No último domingo, 21 de outubro
de 2012, durante a Missa para a Canonização de Sete Beatos, o Santo Padre Papa Bento XVI utilizou pela primeira vez em seu pontificado um paramento que
infelizmente havia caído em desuso: o fanon.
O fanon é uma pequena capa de
seda branca ornada com listras douradas e com uma cruz dourada à frente,
colocada sobre os ombros acima da casula e abaixo do pálio. Seu uso é restrito
ao Romano Pontífice durante a Celebração Eucarística, conforme testemunhado
pelo Papa Inocêncio III (1198-1216).
Este paramento caiu em desuso
após o Concílio Vaticano II, mas não foi abolido. Cumpre notar que a reforma
litúrgica em nenhum momento fez referência às insígnias papais, apenas às
episcopais. A definição do uso das insígnias papais compete, pois,
exclusivamente ao Papa, sempre de acordo com a Tradição.
Após o Concílio, o fanon foi
usado apenas uma vez, pelo Papa João Paulo II, no período em que era Mestre de
Cerimônias do Santo Padre o Mons. John Magee (1982-1987). Este, infelizmente,
exerceu o ofício por apenas cinco anos.
Sua função é simbólica: recorda o
escudo da fé que protege a Igreja Católica, personificada na figura do Papa,
cabeça visível da Igreja. Suas listras recordam a unidade entre as igrejas
católicas ocidental e oriental.
O gesto do Papa Bento de retomar
tal paramento não é menos significativo: neste Ano da Fé, o uso do fanon recorda
visivelmente que a Igreja é protegida pelo “escudo da fé” e guiada pelo Romano
Pontífice. A união entre Ocidente e Oriente, simbolizada no fanon e no canto do
Evangelho pelo diácono grego nas Missas Papais, é caminho necessário para o
diálogo ecumênico.
Oremos pelo Santo Padre, o Papa
Bento, para que o Senhor o conserve em seu missão de guiar a Igreja de Cristo
na verdade e de confirmá-la na fé. Ad
multos anos, Sancte Pater!
Seguem mais algumas fotos do uso do fanon:
Venerável Pio XII |
Beato João XXIII |
Servo de Deus Paulo VI |
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