Em suas Catequeses nn. 43-44 sobre Jesus Cristo, São João Paulo II concluiu sua reflexão sobre a humanidade do Filho de Deus, iniciada nos dois encontros anteriores.
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Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO
43. Jesus, amigo dos pecadores,
homem solidário com todos os homens
João Paulo II - 10 de fevereiro
de 1988
1. Jesus Cristo, verdadeiro
homem, é “semelhante
a nós em tudo, exceto no pecado”: este foi o tema da Catequese anterior. O pecado está essencialmente
excluído d’Aquele que, sendo verdadeiro homem, é também verdadeiro Deus (“verus homo”, mas não “merus homo”).
Toda a vida terrena de Cristo e
todo o desenvolvimento da sua missão testemunham a verdade da sua absoluta
impecabilidade. Ele mesmo lançou o desafio: “Quem de vós pode acusar-me de
pecado?” (Jo 8,46). Homem “sem pecado”, Jesus Cristo durante toda a
sua vida luta com o pecado e com tudo o que gera o pecado, começando
por Satanás, que é o “pai da mentira” na história do homem “desde o princípio”
(cf. Jo 8,44). Esta luta é delineada já no limiar da
missão messiânica de Jesus, no momento da tentação (cf. Mc 1,13; Mt 4,1-11; Lc 4,1-13),
e atinge seu ápice na Cruz e na Ressurreição. Luta que, portanto,
termina com a vitória.
2. Esta luta contra o pecado e suas
próprias raízes não torna Jesus estranho ao homem. Pelo contrário, aproxima-o
dos homens, de cada homem. Em sua vida terrena, Jesus costumava mostrar-se
particularmente próximo daqueles que, aos olhos dos outros, apareciam como
pecadores. Vemo-lo em muitos textos do Evangelho.
Vocação de São Mateus (Caravaggio) |
3. Sob este aspecto é importante a
“comparação” que Jesus faz entre si mesmo e João Batista. Ele diz: “Veio João,
que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. Veio o Filho do homem,
que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de
publicanos e pecadores’” (Mt 11,18-19).
É evidente o caráter “polêmico” dessas
palavras em relação aos que antes criticavam João Batista, profeta solitário e
asceta severo que vivia e batizava às margens do Jordão, e agora criticam Jesus
porque se move e age no meio das pessoas. Mas resulta igualmente transparente, à
luz dessas palavras, a verdade sobre o modo de ser, de sentir, de comportar-se Jesus
em relação aos pecadores.
4. Acusavam-no de ser “amigo de
publicanos - ou seja, dos cobradores de impostos, mal vistos por serem considerados
gananciosos e não observantes (cf. Mt 5,46; 9,11; 18,17) e pecadores”.
Jesus não rejeita radicalmente este juízo, cuja verdade - excluída toda conivência
e toda reticência - é confirmada em muitos episódios registrados nos Evangelhos.
Assim, por exemplo, aquele ligado
ao nome do chefe dos publicanos de Jericó, Zaqueu, a cuja casa Jesus, por assim
dizer, se convidou: “Zaqueu, desce depressa! - Zaqueu, sendo de baixa
estatura, havia subido sobre uma árvore para ver melhor Jesus que passava - Hoje
Eu devo ficar na tua casa”. E quando o publicano desceu, cheio de alegria, e ofereceu
a Jesus a hospitalidade em sua própria casa, ouviu-o dizer: “Hoje chegou a
salvação a esta casa, pois também este é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho
do homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (cf. Lc 19,1-10).
Deste texto transparece não só a familiaridade de Jesus com publicanos e
pecadores, mas também o motivo da sua busca e relação com eles: a sua salvação.
5. Um acontecimento análogo é
ligado ao nome de Levi, filho de Alfeu. O episódio é ainda mais
significativo porque este homem, que Jesus havia visto “sentado no posto de arrecadação
de impostos”, foi chamado por Ele para se tornar um dos Apóstolos: “Segue-me”,
dissera-lhe Jesus. E ele, levantando-se, o seguiu (cf. Mt 9,9). Ele é
elencado entre os Doze sob o nome de Mateus, e sabemos que é o autor de um dos Evangelhos.
O evangelista Marcos diz que Jesus “estava
sentado à mesa na casa de Levi” e que “muitos publicanos e
pecadores sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos” (cf. Mc 2,13-15).
Também neste caso “os escribas, que eram fariseus” apresentaram suas queixas aos
discípulos; mas Jesus lhes disse: “Não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas os doentes. Não vim chamar justos, mas pecadores” (Mc 2,17).
6. Sentar-se à mesa com outros - incluindo
os “publicanos e pecadores” - é um modo de ser humano, que se nota
em Jesus desde o início da sua atividade messiânica. Com efeito, uma das primeiras
ocasiones em que Ele manifestou seu poder messiânico foi o banquete nupcial de Caná
da Galileia, ao qual participou junto com sua Mãe e seus discípulos (cf. Jo 2,1-12).
Também mais adiante Jesus costumava aceitar os convites à mesa
não só dos “publicanos”, mas também dos “fariseus”, que eram
seus mais ferozes “adversários”. Lemos, por exemplo, em Lucas: “Um fariseu convidou
Jesus para a refeição. Ele entrou na casa do fariseu e sentou-se à mesa” (Lc 7,36).
7. Durante essa refeição acontece
um fato que lança uma nova luz sobre o comportamento de Jesus em relação à
pobre humanidade, formada por tantos “pecadores”, desprezados e condenados pelos
que se consideram “justos”. Eis que uma mulher, conhecida na cidade
como pecadora, se encontrava entre os presentes e, chorando, beijava
os pés de Jesus e os ungia com óleo perfumado. Tem lugar então um diálogo entre
Jesus e o dono da casa, durante o qual Jesus estabelece um vínculo essencial
entre o perdão dos pecados e o amor inspirado pela fé: “Os muitos pecados que
ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor”. E disse à mulher: “Teus
pecados estão perdoados. Tua fé te salvou. Vai em paz!” (cf. Lc 7,36-50).
8. Este não é o único caso do gênero.
Há outro que, de certo modo, é dramático: o da “mulher flagrada em adultério” (cf. Jo 8,1-11).
Também este acontecimento, como o anterior, explica em que sentido Jesus era “amigo
dos publicanos e pecadores”. Ele diz à mulher: “Vai, e de agora em diante não
peques mais” (v. 11). Aquele que era “semelhante a nós em tudo, exceto no
pecado” mostrou-se próximo dos pecadores e pecadoras para afastar-lhes
do pecado. Mas considerava este objetivo messiânico de um modo
completamente “novo” em relação ao rigor reservado aos “pecadores” pelos que os
julgavam em base à Lei antiga. Jesus agia no espírito de um grande amor
pelo homem, em virtude da profunda solidariedade que nutria em si mesmo por
aquele que havia sido criado por Deus à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,27;
5,1).
9. Em que consiste esta solidariedade?
É a manifestação do amor que tem sua fonte no próprio Deus. O Filho
de Deus veio ao mundo para revelar este amor. Revela-o já pelo próprio fato de
fazer-se homem: um de nós. Esta união conosco na humanidade por parte de Jesus
Cristo, verdadeiro homem, é a expressão fundamental da sua solidariedade
com todo homem, porque fala eloquentemente do amor com que o próprio Deus ama
todos e cada um de nós. O amor é aqui confirmado de um modo particular:
aquele que ama deseja compartilhar tudo com o amado; precisamente
por isto o Filho de Deus se faz homem. D’Ele havia predito Isaías: “Ele assumiu
as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças” (Is 53,4; Mt 8,17).
Jesus compartilha assim com cada filho e filha do gênero humano a mesma condição
existencial. E nisto Ele revela também a dignidade essencial
do homem: de todos e de cada um. Podemos dizer que a Encarnação
é uma inefável “revalorização” do homem e da humanidade!
10. Este “amor-solidariedade”
sobressai em toda a vida e missão terrena do Filho do homem, sobretudo em
relação aos que sofrem sob o peso de qualquer tipo de miséria física ou
moral. No vértice do seu caminho está o “dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45):
o sacrifício redentor da cruz. Mas, ao longo do caminho que leva a esse sacrifício
supremo, toda a vida terrena de Jesus é uma multiforme
manifestação da sua solidariedade com o homem, sintetizada nestas suas palavras:
“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate por muitos” (ibid.). Foi criança como toda criança humana. Trabalhou
com suas próprias mãos junto a José de Nazaré, assim como trabalham todos os homens
(cf. Laborem exercens, n. 26). Era um filho de Israel, participava
da cultura, das tradições, esperanças e sofrimentos do seu povo. Conheceu também
o que muitas vezes acontece na vida dos homens chamados a uma determinada missão:
a incompreensão e mesmo a traição de um daqueles que Ele mesmo tinha escolhido como
seus Apóstolos e continuadores; e, por isso, experimentou também Ele uma
profunda dor (cf. Jo 13,21).
E quando se aproximou o momento em
que devia “dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,28), ofereceu-se
voluntariamente (cf. Jo 10,18), consumando assim o mistério da
sua solidariedade no sacrifício. O governador romano não encontrou outra
palavra para defini-lo diante dos acusadores reunidos, senão esta: “Eis o homem!”
(Jo 19,5).
Esta palavra de um pagão, desconhecedor
do mistério, mas não insensível ao fascínio que emanava de Jesus inclusive naquele
momento, diz tudo sobre a realidade humana de Cristo: Jesus é o homem; um verdadeiro homem
que, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado, fez-se vítima pelo pecado e
solidário com todos até a morte de cruz.
44. Jesus Cristo, Aquele que “despojou-se”
João Paulo II - 17 de fevereiro
de 1988
1. “Eis o homem!” (Jo 19,5). Recordamos na Catequese
anterior estas palavras pronunciadas por Pilatos ao apresentar Jesus aos sumos
sacerdotes e aos guardas, depois de ter mandado flagelá-lo e antes de
pronunciar a condenação definitiva à morte de cruz. Jesus, chagado, coroado de
espinhos, vestido com um manto de púrpura, escarnecido e esbofeteado pelos
soldados, próximo já à morte, é o emblema da humanidade sofredora.
“Eis o homem”. Esta expressão contém
em certo sentido toda a verdade sobre Cristo verdadeiro homem:
sobre Aquele que se fez “semelhante a nós em tudo, menos no pecado”; sobre Aquele
que “uniu-se de certo modo a cada homem” (cf. Gaudium et spes, n. 22).
Chamaram-no “amigo dos publicanos e pecadores”. Precisamente como vítima
pelo pecado, se faz solidário com todos, inclusive com os “pecadores”,
até a morte de cruz. Mas precisamente esta condição de vítima à qual Jesus foi
reduzido ressalta um último aspecto da sua humanidade, que deve ser acolhido e
meditado profundamente à luz do mistério do seu “despojamento” (“kenosis”). Segundo São Paulo, “Ele, existindo em forma divina, não considerou
um privilégio ser igual a Deus, mas esvaziou-se, assumindo a forma de servo e tornando-se semelhante ao ser
humano. E encontrado em aspecto humano, humilhou-se, fazendo-se
obediente até a morte - e morte de cruz” (Fl 2,6-8).
2. O texto paulino da Carta aos
Filipenses nos introduz no mistério da “kenosis”
de Cristo. Para expressar este mistério, o Apóstolo utiliza primeiro
a palavra “esvaziou-se”, “despojou-se”, que se refere sobretudo à
realidade da Encarnação: “O Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Deus-Filho
assumiu a natureza humana, a humanidade, se fez verdadeiro homem,
permanecendo Deus! A verdade sobre Cristo-homem deve ser considerada sempre
em relação a Deus-Filho. Precisamente esta referência permanente é indicada pelo
texto de Paulo. “Esvaziou-se” não significa de modo algum que deixou
de ser Deus: seria um absurdo! Significa, ao contrário, como exprime de
modo perspicaz o Apóstolo, que “não considerou um privilégio ser igual a Deus”,
mas que, “existindo em forma divina” (in forma Dei), como verdadeiro Deus-Filho, Ele assumiu uma natureza
humana privada de glória, submetida ao sofrimento e à morte, na qual poder viver
a obediência ao Pai até o extremo sacrifício.
3. Nesse contexto, o “fazer-se
semelhante aos homens” comportou uma renúncia voluntária, que
se estendeu inclusive aos “privilégios” que Ele teria podido usufruir como homem.
Com efeito, assumiu “a forma de servo”. Não quis pertencer às
categorias dos poderosos, quis ser como aquele que serve: “O Filho do homem
não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45).
4. De fato, vemos nos Evangelhos
que a vida terrena de Cristo esteve
marcada desde o início pelo sinal da pobreza. Isto é destacado já no relato
do seu nascimento, quando o evangelista Lucas faz notar que “não havia lugar
para eles (Maria y José) na hospedaria” e que Jesus veio à luz em uma estrebaria
e reclinado em uma manjedoura (cf. Lc 2,7).
Por Mateus sabemos que já nos primeiros meses da sua vida experimentou a sorte
do refugiado (cf. Mt 2,13-15). A vida oculta em
Nazaré se desenvolveu em condições extremamente modestas, as de uma família cujo
chefe era um carpinteiro (cf. Mt 13,55), e o próprio
Jesus trabalhava com seu pai “adotivo” (cf. Mc 6,3). E quando deu
início ao seu ensinamento, uma extrema pobreza continuou a acompanhá-lo,
como Ele mesmo atesta de certa forma referindo-se à precariedade das suas condições
de vida, impostas pelo seu ministério de evangelização: “As raposas têm tocas e
os pássaros do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a
cabeça” (Lc 9,58).
5. Em sua missão messiânica,
Jesus encontrou desde o início objeções e incompreensões, apesar dos “sinais”
que realizava. Estava sob observação e era perseguido pelos que exerciam o poder
e tinham influência sobre o povo. Por fim, foi acusado,
condenado e crucificado: a mais infame de todas as espécies de pena de morte,
que era aplicada apenas nos casos de crimes de extrema gravidade, especialmente
aos que não eram cidadãos romanos e aos escravos. Também por isto podemos dizer
com o Apóstolo que Cristo assumiu, literalmente, “a forma de servo” (Fl 2,7).
6. Neste “despojamento de
si mesmo”, que caracteriza profundamente a verdade sobre
Cristo verdadeiro homem, podermos dizer que se restabelece a
verdade do homem universal: é restabelecida e “reparada”. Com efeito, quando lemos
que o Filho “não considerou um privilégio ser igual a Deus”,
não podemos deixar de perceber nestas palavras uma alusão à primeira
e original tentação à qual o homem e a mulher cederam “no princípio”: “Sereis
como Deus, conhecedores do bem e do mal” (Gn 3,5). O homem havia
cedido à tentação para ser “igual a Deus”, embora fosse apenas uma criatura. Aquele
que é Deus-Filho “não
considerou um privilégio ser igual a Deus” e, fazendo-se homem,
“despojou-se”, reabilitando com esta escolha todo homem, por mais pobre e
despojado que seja, à sua dignidade original.
7. Mas para expressar esse mistério
da “kenosis” de Cristo, São Paulo utiliza também outra palavra: “Humilhou-se”.
Ele insere esta palavra no contexto da realidade da redenção. Com efeito, escreve
que Jesus Cristo “humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte - e morte de
cruz” (Fl 2,8). Aqui a “kenosis” de Cristo é descrita em
sua dimensão definitiva. Do ponto de vista humano é a dimensão do
despojamento através da Paixão e da Morte infame. Do ponto de vista divino é a
redenção realizada pelo amor misericordioso do Pai através do Filho
que obedeceu voluntariamente por amor ao Pai e aos homens a salvar. Naquele
momento teve lugar um novo início da glória de Deus na história do homem: a glória
de Cristo, seu Filho feito homem. Com efeito, o texto paulino diz: “Por isso Deus
o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome”
(Fl 2,9).
8. Eis como Santo Atanásio comenta
este texto da Carta aos Filipenses: “A expressão ‘o exaltou’ não
quer dizer que tenha sido exaltada a natureza do Verbo: este último, com
efeito, foi e será sempre igual a Deus. Ela quer indicar, ao contrário, a
exaltação da natureza humana. Essas palavras, portanto, não foram pronunciadas
senão depois da Encarnação do Verbo, para que ficasse claro que termos
como ‘humilhado’ e ‘exaltado’ referem-se unicamente à dimensão
humana. Apenas o que é humilde, com efeito, é capaz de ser elevado” (Atanásio, Adversus
Arianos, Oratio I, 41). Aqui acrescentamos apenas que toda a natureza
humana - toda a humanidade -, humilhada na condição penosa à qual foi reduzida pelo
pecado, encontra na exaltação de Cristo-homem a fonte da sua nova glória.
9. Não podemos concluir sem uma
última alusão ao fato de que Jesus falou de si mesmo sobretudo como “Filho do homem”
(Mc 2,10.28; 14,62; Mt 8,20; 16,27; 24,27; Lc 9,22;
11,30; Jo 1,51; 8,28; 13,31). Esta expressão, segundo a
sensibilidade da linguagem comum de então, também podia indicar que Ele é verdadeiro
homem como todos os demais seres humanos e, sem dúvida, contém a referência à sua
real humanidade.
No entanto, o significado
estritamente bíblico, também neste caso, é estabelecido levando em conta o
contexto histórico resultante da tradição de Israel, expressada e influenciada
pela profecia de Daniel, que dá origem a essa formulação de um
conceito messiânico (cf. Dn 7,13-14). “Filho do homem” nesse
contexto não significa apenas um homem comum, pertencente ao gênero humano, mas
se refere a um personagem que receberá de Deus o domínio universal, que transcende
todo tempo histórico, na era escatológica.
Na boca de Jesus e nos textos dos evangelistas,
portanto, a fórmula está carregada de um sentido pleno que abarca divino e
humano, céu e terra, história e escatologia, como o próprio Jesus nos faz compreender
quando, testemunhando diante de Caifás ser o Filho de Deus, anuncia com força:
“A partir de agora vereis o Filho do homem sentado à direita do Poderoso
e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt 26,64). No Filho do homem,
pois, são imanentes o poder e a glória de Deus. Estamos novamente diante do
único Homem-Deus, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. A Catequese nos leva
continuamente a Ele, para que creiamos e, crendo, oremos e adoremos.
Jesus Cristo, verdadeiro homem, Servo do Senhor (Nikolay Koshelev) |
Tradução nossa a partir do texto italiano
divulgado no site da Santa Sé (10 de fevereiro e 17 de fevereiro de 1988).
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