quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Ângelus: Imaculada Conceição de Maria (2024)

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 08 de dezembro de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom dia e boa festa!
Hoje, na Solenidade da Imaculada Conceição, o Evangelho narra um dos momentos mais importantes, mais belos, na história da humanidade: a Anunciação (Lc 1,26-38), quando o “sim” de Maria ao Arcanjo Gabriel permitiu a Encarnação do Filho de Deus, Jesus. É uma cena que suscita a maior maravilha e comoção, porque Deus, o Altíssimo, o Onipotente, por meio do Anjo dialoga com uma jovem de Nazaré, pedindo a colaboração dela para o seu projeto de salvação. Se hoje tiverdes um pouco de tempo, procurai no Evangelho de São Lucas e lede esta cena. Garanto que vos fará bem, muito bem!

Como na cena da criação de Adão, pintado por Michelangelo na Capela Sistina, onde o dedo do Pai celeste toca o do homem, também aqui o humano e o divino se encontram, no início da nossa Redenção, encontram-se com uma delicadeza maravilhosa, no instante abençoado em que a Virgem Maria pronuncia o seu “sim”. Ela é uma mulher de uma pequena aldeia periférica e é chamada para sempre para o centro da história: da sua resposta depende o futuro da humanidade, que pode de novo sorrir e esperar, porque o seu destino foi colocado em boas mãos. Será ela a trazer o Salvador, concebido pelo Espírito Santo.

Portanto, Maria, como a saúda o Arcanjo Gabriel, é a «cheia de graça» (v. 28), a Imaculada, inteiramente a serviço da Palavra de Deus, sempre com o Senhor, a quem se confia completamente. Nela não há nada que resista à sua vontade, nada que se oponha à verdade e à caridade. Eis a sua bem-aventurança, que todas as gerações cantarão. Alegremo-nos também nós porque a Imaculada nos deu Jesus, que é a nossa salvação!

Irmãos e irmãs, contemplando este mistério, podemos nos perguntar: no nosso tempo, agitado por guerras e concentrado no esforço de possuir e dominar, onde ponho a minha esperança? Na força, no dinheiro, nos amigos poderosos? É ali que ponho a minha esperança? Ou na misericórdia infinita de Deus? E perante tantos falsos modelos brilhantes que circulam nos meios de comunicação social e na internet, onde procuro a minha felicidade? Onde está o tesouro do meu coração? Está no fato de que Deus me ama gratuitamente, que o seu amor me precede sempre e está pronto a perdoar-me quando volto arrependido para ele? Nessa esperança filial no amor de Deus? Ou iludo-me procurando fazer valer o meu eu e a minha vontade a todo o custo?

Irmãos e irmãs, ao aproximar-se a abertura da Porta Santa do Jubileu, abramos as portas do coração e da mente ao Senhor. Ele nasceu de Maria Imaculada: imploremos a intercessão de Maria. E dou-vos um conselho. Hoje é um belo dia para decidir fazer uma boa Confissão. Se não puderdes ir hoje, nesta semana, até ao próximo domingo, abri o vosso coração e o Senhor perdoa tudo, tudo, tudo. E assim, nas mãos de Maria, seremos mais felizes.

Imaculada Conceição, detalhe
(Peter Paul Rubens)

Fonte: Santa Sé.

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