CELEBRAÇÃO DAS PRIMEIRAS VÉSPERAS DO II DOMINGO DE PÁSCOA
OU DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA
OU DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA
HOMILIA
DO PAPA FRANCISCO
Basílica
de São Pedro
Sábado, 11 de Abril de 2015
Sábado, 11 de Abril de 2015
Ressoa ainda, em todos nós, a saudação de Jesus Ressuscitado aos seus
discípulos na noite de Páscoa: «A paz esteja convosco!» (Jo 20,
19). A paz, sobretudo nas últimas semanas, permanece como desejo de muitas
populações que sofrem violências inauditas de discriminação e morte, só porque
possuem o nome de cristãos. A nossa oração faz-se ainda mais intensa,
tornando-se um grito de socorro ao Pai, rico em misericórdia, para que sustente
a fé de tantos irmãos e irmãs que estão na tribulação, ao mesmo tempo que Lhe
pedimos para converter os nossos corações para passarmos da indiferença à
compaixão.
São Paulo recordou-nos que fomos salvos no mistério da morte e
ressurreição do Senhor Jesus. Ele é o Reconciliador, que está vivo no meio de
nós, para nos oferecer o caminho da reconciliação com Deus e entre os irmãos. O
Apóstolo recorda que, apesar das dificuldades e sofrimentos da vida, cresce a
esperança na salvação que o amor de Cristo semeou nos nossos corações. A
misericórdia de Deus foi derramada em nós, tornando-nos justos, dando-nos a
paz.
Presente no coração de muitos está esta pergunta: Por que motivo um
Jubileu da Misericórdia, hoje? Simplesmente porque a Igreja é chamada, neste
tempo de grandes mudanças epocais, a oferecer mais vigorosamente os sinais da
presença e proximidade de Deus. Este não é o tempo para nos deixarmos distrair,
mas para o contrário: permanecermos vigilantes e despertarmos em nós a
capacidade de fixar o essencial. É o tempo para a Igreja reencontrar o sentido
da missão que o Senhor lhe confiou no dia de Páscoa: ser sinal e instrumento da
misericórdia do Pai (cf. Jo 20, 21-23). Por isso o Ano Santo
deverá manter vivo o desejo de individuar os inúmeros sinais da ternura que
Deus oferece ao mundo inteiro, e sobretudo a quantos estão na tribulação, vivem
sozinhos e abandonados, e também sem esperança de ser perdoados e sentir-se
amados pelo Pai. Um Ano Santo para sentirmos intensamente em nós a alegria de
ter sido reencontrados por Jesus, que veio, como Bom Pastor, à nossa procura,
porque nos tínhamos extraviado. Um Jubileu para nos darmos conta do calor do
seu amor, quando nos carrega aos seus ombros e nos traz de volta à casa do Pai.
Um Ano em que sejamos tocados pelo Senhor Jesus e transformados pela sua misericórdia
para nos tornarmos, também nós, testemunhas de misericórdia. Eis o motivo do
Jubileu: porque este é o tempo da misericórdia. É o tempo favorável para tratar
as feridas, para não nos cansarmos de ir ao encontro de quantos estão à espera
de ver e tocar sensivelmente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a
todos, a todos, o caminho do perdão e da reconciliação.
A Mãe da Misericórdia Divina abra os nossos olhos, para compreendermos o
compromisso a que somos chamados, e nos obtenha a graça de vivermos, com um
testemunho fiel e fecundo, este Jubileu da Misericórdia.
Fonte: Santa Sé
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