das vestes sagradas
é distinguir os diversos ministros.
Diáconos na Basílica Vaticana (notam-se as clavi e as segmentae) |
O atual uso da
dalmática pelos diáconos dá-se em todas as celebrações litúrgicas, podendo ser
omitida apenas em alguns casos:
“A veste própria do diácono é a dalmática
sobre a alva a estola; contudo, por necessidade ou em celebrações menos
solenes, a dalmática pode ser dispensada” (IGMR, n. 338).
Os bispos e os
abades podem utilizar a dalmática apenas na Missa, quando celebrada com
solenidade. A dalmática pontifical geralmente é mais simples que a dalmática
diaconal, podendo ser sempre na cor branca ou seguir a cor do ofício celebrado:
“Na celebração litúrgica, as vestes do Bispo
são as mesmas do presbítero; mas, na celebração solene, convém que, segundo
costume que vem já de tempos antigos, revista a dalmática, que pode ser sempre
branca, por baixo da casula” (Cerimonial dos Bispos, n. 56).
Papa Bento XVI com dalmática vermelha sob a casula (2008) |
O sentido da dalmática é o da “veste da justiça”, virtude fundamental no exercício do ministério diaconal, isto é, o serviço da caridade. Inclusive alguns autores relacionam o formato da dalmática com um “avental”. Assim, diáconos e bispos são chamados a serem justos e disponíveis no serviço aos irmãos.
A dalmática é
entregue ao diácono em sua ordenação, juntamente com a estola, logo após a
oração consecratória. O presbítero que é ordenado bispo ou eleito abade usa a
dalmática sob a casula desde o início da Missa de sua Ordenação Episcopal ou
Bênção Abacial.
Mons. Georg Gänswein com dalmática sob a casula em sua ordenação episcopal (2013) |
Qual foram suas fontes para a pesquisa da parte histórica contida nessa publicação??
ResponderExcluirA fonte está na primeira postagem desta série:
ExcluirRIGHETTI, M. Historia de la Liturgia. Introduccion General, Parte III: Liturgia Romana. Capitulo VII: Las vestiduras litúrgicas. Madrid: Pontificia Universidad de Salamanca, 1955. vol. I. n. 350-351.
André Florkovski, neste vídeo, e impressão minha ou esse bispo vestiu duas dalmáticas? Explique-me melhor
ResponderExcluirNão se trata de duas dalmáticas, mas sim da tunicela, veste própria do subdiácono na Forma Extraordinária do Rito Romano e ligeiramente distinta da dalmática (possui mangas mais longas e mais estreitas). Na Missa Pontifical o Bispo revestia a tunicela e em seguida a dalmática.
ExcluirEste aqui:https://youtu.be/21oE6mJUTAY
ResponderExcluirVi numa imagem que um bispo, que estava celebrando uma solenidade, estava com a dalmática de cor verde e a casula por cima dela de cor dourada, as chirotecas também de cor verde. Qual o motivo?
ResponderExcluirNão é comum, mas neste caso pode ter sido aplicado o princípio da Instrução Redemptionis sacramentum, n. 127: "Quando seja um dia festivo, os ornamentos sagrados de cor dourada ou
Excluirprateada podem substituir os de outras cores".
Porque os padres simples não podem usar a dalmática?? Os abades são padres e podem usar...
ResponderExcluirOs abades são quase equiparados aos Bispos dentro dos seus mosteiros. Além disso, há as abadias territoriais, onde os abades são de fato Ordinários (equiparados ao Bispo) de um determinado território.
ExcluirGostaria de obter valores de Dalmaticas
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Excluirhttps://www.santainesparamentos.com.br/
A dalmática pode ser usada pelo diácono ao ministrar sacramentos como batismo ou em celebração de exéquias?
ResponderExcluirSim. A dalmática é a veste própria do diácono em todas as ações litúrgicas, sobretudo quando celebradas com mais solenidade.
ExcluirNa celebração eucarística dominical sem solenidade, é proibido o uso da dalmática pelo diácono?
ResponderExcluirDe acordo com a Instrução Geral sobre o Missal Romano (3ª edição, n. 338), "a veste própria do diácono é a dalmática sobre a alva a estola". O mesmo número indica que "em celebrações menos solenes, a dalmática pode ser dispensada". Portanto, nunca seu uso é proibido.
ExcluirPorém, em uma Celebração Eucarística presidida por um sacerdote apenas com túnica e estola (contrariamente ao n. 337 da mesma Instrução, o qual indica que a casula é sempre obrigatória para o sacerdote), por uma questão de bom senso não convém que o diácono vista a dalmática.
Coloque por favor umas fotos da Tunicela e pergunto: No Rito Romano aqui no Brasil podemos utilizar a Tunicela?
ResponderExcluirOriginalmente a tunicela era um pouco mais longa que a dalmática e tinha mangas mais estreitas. Porém, logo se tornou idêntica à dalmática.
ExcluirA tunicela é a veste própria do subdiácono na Missa solene segundo o Missale Romanum de 1962. Com a publicação do Motu proprio Traditionis custodes em 2021 foram impostas algumas restrições ao uso desse Missal, sempre sob a responsabilidade do Bispo Diocesano.
A Dalmática diaconal deve obrigatoriamente conter clavi?
ResponderExcluirNão é estritamente obrigatório, mas sim muito recomendado.
ExcluirVale lembrar que uma das funções das vestes litúrgicas é manifestar externamente a diversidade de ministérios (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 3ª edição, n. 335).
Assim, se a dalmática não pode ser facilmente distinguida de uma casula, ela não está cumprindo sua função.
Se a dalmática quando usada pelo Bispo se usa por baixo da casula, por que Bento XVI usou por cima??
ResponderExcluirAgora que vi que ele estava usando a casula romana 🤡🤡
ExcluirSim, o Bispo sempre usa a dalmática por baixo da casula. Vale lembrar, porém, que em alguns ritos o Bispo depõe a casula, quando então a dalmática fica totalmente à mostra. É o caso do Lava-pés na Missa da Ceia do Senhor (Quinta-feira Santa) ou da unção do altar na dedicação de igreja e de altar.
ExcluirVocê pode me dizer quais são as vezes dos cerimoniários? Se usa faixa correspondente a cor da batina, por exemplo a batina preta e a vermelha, usa a faixa preta com a batina preta e a vermelha com a batina vermelha?
ResponderExcluirSe o cerimoniário é clérigo (diácono ou presbítero), usa a veste talar (batina) com a sobrepeliz. Se o cerimoniário é um leigo, deve estar atento às orientações da sua Diocese.
ExcluirAs vestes litúrgicas para os ministros leigos, com efeito, devem ser indicadas pelas Conferências Episcopais (Instrução Geral do Missal Romano, 3ª edição, n. 339). Como a CNBB não se pronunciou oficialmente, as orientações a respeito ficam a cargo do Bispo Diocesano.
Vestes*
ResponderExcluirBoa tarde Andre, tudo bem?
ResponderExcluirO Diácono pode abençoar as cinzas da Quarta Feira de Cinzas e a bênção do fogo novo no sábado Santo ?
Obrigado.
As normas não especificam.
ExcluirA bênção e a imposição das cinzas parece que sim, pois se indica que estas podem ser feitas fora da Missa.
Quanto às celebrações do Tríduo Pascal na ausência do presbítero, as normas não indicam como proceder.
Na norma da Igreja existem 2 tipos de bençãos.
ResponderExcluirInvocativa e Constitutiva.
Entendo que a benção do fogo novo é Constitutiva e esta pode ser dada também pelo Diácono...será então que por este termo pode abençoar ?
Essa distinção entre bênção invocativa e constitutiva não é oficial, mas apenas uma interpretação. Esses termos, com efeito, não aparecem no Ritual de Bênçãos.
ExcluirAlém disso, é importante considerar a bênção do fogo em seu contexto próprio, que é a Vigília Pascal. A Carta Circular Paschalis Sollemnitatis indica que na ausência do presbítero não se devem celebrar as Liturgias próprias do Tríduo Pascal (ver, por exemplo, o n. 43).
Andre, obrigado pelo retorno, porém fala que deve ser omitida em falta de participantes e nao do sacerdote em si...menciona apenas como sugestao...pq te pergunto isso..na comunidade aqui estamos convidando um Diacono para presidir a celebracao...o que vc sugere ?qual sua sugestao pela sua experiencia e eestudoo da palavra?
ResponderExcluirO n. 43 da Paschalis Sollemnitatis indica que os fiéis devem participar das celebrações na igreja principal, sob a presidência do sacerdote (3º parágrafo), e que os sacerdotes podem repetir as celebrações em mais de uma comunidade (4º parágrafo). A interpretação tradicional dessas orientações é que o Tríduo sempre deve ser presidido pelo sacerdote. Nenhum livro litúrgico prevê a presidência pelo diácono.
ExcluirEntendo que é uma questão pastoral bastante complicada. É importante discernir com o pároco qual o melhor caminho.
Obrigado André.
ResponderExcluirDeus abençoe!