quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Jesus Cristo 26

Concluindo a 3ª seção das suas Catequeses sobre a Pessoa do Filho, centrada no mistério de Cristo “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, o Papa São João Paulo II dedicou quatro encontros à humanidade de Jesus.

Confira a postagem introdutória às Catequeses sobre o Creio, com os links para as demais meditações, clicando aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO

III. Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem

D. Jesus Cristo, verdadeiro homem

41. Jesus Cristo, verdadeiro homem
João Paulo II - 27 de janeiro de 1988

1. Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem: é o mistério central da nossa fé e também a verdade-chave das nossas Catequeses cristológicas. Esta manhã nos propomos buscar o testemunho dessa verdade na Sagrada Escritura, especialmente nos Evangelhos, e na Tradição cristã.

Já vimos que, nos Evangelhos, Jesus Cristo se apresenta e se dá a conhecer como Deus-Filho, especialmente quando declara: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30); quando atribui a si mesmo o nome de Deus “Eu sou” (cf. Jo 8,58) e os atributos divinos; quando afirma que lhe foi dada “toda a autoridade no céu e na terra” (Mt 28,18): o poder do juízo final sobre todos os homens e o poder sobre a lei (Mt 5,22.28.32.34.39.44), que tem em Deus sua origem e sua força, e, por fim, o poder de perdoar os pecados (cf. Jo 20,22-23), porque embora tenha recebido do Pai o poder de pronunciar o “julgamento” final sobre o mundo (cf. Jo 5,22), Ele vem ao mundo para “procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10).

Para confirmar o seu poder divino sobre a criação, Jesus realiza os “milagres”, isto é, os “sinais” que testemunham que junto a Ele veio ao mundo o reino de Deus.

“Jesus Cristo... amou com um coração humano”
(cf. Gaudium et Spes, n. 22)

2. Mas este Jesus que, através de tudo o que “faz e ensina”, dá testemunho de si mesmo como Filho de Deus, ao mesmo tempo se apresenta e se dá a conhecer como verdadeiro homem. Todo o Novo Testamento, e em particular os Evangelhos, atestam de modo inequívoco esta verdade, da qual Jesus tem uma consciência claríssima e que os Apóstolos e os evangelistas conhecem, reconhecem e transmitem sem nenhum tipo de dúvida. Portanto, devemos dedicar a presente Catequese a recolher e a ilustrar, ao menos em um breve esboço, os dados evangélicos sobre esta verdade, sempre em relação com o que dissemos anteriormente sobre Cristo como verdadeiro Deus.

Tal modo de esclarecer a verdadeira humanidade do Filho de Deus é hoje indispensável, dada a difundida tendência a ver e a apresentar Jesus apenas como homem: um homem incomum e extraordinário, mas sempre e apenas um homem. Esta tendência característica dos tempos modernos é de certo modo antitética àquela que se manifestou sob várias formas nos primeiros séculos do Cristianismo e que tomou o nome de “docetismo”. Segundo os “docetas”, Jesus Cristo era um homem aparente”: isto é, tinha a aparência de um homem, mas em realidade era apenas Deus.

Diante dessas tendências opostas, a Igreja professa e proclama firmemente a verdade sobre Cristo como Deus-homem: verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; uma só Pessoa - a Pessoa divina do Verbo - subsistente em duas naturezas, a divina e a humana, como ensina o Catecismo [1]. É um profundo mistério da nossa fé, mas permite captar em si muitas luzes.

3. Os testemunhos bíblicos sobre a verdadeira humanidade de Jesus Cristo são numerosos e claros. Queremos recolhê-los, para depois explicá-los nas próximas Catequeses.

O ponto de partida aqui é a verdade da Encarnação: “Et incarnatus est” (“e se encarnou”), professamos no Creio (Símbolo Niceno-Constantinopolitano). Esta verdade é expressa mais especificamente no Prólogo do Evangelho de João: “E o Verbo se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14). Carne (em grego σαρξ, “sarx”) significa o homem em concreto, compreende a corporeidade e, portanto, a precariedade, a debilidade, em certo sentido a caducidade: “Toda carne é como a erva”, lemos no Livro de Isaías (Is 40,6).

Jesus Cristo é homem nesse sentido da palavra “carne”.
Esta carne - e, portanto, a natureza humana - Jesus a recebeu da sua Mãe, Maria, a Virgem de Nazaré. Se Santo Inácio de Antioquia chama Jesus “sarcóforo”, “portador da carne” (Carta aos Esmirniotas, 5), indica claramente com esta palavra seu nascimento humano de uma mulher, que lhe deu a “carne humana”. Já São Paulo havia dito que “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4,4).

4. O evangelista Lucas fala desse nascimento de uma mulher quando descreve os acontecimentos da noite de Belém: “Quando estavam ali, completaram-se os dias de ela dar à luz. Ela deu à luz o seu filho, o primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o em uma manjedoura” (Lc 2,6-7). O mesmo evangelista nos dá a conhecer que, no oitavo dia depois do nascimento, o Menino foi submetido à circuncisão ritual e “deram-lhe o nome de Jesus” (v. 21). No quadragésimo dia foi oferecido como “primogênito” no templo de Jerusalém segundo a lei de Moisés (cf. vv. 22-24).

E ainda, como qualquer outra criança, também este Menino “crescia, ficava forte e cheio de sabedoria” (Lc 2,40). “Jesus ia crescendo em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens” (v. 52).

5. Vejamo-lo como adulto, como é apresentado mais frequentemente pelos Evangelhos. Como verdadeiro homem, homem de carne (“sarx”), Jesus experimentou o cansaço, a fome e a sede. Lemos: “Tendo jejuado durante quarenta dias e quarenta noites, teve fome” (Mt 4,2). E em outro lugar: “Jesus, fatigado da viagem, sentou-se, assim como estava, junto da fonte... Veio uma mulher da Samaria tirar água. Jesus lhe pediu: ‘Dá-me de beber’” (Jo 4,6-7).

Jesus tem, pois, um corpo submetido ao cansaço, ao sofrimento, um corpo mortal. Um corpo que ao final sofre as torturas do martírio mediante a flagelação, a coroação de espinhos e, por fim, a crucificação.

Durante a terrível agonia, morrendo sobre o lenho da cruz, Jesus pronuncia aquele seu “Tenho sede” (Jo 19,28), no qual está contida uma última, dolorosa e comovedora expressão da verdade da sua humanidade.

6. Apenas um verdadeiro homem poderia sofrer como Jesus sofreu no Gólgota, apenas um verdadeiro homem poderia morrer como morreu verdadeiramente Jesus. Esta morte foi constatada por muitas testemunhas oculares, não só por amigos e discípulos, mas, como lemos no Evangelho de João, pelos próprios soldados, que “chegando a Ele, viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água” (Jo 19,33-34).

“Nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”: com estas palavras do Símbolo dos Apóstolos a Igreja professa a verdade do nascimento e da Morte de Jesus. A verdade da Ressurreição é atestada logo depois com as palavras: “Ressuscitou ao terceiro dia”.

7. A Ressurreição confirma de modo novo que Jesus é verdadeiro homem: se o Verbo ao nascer no tempo “se fez carne”, quando ressuscitou retomou o próprio corpo de homem.

Apenas um verdadeiro homem poderia sofrer e morrer na cruz, apenas um verdadeiro homem poderia ressuscitar. Ressuscitar quer dizer retornar à vida no corpo. Este corpo pode ser transformado, dotado de novas qualidades e poderes, e ao final inclusive glorificado (como na Ascensão de Cristo e na futura ressurreição dos mortos), mas é corpo verdadeiramente humano. Com efeito, Cristo Ressuscitado se põe em contato com os Apóstolos, eles o veem, tocam as chagas que conservadas após a crucificação, e Ele não só fala e permanece com eles, mas inclusive aceita a sua comida: “Ofereceram-lhe um pedaço de peixe asado. Ele o tomou e comeu diante deles” (Lc 24,42-43). Ao final, Cristo, com este corpo ressuscitado e glorificado, mas sempre corpo de verdadeiro homem, ascende ao céu, para sentar-se “à direita do Pai”.

8. Portanto, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Não um homem aparente, não um “fantasma” (“homo phantasticus”), mas homem real. Assim o conheceram os Apóstolos e o grupo de crentes que constituiu a Igreja dos inícios. Assim nos falaram d’Ele em seu testemunho.

Notamos desde agora que, sendo assim as coisas, não existe em Cristo uma oposição entre o que é “divino” e o que é “humano”. Se o homem, desde o princípio, foi criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,27; 5,1), e, portanto, o que é “humano” pode manifestar também o que é “divino”, quanto mais isso ocorre em Cristo. Ele revelou a sua divindade mediante a humanidade, mediante uma vida autenticamente humana. A sua “humanidade” serviu para revelar a sua “divindade”, a sua Pessoa de Verbo-Filho.

Ao mesmo tempo Ele, como Deus-Filho, não era por isso “menos” homem. Para revelar-se como Deus não estava obrigado a ser “menos” homem. Antes: por este fato Ele era “plenamente homem, ou seja, ao assumir a natureza humana em unidade com a Pessoa divina do Verbo, Ele realizava em plenitude a perfeição humana. É uma dimensão antropológica da cristologia, à qual deveremos retornar.

42. Jesus Cristo, “semelhante a nós em tudo, menos no pecado”
João Paulo II - 03 de fevereiro de 1988

1. Jesus Cristo é verdadeiro homem. Continuamos a Catequeses anterior dedicada a este tema. Trata-se de uma verdade fundamental da nossa fé, baseada na palavra do próprio Cristo, confirmada pelo testemunho dos Apóstolos e discípulos, transmitida de geração em geração no ensinamento da Igreja: “Credimus... Deum verum et hominem verum... non phantasticum, sed unum et unicum Filium Dei”, “Cremos... verdadeiro Deus e verdadeiro homem...  não aparente, mas um só e único Filho de Deus” (II Concílio de Lião; Denzinger, n. 852).

Mais recentemente a mesma doutrina foi recordada pelo Concílio Vaticano II, que destacou a nova relação que o Verbo, encarnando-se e fazendo-se homem como nós, inaugurou com todos e com cada um:
“Por sua Encarnação, o Filho de Deus uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado (Hb 4,15)” (Gaudium et spes, n. 22).

2. Já no marco da Catequese anterior buscamos mostrar essa “semelhança de Cristo conosco, que deriva do fato de que Ele é verdadeiro homem: “O Verbo se fez carne” (Jo 1,14), e “carne” (“sarx”) indica precisamente o homem enquanto ser corpóreo (“sarkikos”), que vem à luz mediante o nascimento “de uma mulher” (cf. Gl 4,4). Em sua corporeidade, Jesus de Nazaré, como todo homem, experimentou o cansaço, a fome e a sede. Seu corpo era passível, vulnerável, sensível à dor física. E precisamente nessa carne (“sarx”), Ele foi submetido a terríveis torturas e, por fim, crucificado: “Foi crucificado, morto e sepultado”.

O texto conciliar antes citado completa ainda mais esta imagem quando diz “Trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano” (Gaudium et spes, n. 22).

3. Prestemos hoje uma particular atenção a esta última afirmação, que nos faz entrar no mundo interior da vida psicológica de Jesus. Ele experimentava verdadeiramente os sentimentos humanos: a alegria, a tristeza, a indignação, a admiração, o amor. Lemos, por exemplo, que Jesus “exultou no Espírito Santo” (Lc 10,21); que chorou sobre Jerusalém: “Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar sobre ela, e disse: ‘Se tu também reconhecesses, hoje, aquilo que conduz à paz!’” (Lc 19,41-42); chorou também depois da morte do seu amigo Lázaro: “Quando Jesus viu (Maria) chorar, bem como aos que estavam com ela, comoveu-se profundamente e ficou conturbado. E perguntou: ‘Onde o pusestes?’. Responderam: “Vem e vê, Senhor”. Jesus chorou” (Jo 11,33-35).

4. Os sentimentos de tristeza atingem uma particular intensidade em Jesus no momento do Getsêmani. Lemos: “Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a sentir pavor e angústia. Ele disse-lhes: ‘Minha alma está triste até a morte!’” (Mc 14,33-34; cf. também Mt 26,37). Em Lucas lemos: “Entrando em agonia, Jesus orava com mais insistência. Seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam no chão” (Lc 22,44). Um fato de ordem psicofísica que atesta, por sua vez, a realidade humana de Jesus.

5. Lemos também sobre a indignação de Jesus. Assim, quando um homem com a mão seca se apresenta a Ele para ser curado em dia de sábado, Jesus antes faz aos presentes esta pergunta: “‘É permitido em dia de sábado fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou deixá-la perecer?’. Eles ficaram calados. Olhando-os em redor, indignado e entristecido pela dureza de seus corações, disse ao homem: ‘Estende a mão’. Ele estendeu a mão, que se recuperou” (Mc 3,4-5).

Vemos a mesma indignação no episódio dos vendedores expulsos do templo. Escreve Mateus que “expulsou todos os que ali estavam vendendo e comprando. Revirou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas. E disse-lhes: ‘Está escrito: Minha casa será chamada casa de oração. Vós, porém, fizestes dela um antro de ladrões” (Mt 21,12-13; cf. Mc 11,15).

6. Em outros lugares lemos que Jesus “se admira”: “Admirava-se da incredulidade deles” (Mc 6,6). Mostra também admiração quando diz: “Observai os lírios, como crescem... nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um só dentre eles” (Lc 12,27). Admira também a fé da mulher cananeia: “Mulher, grande é tua fé!” (Mt 15,28).

7. Mas dos Evangelhos resulta sobretudo que Jesus amou. Lemos que durante o diálogo com o jovem que veio perguntar-lhe que devia fazer para entrar no reino dos céus, “Jesus olhou bem para ele, com amor” (Mc 10,21). O evangelista João escreve que “Jesus amava Marta, sua irmã e Lázaro” (Jo 11,5), e chama a si mesmo “o discípulo que Jesus amava” (Jo 13,23).

Jesus amava as crianças: “Traziam também crianças para que Jesus as tocasse... e abraçou as crianças, impôs as mãos sobre elas e as abençoou” (Mc 10,13-16). E quando proclamou o mandamento do amor, referiu-se a esse amor com que Ele mesmo amou: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei” (Jo 15,12).

8. Podemos dizer que a hora da Paixão, especialmente a agonia sobre a cruz, constitui o zênite, o ápice do amor com que Jesus “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). “Ninguém tem maior amor do que aquele de dá a própria vida por seus amigos” (Jo 15,13). Ao mesmo tempo, esta “hora” é também o zênite da tristeza e do abandono que Ele experimentou em sua vida terrena. Uma expressão penetrante deste abandono permanecerá para sempre nas palavras: “Eloí, Eloí, lemá sabactâni?”, “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15,34). São palavras que Jesus toma do Salmo 21 (v. 2) e com as quais expressa o supremo tormento da sua alma e do seu corpo, incluindo a misteriosa sensação de um momentâneo abandono por parte de Deus. O cravo mais dramaticamente doloroso de toda a Paixão!

9. Assim, pois, Jesus se fez verdadeiramente semelhante aos homens, assumindo a condição de servo, como proclama a Carta aos Filipenses (cf. Fl 2,7). Mas a Carta aos Hebreus, falando d’Ele como “sumo sacerdote dos bens futuros” (Hb 9,11), confirma e precisa que “não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi tentado em tudo à nossa semelhança, sem todavia pecar” (Hb 4,15). Ele verdadeiramente “não conheceu pecado”, embora São Paulo dirá que “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que n’Ele nos tornemos justiça de Deus” (2Cor 5,21).

O próprio Jesus pôde lançar o desafio: “Quem de vós pode acusar-me de pecado?” (Jo 8,46). E eis a fé da Igreja: “Sine peccato conceptus, natus et mortuus”. Proclama-o, em harmonia com toda a Tradição, o Concílio de Florença (Decreto para os jacobitasDenzinger, n. 1347): Jesus foi “concebido, nasceu e morreu sem pecado”. Ele é o homem verdadeiramente justo e santo.

10. Repitamos com o Novo Testamento, com o Símbolo e com o Concílio: Jesus Cristo “tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado” (cf. Hb 4,15). E precisamente graças a essa semelhança, “Cristo, o novo Adão, manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe revela a sua altíssima vocação” (Gaudium et spes, n. 22).

Podemos dizer que, mediante essa constatação, o Concílio Vaticano II responde, mais uma vez, a pergunta fundamental que dá título ao célebre tratado de Santo Anselmo: Cur Deus homo?” (“Por que Deus se fez homem?”). É uma pergunta do intelecto que aprofunda o mistério do Deus-Filho, o qual se fez verdadeiro homem “por nós, homens, e para nossa salvação”, como professamos no Símbolo Niceno-Constantinopolitano.

Cristo manifesta “plenamente” o homem ao próprio homem pelo fato de que Ele “não conheceu pecado”. Pois o pecado não é, de nenhuma maneira, um enriquecimento do homem. Ao contrário: o deprecia, o diminui, o priva da plenitude que lhe é própria (cf. Gaudium et spes, 13).
A recuperação, a salvação do homem caído é a resposta fundamental à pergunta sobre o porquê da Encarnação.

Dominus flevit” - “O Senhor chorou”
(William Hole)

Nota:
[1] O Papa se refere aqui ao “Catecismo” de maneira ampla, uma vez que o Catecismo da Igreja Católica só seria publicado em 1992.

Tradução nossa a partir do texto italiano divulgado no site da Santa Sé (27 de janeiro e 03 de fevereiro de 1988).

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