terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Ângelus: I Domingo do Advento - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 1° de dezembro de 2024

Prezados irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Lc 21,25-28.34-36), I Domingo do Advento, fala-nos de perturbações cósmicas e de ansiedade e medo na humanidade. Neste contexto, Jesus dirige uma palavra de esperança aos seus discípulos: «Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima» (v. 28). A preocupação do Mestre é que os seus corações não se tornem pesados (cf. v. 34) e que aguardem com vigilância a vinda do Filho do homem.

O convite de Jesus é este: erguer a cabeça ao alto e manter o coração leve e desperto.

De fato, muitos contemporâneos de Jesus, perante os acontecimentos catastróficos que veem acontecer à sua volta - perseguições, conflitos, calamidades naturais - são tomados pela angústia e pensam que esteja para chegar o fim do mundo. Têm o coração sobrecarregado pelo medo. Jesus, porém, quer libertá-los das angústias atuais e das falsas convicções, mostrando-lhes como estar despertos no coração, como ler os acontecimentos a partir do projeto de Deus, que realiza a salvação mesmo nos acontecimentos mais dramáticos da história. Por isso, sugere-lhes que voltem o olhar para o Céu para compreender as coisas da terra: «Levantai-vos e erguei a cabeça» (v. 28). É belo: «Levantai-vos e erguei a cabeça».

Irmãos e irmãs, também para nós é importante a recomendação de Jesus: «Que vossos corações não fiquem insensíveis», pesados (v. 34). Todos nós, em tantos momentos da vida, nos perguntamos: como ter um coração “leve”, um coração desperto, um coração livre? Um coração que não se deixa esmagar pela tristeza? E a tristeza é negativa, é negativa! Com efeito, pode acontecer que as ansiedades, os medos e as aflições sobre a nossa vida pessoal ou pelo que se passa no mundo hoje, pesem sobre nós como pedras e nos atirem para o desânimo. Se as preocupações tornam pesado o coração e nos levam a fechar-nos em nós mesmos, Jesus, ao contrário, convida-nos a levantar a cabeça, a confiar no seu amor que nos quer salvar e que se faz próximo em cada situação da nossa existência, pede-nos que lhe demos espaço para redescobrir a esperança.

Perguntemo-nos então: o meu coração está sobrecarregado pelo medo, pelas preocupações, pelas ansiedades do futuro? Sei olhar os acontecimentos quotidianos e as vicissitudes da história com os olhos de Deus, na oração, com um horizonte mais amplo? Ou deixo-me dominar pelo desânimo? Que este Tempo do Advento seja uma ocasião preciosa para erguer o nosso olhar para Ele, que alivia o coração e nos sustenta no caminho.

Invoquemos agora a Virgem Maria, que, mesmo nos momentos de provação, esteve pronta a acolher o projeto de Deus.

Última vinda de Cristo
(Igreja de São Lourenço em Viena, Áustria)

Fonte: Santa Sé.

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