Neste mês de dezembro de 2023 comemoramos os 60 anos da Constituição Sacrosanctum
Concilium (SC) sobre a
sagrada Liturgia, promulgada pelo Concílio Vaticano II a 04 de dezembro de
1963.
Portanto, nada mais justo que propor como sugestão de
leitura para este mês a própria Constituição. Certamente há várias traduções
desta no Brasil, tanto individualmente quanto como parte de “compêndios” com os
16 documentos do Concílio.
Nesta postagem sugerimos especificamente a edição intitulada
“Sacrosanctum Concilium: Texto e comentário”, publicada em 2012
pela Editora Paulinas como parte da Coleção “Revisitar o Concílio”, nos
50 anos desse importantíssimo evento eclesial.
Em suas 158 páginas, após uma breve Introdução
apresentando o documento, a obra traz o texto completo da Constituição, com
seus 130 parágrafos, acompanhado dos comentários do Frei
Alberto Beckhäuser (†2017) na forma de “notas de rodapé”.
Como indica a própria apresentação do livro feita pela editora, tais
comentários destacam a recepção da Sacrosanctum Concilium no Brasil, com seus
aspectos positivos e negativos.
Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada Liturgia
Texto e comentário
Proêmio (nn. 1-4)
Nestes primeiros parágrafos apresenta-se o objetivo do Concílio a
respeito da Liturgia.
Capítulo I: Princípios
gerais para a reforma e incremento da sagrada Liturgia
Subdividido em cinco partes:
1. Natureza da sagrada Liturgia e sua importância
na vida da Igreja (nn. 5-13)
Nesta parte encontram-se os parágrafos mais importantes da
Constituição, com os fundamentos teológicos da Liturgia, vista como exercício
do sacerdócio de Cristo para a glorificação de Deus e a santificação do homem,
como fonte e ápice da vida da Igreja...
2. Necessidade
de promover a formação litúrgica e a participação ativa (nn. 14-20)
Como o título
indica, esses parágrafos tratam da importância da formação litúrgica e do
conceito de participação, que ao longo do texto receberá cinco “notas”: ativa,
consciente, plena, frutuosa e piedosa.
3. Reforma da
sagrada Liturgia (nn.
21-40)
Apresentam-se aqui as
normas mais gerais da reforma litúrgica, como, por exemplo, a importância da
Sagrada Escritura, o tema da língua litúrgica, as legítimas adaptações...
4. Incremento da
vida litúrgica na diocese e na paróquia (nn. 41-42)
5. Incremento da
ação pastoral litúrgica
(nn. 43-46)
Esta duas breves
seções destacam o caráter eclesial da Liturgia, enfatizando a missão do Bispo e
das comissões litúrgicas em vários níveis (diocesana, nacional...).
Capítulo II: O
mistério eucarístico (nn.
47-58)
Após apresentar os
princípios gerais da reforma litúrgica, aqui a Constituição centra-se na
celebração da Eucaristia, isto é, a Missa, apresentando alguns aspectos teológicos
e propostas de reforma: leituras, homilia, oração dos fiéis (preces), Comunhão
sob as duas espécies, concelebração...
Capítulo III: Os
outros sacramentos e sacramentais (nn. 59-82)
Como no capítulo
anterior, após alguns pressupostos teológicos sobre a natureza dos sacramentos
e sacramentais, propõem-se algumas mudanças, destacando-se a recuperação do “catecumenato
dos adultos” (Iniciação Cristã).
Capítulo IV:
Ofício Divino (nn. 83-101)
Este capítulo trata
da Liturgia das Horas, oração oficial da Igreja para a santificação das horas
do dia. Segue-se aqui o mesmo esquema dos anteriores: alguns parágrafos sobre a
natureza do Ofício e outros com aspectos práticos para sua reforma.
Capítulo V: Ano
Litúrgico (nn. 102-111)
Se o capítulo
anterior tratou do ritmo diário da Liturgia, este reflete sobre o seu ritmo
anual. O Concílio propõe várias reformas significativas, sobretudo a recuperação
da centralidade do domingo, além de refletir sobre alguns tempos litúrgicos
(sobretudo a Quaresma) e as festas de Maria e dos santos.
Capítulo VI: A música
sacra (nn. 112-121)
Capítulo VII:
Arte sacra e alfaias litúrgicas (nn. 122-130)
Por fim, os dois últimos
capítulos da Constituição sobre a sagrada Liturgia tratam da música e da arte
sacra, apresentando sua natureza e propondo algumas reformas, enfatizando
também a importância da formação.
Sobre o autor:
Alberto Beckhäuser nasceu
no dia 20 de maio de 1935 em Forquilinha (SC). Após ingressar na Ordem dos
Frades Menores (franciscanos), recebeu a
ordenação presbiteral no dia 15 de dezembro de 1962.
No ano seguinte, durante
o Concílio Vaticano II, foi enviado a Roma para estudar Liturgia, obtendo o Doutorado
pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo em 1967. De volta ao Brasil,
tornou-se professor no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis (RJ). Foi
também assessor de Liturgia da CNBB, tendo participado significativamente na
tradução de vários livros litúrgicos.
Faleceu em
Petrópolis no dia 28 de março de 2017.
Frei Alberto Beckhäuser (†2017) |
Para adquirir o
livro no site da Editora Paulinas, clique aqui.
Confira também nossa postagem sobre a obra “Os fundamentos da Sagrada Liturgia”, de autoria do Frei Alberto Beckhäuser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário