terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Ângelus: III Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 21 de janeiro de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje narra a vocação dos primeiros discípulos (Mc 1,14-20). Chamar outros para a sua missão é uma das primeiras coisas que Jesus faz no início da vida pública: aproxima-se de alguns jovens pescadores e convida-os a segui-lo para se tornarem «pescadores de homens» (v. 17). E isto diz-nos algo importante: o Senhor gosta de nos envolver na sua obra de salvação, nos quer ativos com Ele, nos quer responsáveis e protagonistas. Um cristão que não é ativo, que não é responsável na obra do anúncio do Senhor e que não é protagonista da sua fé, não é cristão ou, como dizia a minha avó, é um cristão “de água de rosas”.

Por si só, Deus não precisaria de nós, mas precisa, não obstante isso implique assumir muitos dos nossos limites: somos todos limitados, pecadores, e Ele assume-os. Vejamos, por exemplo, quanta paciência Ele teve com os discípulos: muitas vezes não entendiam as suas palavras (cf. Lc 9,51-56), outras vezes não estavam de acordo entre si (Mc 10,41), durante muito tempo não podiam aceitar aspectos essenciais da sua pregação, por exemplo o serviço (Lc 22, 27). No entanto, Jesus os escolheu e continuou a acreditar neles. Isto é importante, o Senhor escolheu-nos para ser cristãos. E nós somos pecadores, fazemos “uma atrás da outra”, mas o Senhor continua a acreditar em nós. Isto é maravilhoso!

Com efeito, levar a salvação de Deus a todos foi a maior felicidade de Jesus, a sua missão, o sentido da sua existência (cf. Jo 6,38) ou, como Ele diz, o seu “alimento” (Jo 4,34). E em cada palavra e ação com que nos unimos a Ele, na bela aventura de dar amor, multiplicam-se a luz e a alegria (Is 9,2): não só à nossa volta, mas também em nós. Portanto, anunciar o Evangelho não é tempo perdido: é ser mais feliz, ajudando os outros a ser felizes; é libertar-se de si, para ajudar os outros a ser livres; é tornar-nos melhores para ajudar os outros a ser melhores!

Então, perguntemo-nos: paro de vez em quando para recordar a alegria que cresceu em mim e à minha volta quando aceitei o chamado para conhecer e testemunhar Jesus? E quando rezo, agradeço ao Senhor por ter me chamado a fazer os outros felizes? Por fim, desejo, através do meu testemunho e da minha alegria, fazer com que alguém experimente como é belo amar Jesus?
Que a Virgem Maria nos ajude a saborear a alegria do Evangelho!

Vocação dos primeiros discípulos
(Giorgio Vasari)

Fonte: Santa Sé.

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