sábado, 12 de julho de 2025

Ângelus: XIV Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Domingo, 06 de julho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho de hoje (Lc 10,1-12.17-20) recorda-nos a importância da missão, à qual todos somos chamados, cada um segundo a própria vocação, nas situações concretas em que o Senhor o colocou.

Jesus envia setenta e dois discípulos (v. 1). Esse número simbólico indica que a esperança do Evangelho é destinada a todos os povos: é precisamente essa a grandeza do coração de Deus, a sua messe abundante, ou seja, a obra que Ele realiza no mundo para que todos os seus filhos sejam alcançados pelo seu amor e sejam salvos.

Ao mesmo tempo, Jesus diz: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita» (v. 2).

Por um lado, como um semeador, Deus saiu pelo mundo para semear com generosidade e colocou no coração do homem e da história o desejo do infinito, de uma vida plena, de uma salvação que o liberte. Por isso, a messe é grande: o Reino de Deus, como uma semente, germina no solo e os homens e mulheres de hoje, mesmo quando parecem dominados por tantas outras coisas, esperam uma verdade maior, procuram um sentido mais pleno para as suas vidas, desejam a justiça, levam dentro de si um anseio de vida eterna.

Por outro lado, são poucos os operários que vão trabalhar no campo semeado pelo Senhor e que, além disso, são capazes de reconhecer, com os olhos de Jesus, o bom trigo que está pronto para a colheita (cf. Jo 4 35-38). Há algo grande que o Senhor quer fazer na nossa vida e na história da humanidade, mas são poucos aqueles que percebem isso, que param para acolher o dom, que o anunciam e o levam aos outros.

Queridos irmãos e irmãs, a Igreja e o mundo não precisam de pessoas que cumprem os seus deveres religiosos mostrando a sua fé como um rótulo exterior; precisam, pelo contrário, de operários desejosos de trabalhar no campo da missão, de discípulos apaixonados que testemunhem o Reino de Deus onde quer que estejam. Talvez não faltem os “cristãos de ocasião”, que só de vez em quando dão lugar a algum sentimento religioso ou participam em algum evento; mas poucos são aqueles que estão prontos a trabalhar todos os dias no campo de Deus, cultivando no seu coração a semente do Evangelho para depois levá-la à vida quotidiana, à família, aos locais de trabalho e de estudo, aos vários ambientes sociais e àqueles que se encontram em necessidade.

Para fazer isso, não são necessárias muitas ideias teóricas sobre conceitos pastorais: é preciso, acima de tudo, rezar ao Dono da messe. Com efeito, em primeiro lugar está a relação com o Senhor, cultivando o diálogo com Ele. Então, será Ele que nos tornará seus operários e nos enviará ao campo do mundo como testemunhas do seu Reino.

Peçamos à Virgem Maria, ela que participou na obra da salvação oferecendo generosamente o seu “Eis-me aqui”, que interceda por nós e nos acompanhe no caminho do seguimento do Senhor, para que também nós possamos nos tornar operários alegres do Reino de Deus.


Fonte: Santa Sé.

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