quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Homilia do Papa: Nossa Senhora de Guadalupe (2023)

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São Pedro
Terça-feira, 12 de dezembro de 2023

A primeira coisa que nos vem à mente é a imagem da Virgem impressa na tilma.
É a imagem da primeira discípula, da mãe dos fiéis, da própria Igreja, que fica impressa na humildade daquilo que somos e temos, que não vale muito, mas que será algo grande aos olhos de Deus. Fica impressa na tilma.

A Virgem pede a Juan Diego um pequeno trabalho: colher algumas flores. As flores, na mística, significam as virtudes que o Senhor infunde no coração, não são obra nossa. O ato de colhê-las nos revela que Deus quer que acolhamos esse dom, que perfumemos nossa frágil realidade com obras de bem, eliminando ódios e temores.

Olhando para a mensagem de Guadalupe, as palavras da Virgem - “Não estou eu aqui, que sou sua mãe?” - adquirem um novo sentido. Esse “estar” da Virgem é ficar permanentemente impressa nessas pobres roupas, perfumadas pelas virtudes colhidas em um mundo que parece incapaz de produzi-las. Virtudes que preenchem nossa pobreza na simplicidade de pequenos gestos de amor, que, sem que percebamos, vão iluminando a nossa tilma com a imagem de uma Igreja que carrega Cristo em seu seio.

A imagem, a tilma, as rosas, esta é a mensagem. Simples assim, sem acrescentar mais.  Junto à certeza de que ela é minha mãe, que está aqui. E essa mensagem nos defende de tantas ideologias sociais e políticas com que tantas vezes se usa essa realidade guadalupana para fundamentar-se, justificar-se e ganhar dinheiro. A mensagem guadalupana não tolera ideologias de nenhum tipo. Somente a imagem, a tilma, as rosas.


Tradução nossa a partir do original em espanhol. Fonte: Santa Sé.

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