sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O fanon papal

No último domingo, 21 de outubro de 2012, durante a Missa para a Canonização de Sete Beatos, o Santo Padre Papa Bento XVI utilizou pela primeira vez em seu pontificado um paramento que infelizmente havia caído em desuso: o fanon.


O fanon é uma pequena capa de seda branca ornada com listras douradas e com uma cruz dourada à frente, colocada sobre os ombros acima da casula e abaixo do pálio. Seu uso é restrito ao Romano Pontífice durante a Celebração Eucarística, conforme testemunhado pelo Papa Inocêncio III (1198-1216).

Este paramento caiu em desuso após o Concílio Vaticano II, mas não foi abolido. Cumpre notar que a reforma litúrgica em nenhum momento fez referência às insígnias papais, apenas às episcopais. A definição do uso das insígnias papais compete, pois, exclusivamente ao Papa, sempre de acordo com a Tradição.

Após o Concílio, o fanon foi usado apenas uma vez, pelo Papa João Paulo II, no período em que era Mestre de Cerimônias do Santo Padre o Mons. John Magee (1982-1987). Este, infelizmente, exerceu o ofício por apenas cinco anos.


Sua função é simbólica: recorda o escudo da fé que protege a Igreja Católica, personificada na figura do Papa, cabeça visível da Igreja. Suas listras recordam a unidade entre as igrejas católicas ocidental e oriental.

O gesto do Papa Bento de retomar tal paramento não é menos significativo: neste Ano da Fé, o uso do fanon recorda visivelmente que a Igreja é protegida pelo “escudo da fé” e guiada pelo Romano Pontífice. A união entre Ocidente e Oriente, simbolizada no fanon e no canto do Evangelho pelo diácono grego nas Missas Papais, é caminho necessário para o diálogo ecumênico.

Oremos pelo Santo Padre, o Papa Bento, para que o Senhor o conserve em seu missão de guiar a Igreja de Cristo na verdade e de confirmá-la na fé. Ad multos anos, Sancte Pater!


Seguem mais algumas fotos do uso do fanon:

Venerável Pio XII
Beato João XXIII
Servo de Deus Paulo VI 

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