terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Ângelus: IV Domingo do Advento - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 22 de dezembro de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje o Evangelho apresenta-nos Maria que, depois do anúncio do Anjo, visita Isabel, sua parente idosa (Lc 1,39-45), que também está à espera de um filho. Trata-se, portanto, do encontro de duas mulheres que se alegram com o dom extraordinário da maternidade: Maria acaba de conceber Jesus, o Salvador do mundo (cf. Lc 1,31-35), e Isabel, apesar da sua idade avançada, traz no seu seio João, que preparará o caminho diante do Messias (cf. Lc 1,13-17).

Ambas têm muitos motivos para se alegrar, e talvez possamos senti-las distantes, protagonistas de milagres tão grandes, que normalmente não acontecem na nossa experiência. Mas a mensagem que o evangelista quer nos transmitir, alguns dias antes do Natal, é diferente. De fato, contemplar os sinais prodigiosos da ação salvífica de Deus nunca nos deve fazer sentir distantes d’Ele, mas antes ajudar-nos a reconhecer a sua presença e o seu amor próximo de nós, por exemplo no dom de cada vida, de cada criança e da sua mãe. O dom da vida. Li, no programa “À sua imagem”, uma coisa bonita que estava escrita: Nenhuma criança é um erro. O dom da vida.

Hoje, na Praça, haverá também mães com os seus filhos, e talvez também algumas que estejam “à espera do bebê”. Por favor, não fiquemos indiferentes à sua presença, aprendamos a maravilhar-nos com a sua beleza, como fizeram Isabel e Maria, essa beleza das mulheres grávidas. Abençoemos as mães e louvemos a Deus pelo milagre da vida! Gosto - gostava, porque agora não posso - quando ia de ônibus na outra Diocese, de ver que, quando uma mulher grávida entrava no ônibus, lhe davam imediatamente um lugar para se sentar: é um gesto de esperança e de respeito!

Irmãos e irmãs, nestes dias gostamos de criar um ambiente festivo com luzes, decorações e músicas de Natal. Lembremo-nos, no entanto, de exprimir sentimentos de alegria sempre que encontrarmos uma mãe com o seu filho nos braços ou no seio. E quando isso nos acontecer, rezemos no nosso coração e digamos também, como Isabel: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!» (Lc 1,42); cantemos como Maria: «A minha alma engrandece o Senhor» (v. 46), para que toda a maternidade seja abençoada e, em cada mãe do mundo, seja louvado e exaltado o nome de Deus, que confia aos homens e às mulheres o poder de dar a vida aos filhos.

Daqui a pouco abençoaremos os “Bambinelli” (imagens do Menino Jesus) que trouxestes. Podemos então nos perguntar: agradeço ao Senhor porque se fez homem como nós, para participar em tudo, exceto no pecado, da nossa existência? Louvo o Senhor e bendigo-o por cada criança que nasce? Quando me cruzo com uma mãe grávida, sou bondoso? Mantenho e defendo o valor sagrado da vida dos pequeninos desde a sua concepção no ventre materno?

Que Maria, a Bendita entre todas as mulheres, nos permita sentir admiração e gratidão perante o mistério da vida que nasce.

Visitação (Rafael Sanzio)

Fonte: Santa Sé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário