terça-feira, 17 de junho de 2014

Ângelus do Papa: Santíssima Trindade - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 15 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Celebramos hoje a Solenidade da Santíssima Trindade, que apresenta à nossa contemplação e adoração a vida divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo: vida de comunhão e amor perfeito, origem e meta de todo o universo e de todas as criaturas, Deus. Na Trindade reconhecemos também o modelo da Igreja, à qual fomos chamados para nos amar como Jesus nos amou. O amor é o sinal concreto que manifesta a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ele é o distintivo do cristão, como Jesus nos disse: «É por isto que todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). É uma contradição pensar em cristãos que se odeiam. É uma contradição! E o diabo procura isto: fazer-nos odiar, porque semeia sempre o joio; ele não conhece o amor, o amor é de Deus!

Somos todos chamados a testemunhar e anunciar a mensagem que «Deus é amor», que Deus não está distante nem é insensível às nossas vicissitudes humanas. Ele está próximo de nós, sempre ao nosso lado, caminha conosco partilhando as nossas alegrias e dores, esperanças e desânimos. Ama-nos tanto e a tal ponto que se fez homem, veio ao mundo não para julgá-lo, mas para que o mundo se salve por meio de Jesus (cf. Jo 3,16-17). Este é o amor de Deus em Jesus, este amor tão difícil de entender, mas que o sentimos quando nos aproximamos de Jesus. Ele perdoa-nos sempre, espera-nos sempre, ama-nos muito. O amor de Jesus que sentimos é o amor de Deus.

O Espírito Santo, dom de Jesus Ressuscitado, comunica-nos a vida divina e faz-nos entrar deste modo no dinamismo da Trindade, que é de amor, comunhão, serviço recíproco e partilha. Uma pessoa que ama os outros pela própria alegria de amar é reflexo da Trindade. Uma família na qual todos se amam e se ajudam uns aos outros é um reflexo da Trindade. Uma paróquia na qual os fiéis se amam e partilham os bens espirituais e materiais é um reflexo da Trindade.

O verdadeiro amor não tem limites, mas sabe limitar-se, para ir ao encontro do outro, para respeitar a liberdade do outro. Todos os domingos vamos à Missa, celebramos a Eucaristia juntos e a Eucaristia é como a «sarça ardente» na qual humildemente a Trindade habita e se comunica; por isso a Igreja celebra a festa do Corpus Christi depois da Trindade. Na próxima quinta-feira, segundo a tradição romana, celebraremos a Santa Missa em São João de Latrão e em seguida faremos a procissão com o Santíssimo Sacramento. Convido os romanos e os peregrinos a participarem para manifestar o nosso desejo de ser um povo «reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (São Cipriano). Espero todos vós na próxima quinta-feira, às 19h, para a Missa e a Procissão do Corpus Christi.

A Virgem Maria, criatura perfeita da Trindade, nos ajude a fazer da nossa vida, nos pequenos gestos e nas escolhas importantes, um hino de louvor a Deus, que é Amor.


Fonte: Santa Sé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário