quinta-feira, 23 de julho de 2015

Ângelus: XVI Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 19 de julho de 2015

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje recorda-nos que, depois da experiência da missão, os Apóstolos voltaram felizes mas também cansados. E Jesus, cheio de compreensão, deseja dar-lhes um pouco de alívio; então, retira-se com eles para um lugar deserto, a fim de que possam descansar um pouco (cf. Mc 6,31). «Mas viram-nos partir e perceberam para onde iam... e assim precederam-nos» (v. 32). E nesta altura o evangelista oferece-nos uma imagem singularmente intensa de Jesus, «fotografando» por assim dizer os seus olhos e captando os sentimentos do seu Coração; assim diz o evangelista: «Ao descer da barca, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas» (v. 34).

Retomemos os três verbos deste fotograma sugestivo: ver, sentir compaixão, ensinar. Podemos denominá-los os verbos do Pastor. Ver, sentir compaixão, ensinar. O primeiro e o segundo, ver e sentir compaixão, estão sempre associados na atitude de Jesus: com efeito, o seu olhar não é de um sociólogo, nem de um repórter fotográfico, porque ele vê sempre com «os olhos do coração». Estes dois verbos, ver e sentir compaixão, configuram Jesus como Bom Pastor. Também a sua compaixão não é apenas um sentimento humano, mas constitui a comoção do Messias, em quem se fez carne a ternura de Deus. É desta compaixão que nasce o desejo de Jesus, de alimentar a multidão com o pão da sua Palavra, ou seja, de ensinar a Palavra de Deus ao povo. Jesus vê, Jesus sente compaixão, Jesus ensina-nos. Isto é bonito!

E pedi ao Senhor que o Espírito de Jesus, Bom Pastor, que este Espírito me guiasse durante a Viagem apostólica que nos dias passados realizei à América Latina, e que me permitiu visitar o Equador, a Bolívia e o Paraguai. Dou graças a Deus de todo o coração por esta dádiva, Agradeço aos povos destes três países a sua carinhosa e calorosa hospitalidade e entusiasmo. Renovo o meu reconhecimento às Autoridades daqueles países pelo seu acolhimento e pela sua colaboração. É com profundo afecto que agradeço aos meus irmãos Bispos, aos sacerdotes, às pessoas consagradas e a todas as populações, o entusiasmo com que participaram. Juntamente com estes irmãos e irmãs louvei ao Senhor pelas maravilhas que Ele realizou no Povo de Deus a caminho naquelas terras, pela fé que animou e anima a sua vida e a sua cultura. E pudemos louvá-lo inclusive pelas belezas naturais com as quais enriqueceu aqueles países. O Continente latino-americano possui enormes capacidades humanas e espirituais, preserva valores cristãos profundamente arraigados, mas vive também graves problemas sociais e económicos. A fim de contribuir para a sua solução, a Igreja está comprometida em mobilizar as forças espirituais e morais das suas comunidades, colaborando com todos os componentes da sociedade. Perante os grandes desafios que o anúncio do Evangelho deve enfrentar, convidei a haurir de Cristo Senhor a graça que salva e que confere força ao compromisso do testemunho cristão, a promover a propagação da Palavra de Deus, a fim de que a acentuada religiosidade daquelas populações possa constituir sempre um testemunho fiel do Evangelho.

À intercessão maternal da Virgem Maria, que toda a América Latina venera como padroeira com o título de Nossa Senhora de Guadalupe, confio os frutos desta inesquecível Viagem Apostólica.


Fonte: Santa Sé.

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