Durante sua 56ª Assembleia Geral, que aconteceu de 11 a 20
de abril de 2018 no Santuário de Aparecida, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) aprovou as novas Diretrizes para a formação dos presbíteros da
Igreja no Brasil.
As Diretrizes foram em seguida encaminhadas para a
Congregação para o Clero para eventuais correções, tendo seu texto definitivo
publicado no final de 2019 como o Documento n. 110 da CNBB.
Em nosso blog já analisamos sob o ponto de vista da Liturgia
a Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis (Documento O dom da vocação presbiteral), publicada pela Congregação para o Clero em 2016, da
qual derivam nossas Diretrizes. É nelas que identificaremos agora as menções à
Liturgia, aos sacramentos e à piedade popular.
Capítulo I:
Coordenadas da formação presbiteral
A primeira referência à Liturgia nas Diretrizes encontra-se
na 1ª parte do capítulo 1, intitulada “Contexto como desafio”. Dentre os
desafios elencados está “o mundanismo, o
relaxamento na disciplina e os abusos na Liturgia”
(n. 12).
Encontramos outro desafio relacionado à Liturgia no n. 67
das Diretrizes, na 2ª parte do Capítulo II, mas que por afinidade temática
indicamos aqui. Trata-se do “cuidado
somente exterior e ostentado com a ação
litúrgica”, que o n. 42 da Ratio
Fundamentalis já havia assinalado.
Na 2ª parte deste Capítulo I encontramos, como indica o
título, os “Fundamentos teológicos” do itinerário de formação presbiteral.
Parte-se, como indica o n. 29, dos “sacramentos da Iniciação à Vida Cristã, como fonte do seguimento de Cristo, da
missão e do testemunho cristão” e do “sacramento da Ordem, como fonte da configuração sacramental a
Cristo Pastor e Cabeça da Igreja e da identidade do presbítero”.
A vocação batismal será explanada nos nn. 30-33 e a
configuração a Cristo operada no sacramento da Ordem nos nn. 34-38, que retomam
os nn. 31-33 da Ratio. O n. 36 das
Diretrizes cita textualmente o n. 33 da Ratio,
que define o presbítero como “mestre da
Palavra e ministro dos sacramentos”.
As reflexões iniciais sobre o presbítero concluem com o n.
41, letra g. Neste parágrafo são
elencados diversos “nomes” do presbítero: ao se referirem a ele como
“sacerdote” as Diretrizes recordam: “É
ele que reúne a comunidade para o momento mais alto e mais importante de sua
existência, a Celebração Eucarística”.
Capítulo II:
Itinerário da formação presbiteral
Na 1ª parte do Capítulo II, intitulada “Características,
períodos e metas”, encontramos uma referência à Liturgia como meta do processo
formativo, o qual visa “capacitar os
futuros presbíteros para o ministério da Palavra, para o ministério do culto e da santificação e para o ministério do
pastoreio como serviço ao Reino e à Igreja” (n. 60) [1].
Na 5ª parte do mesmo capítulo, onde são delineados os
“Objetivos específicos” da formação presbiteral, encontramos outras referências
à Liturgia. Primeiramente o n. 73, letra e,
retoma o ministério do culto como meta do processo: “formar para o exercício do ministério
do culto e da santificação, a fim de que, pela oração e pelo desempenho da
sagrada Liturgia, realizem a obra da
salvação por meio do sacrifício eucarístico, dos outros sacramentos e demais
expressões celebrativas”.
No mesmo n. 73 encontramos na letra d, que versa sobre o ministério da Palavra, uma referência especial
à homilia, a qual se insere em um contexto litúrgico.
O n. 74, por sua vez, expressa os objetivos na forma dos
anseios do povo de Deus por determinados tipos de presbíteros. Dois fazem
referência à Liturgia e aos sacramentos:
n. 74a: “Presbíteros
discípulos (...) que se nutram da
Palavra de Deus, da Eucaristia e da
oração, e abracem a cruz de cada dia”;
n. 74d: “Presbíteros cheios
de misericórdia (...) disponíveis
para administrar o sacramento da
Reconciliação (...)”.
Capítulo III: Período
do primeiro discernimento
O capítulo III trata da pastoral vocacional (1ª parte) e do Seminário
Menor (2ª parte). No que se refere ao Seminário Menor, retomando o n. 21 da Ratio, as Diretrizes definem entre seus
objetivos ajudar o candidato a desenvolver “a
vida litúrgica e sacramental, a devoção mariana e os demais exercícios de piedade” (n. 108).
Capítulo IV: Período
da formação inicial
Na introdução do Capítulo IV encontramos, no n. 120, algumas
características do processo formativo. Dentre estas, na letra d, encontra-se: “ambiente comunitário que favoreça a fraternidade. Uma convivência
madura e sadia que ajude o formando, convocado pela Palavra, a desabrochar o
seu ser ‘homem de palavra’, vivendo no amor e na verdade, como ser de relação
celebrada na Eucaristia”.
A 1ª parte deste Capítulo IV trata do “Seminário
Propedêutico”. Aqui encontramos duas referências à Liturgia, como celebração e
como objeto de estudos.
Primeiramente, no n. 130, letra b, ao elencar os elementos constitutivos desta etapa, as Diretrizes
delineiam a dimensão espiritual, definida como “iniciação à experiência de Deus e de amizade com Jesus Cristo, por meio
(...) da celebração diária da Eucaristia, (...) das celebrações
da Palavra, (...) da confissão frequente e direção
espiritual; da devoção mariana, (...)
da piedade
popular; participação em acontecimentos importantes em nível de Igreja;
noções de Liturgia e
espiritualidade; cuidado especial para a integração fé-vida”. Este
parágrafo retoma o n. 59 da Ratio, a
qual porém acrescentava outro componente importante omitido aqui: a Liturgia
das Horas.
Por fim, no que se refere ao Propedêutico, a Liturgia se faz
presente como objeto de estudo, como já havia indicado o n. 157b da Ratio: “introdução (...) à Liturgia, mediante o estudo do
Catecismo da Igreja Católica e dos livros litúrgicos” (n. 134b das
Diretrizes).
A 2ª parte do Capítulo IV, intitulada “Seminário Maior e
suas etapas” é o texto mais longo e mais completo das Diretrizes, razão pela
qual a maioria das referências à Liturgia do documento se encontram aqui.
Primeiramente, na introdução desta 2ª parte, o Seminário é
definido como o lugar onde “os futuros
presbíteros compartilham a vida, a exemplo da comunidade apostólica ao redor do
Cristo Ressuscitado: oram juntos, celebram a mesma Liturgia que culmina na Eucaristia
(...)” (n. 140) [2].
No ponto 2.4, que trata da “Equipe dos formadores”, aparece
primeiramente a referência a Cristo como formador “na sua Palavra e nos sacramentos”
(n. 153), já indicada na Ratio, n.
125. Também retomando a Ratio (n.
136) aparece aqui a figura do Diretor Espiritual, reafirmado como o responsável
pela “condução dos vários serviços de
piedade e da vida litúrgica do
seminário” (n. 153).
O ponto 2.6, que traz os “Objetivos e exigências da formação
no Seminário Maior”, ao elencar no n. 159 alguns objetivos do Seminário,
apresenta na letra d: “organizar com fidelidade e regularidade as
celebrações comunitárias da Liturgia das
Horas, da Eucaristia, da Penitência, das práticas de piedade em equilíbrio com a multiplicidade de
compromissos, trabalho, estudo e atividades pastorais”.
Antes de entrar nas quatro dimensões da formação no
Seminário, o ponto 2.8 traz o tema da “vida comunitária” como um valor que as
perpassa. Aqui se afirma que, através da experiência de vida comunitária, o
formando “aprofunda a sua experiência de
Igreja que, enraizada no Evangelho e na celebração
dos Mistérios de Cristo, responde ao seu chamado” (n. 175).
O ponto 2.9 é o texto mais longo das Diretrizes, pois
apresenta as quatro dimensões da formação já delineadas na Exortação Pastores Dabo Vobis: humana, espiritual,
pastoral e intelectual. Ao tratar da dimensão espiritual as Diretrizes trarão
os textos mais importantes sobre a Liturgia, como já fizera a Ratio.
O n. 210 recorda os sacramentos da iniciação cristã, que são
o fundamento de todo o percurso formativo, sobretudo em sua etapa inicial:
“(...) o propedêutico deve oferecer uma
verdadeira Iniciação à Vida Cristã,
progressiva e sistemática, fundamentada na Palavra de Deus e no Ritual de
Iniciação Cristã de Adultos”.
O n. 211, por sua vez, traz um elenco de meios que
fortalecem a vida espiritual, que serão aprofundados nos parágrafos seguintes.
Dentre estes meios são dignos de nota:
211b: “As celebrações
e vivência dos sacramentos,
principalmente da Eucaristia diária
e da Reconciliação”;
211d: “A celebração da
Liturgia das Horas, cotidiana e
integral, quer comunitária, quer particular”;
211e: “A autêntica devoção à Virgem Maria e a São José,
seu esposo”.
Após o n. 212, que trata da Palavra de Deus, os nn. 213-214
são os que tratam mais detalhadamente da importância da Liturgia no Seminário.
Dado sua centralidade, reproduzimo-los na íntegra:
“213. A presença de
Cristo no hoje da Igreja também se expressa nos gestos salvíficos dos Sacramentos e no culto litúrgico. O futuro presbítero, que será o principal animador
e servidor da celebração litúrgica, tenha uma participação consciente e ativa
na Liturgia. O Ano Litúrgico, sobretudo com suas festas e tempos mais fortes,
oriente a espiritualidade comunitária do seminário e contribua para formar o
futuro presbítero como presidente das celebrações litúrgicas e mestre de oração
dos fiéis. Cuide-se da formação litúrgica no âmbito pessoal e comunitário,
teórico e vivencial, pastoral e espiritual. É necessário superar toda e
qualquer separação entre a arte da celebração e a participação plena, ativa e
frutuosa de todos os fiéis” [3].
“214. A iniciação à vida litúrgica receba, no
tempo do seminário, cuidado especial, oferecendo momentos e experiências
marcantes que permitam ao seminarista, mediante o estudo e a vivência,
compreender a beleza da Liturgia, amadurecendo a capacidade de viver e presidir
as celebrações litúrgicas com arte, fé e competência. Assim, o seminarista é
iniciado na ars celebrandi que ‘exprime
precisamente a capacidade dos ministros ordenados e de toda a assembleia,
reunida para a celebração, de atuar e de viver o sentido de cada um dos atos
litúrgicos. Trata-se de uma arte que se faz uma só coisa com o compromisso da
contemplação e da coerência cristã. Através dos ritos e das orações, é
necessário deixar-se alcançar e impregnar intimamente pelo Mistério’” [4].
Após o n. 215 apresentar o tema da oração, o n. 216 reflete
sobre o sacramento da Eucaristia:
“A celebração da Eucaristia, ponto culminante da oração
cristã, seja o centro e cume da vida do seminário, onde se torna presente
cotidianamente o mistério da comunhão com Deus em Cristo e se adquire força
para a vivência da missão na caminhada rumo à Páscoa definitiva. O futuro
presbítero seja levado a reconhecer e vivenciar as diversas dimensões da
Eucaristia: sacrifício, memorial, sacramento de piedade, sinal de unidade,
vínculo de caridade, banquete pascal. Descubra especialmente a dimensão
eclesial da Eucaristia e sua significação para o povo cristão, como sinal de
esperança na caminhada da libertação. Ame-a como realidade que contém todo o
bem espiritual da Igreja e de onde emana toda a sua força; nela alimente e
interiorize o espírito comunitário e o zelo pela unidade, o espírito apostólico
e a caridade pastoral. ‘A participação cotidiana na Celebração Eucarística, que
encontra a sua natural continuidade na adoração eucarística, permeia a vida do
seminarista, de modo a que, ao longo dela, possa amadurecer uma constante união
com o Senhor’. O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor
inestimável na vida da Igreja e está ligado intimamente com a celebração do
Sacrifício Eucarístico. É bom demorar-se com o Senhor e, inclinado sobre seu
peito, como o discípulo predileto (Jo 13,25), deixar-se tocar pelo amor
infinito do seu coração. O futuro presbítero encontre, portanto, na Eucaristia,
o princípio e a fonte de unidade de sua própria vida” [5].
Na sequência, o n. 217 reflete sobre o sacramento da
Reconciliação:
“Em resposta à Palavra
de Deus e sustentado pela força da Eucaristia, no âmbito da formação espiritual
deve-se demonstrar a beleza e a alegria do Sacramento
da Penitência. Seja dada atenção permanente à dimensão penitencial da vida
cristã, que consiste em morrer ao pecado e ressuscitar para a vida nova em
Cristo. Pela prática do perdão e da penitência, renove-se constantemente a
conversão pessoal e a graça batismal. O seminarista seja educado para a
percepção dos aspectos pessoais e sociais do pecado, o sentido da misericórdia
divina e a estima do ministério da Reconciliação. Os formadores deem testemunho
da grandeza deste Sacramento. ‘A
celebração regular e frequente do sacramento da Penitência, preparado através
de um cotidiano exame de consciência, torna-se ocasião para que o seminarista
possa reconhecer, com humildade, as próprias fragilidades e os próprios
pecados, e, sobretudo, para que possa compreender e experimentar a alegria de
sentir-se amado e perdoado pelo Senhor’” [6].
Por fim, nesta sequência de parágrafos, o n. 218 traz-nos o
tema da música litúrgica:
“A música litúrgica é parte integrante e
significativa da ação ritual. Ela tem uma força especial para atingir os
corações e, enquanto parte integrante do rito, uma grande eficácia pedagógica
para levar os seminaristas a mergulhar no mistério celebrado. Eles devem contar
com uma boa iniciação ao canto litúrgico e ao seu significado teológico e
espiritual”.
Cumpre dizer que este é um tema novo, que não havia
aparecido na Ratio. Porém, em comparação com ela, faltam aqui os parágrafos
referentes à Liturgia das Horas e à piedade popular.
Conclui a reflexão sobre a dimensão espiritual da formação o
n. 222, que pede o justo equilíbrio entre a disciplina comum do seminário e as
iniciativas pessoais do formando. Assim, “o
regimento interno do seminário apresente as celebrações litúrgicas comunitárias, os momentos de oração e
silêncio, dias de retiro, as práticas de
piedade e devoções populares (o rosário, a via-sacra, a visita e a adoração
ao Santíssimo, entre outras), atendendo às exigências características da
espiritualidade própria do presbítero diocesano”.
No que se refere à dimensão pastoral, o n. 233 elenca,
dentre as iniciativas pastorais, o exercício dos ministérios instituídos, que o
candidato recebe durante a etapa dos estudos teológicos: “assumir os serviços próprios de sua condição ministerial (leitor, acólito, diácono), a fim de se preparar para o
ministério presbiteral” (n. 233h).
Por fim, ao tratar da dimensão intelectual, as Diretrizes
retomam o que já havia sido estabelecido na Ratio:
elencam a Liturgia entre as
disciplinas básicas dos estudos teológicos (Diretrizes, n. 276; Ratio, n. 167), além de apresentar
também as disciplinas ministeriais, dentre as quais quatro fazem referência à
Liturgia: Ars celebrandi, com
especial atenção para a homilética; Iniciação ao ministério da confissão; Nova Evangelização, com
atenção à piedade popular,
inculturação do Evangelho, hagiografia; Arte
sacra, incluindo a música sacra (Diretrizes, n. 283; Ratio, nn. 177-179.181).
Capítulo V: Projeto
formativo
Na 4ª parte do Capítulo V, intitulada “Cuidados pastorais no
projeto formativo” menciona-se o papel dos párocos e vigários paroquiais dos
seminaristas como formadores. Dentre outros elementos, eles testemunham aos
candidatos “a prática da oração, da
meditação e da Liturgia das Horas”
(n. 313).
Ainda no Capítulo V, em sua 6ª parte (Orientações práticas)
há uma reflexão sobre o espaço físico do Seminário, no qual se encontra a
capela (n. 326a):
“A capela: ambiente
fundamental, nobre, de singela beleza, aconchegante e de frequência diária para
a celebração da Eucaristia e demais celebrações litúrgicas, para a
meditação, a oração e a contemplação”.
Capítulo VI: Ritos,
ministérios e ordenações
O Capítulo VI é todo dedicado aos ritos que acompanham o
itinerário formativo, como sintetiza o n. 338:
“As etapas da formação
inicial dos futuros presbíteros estão marcadas pela celebração dos diversos ritos que acompanham o seu desenvolvimento:
admissão entre os candidatos às ordens sacras, instituição de leitor,
instituição de acólito, profissão de fé, juramento de fidelidade, Ordenação
diaconal e Ordenação presbiteral. Estes ritos têm significado vocacional e eclesial,
devendo sempre ser precedidos de adequada preparação, de modo a permitir a
vivência generosa do seu sentido e de suas exigências”.
O primeiro rito, apresentado nos nn. 340-343, é a admissão
às ordens sacras. Como sintetiza o n. 343: “O
rito de admissão tem uma dimensão
espiritual e eclesial. É uma manifestação pública da decisão firme por parte do
candidato de seguir o itinerário de formação à vida e missão presbiteral
proposto pela Igreja”.
Na sequência temos o ministério da Palavra, através do rito
de instituição de leitor (nn. 344-345). “O
ministério de leitor propõe ao
seminarista o ‘desafio’ de deixar-se transformar pela Palavra de Deus, objeto
da sua oração e do seu estudo; ela despertará o seu coração para o anúncio e a
missionariedade” (n. 345).
O terceiro rito é o ministério do altar, isto é, o rito de
instituição de acólito (nn. 346-347). A preparação para a recepção deste
ministério deve incluir “o conhecimento
da Sagrada Liturgia (...), o cultivo da espiritualidade eucarística e a
vivência sacramental” (n. 346), uma vez que “a concessão do ministério de
acólito implica uma participação mais profunda no mistério de Cristo que se
doa e está presente na Eucaristia, na assembleia e no irmão” (n. 347).
Dos ministérios instituídos passa-se ao ministério ordenado
com o rito de ordenação diaconal (nn. 348-349). A preparação para este
sacramento contempla “a vivência do
tríplice múnus que caracteriza o diaconado: a Palavra, a Liturgia e a Caridade” (n. 348). O mesmo pode ser dito do rito de
ordenação presbiteral (nn. 350-351).
Capítulo VII: Período
da formação permanente
O Capítulo VII trata da formação permanente dos presbíteros,
cuja importância, como indica o n. 361, deve ser despertada desde o Seminário “por meio da leitura e meditação da Palavra
de Deus, da celebração da Eucaristia
(...)”.
Esta formação permanente se dá através da pastoral
presbiteral, que possuía uma dimensão espiritual, na qual a Liturgia está
presente:
“Dimensão espiritual:
A pastoral presbiteral deve ajudar a cultivar uma verdadeira espiritualidade
com base na caridade pastoral, que dê sentido e vigor ao agir pastoral dos
presbíteros, bebendo nas fontes da Palavra, da caridade e dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia cotidiana e da Reconciliação, na oração pessoal e
comunitária, na Liturgia das Horas,
na leitura orante da Palavra de Deus, na leitura espiritual, na devoção a Maria, na direção espiritual,
na vida em comunidade e no serviço aos pobres e sofredores” (n. 379)
Conclusão
Por fim, na conclusão das Diretrizes, no n. 395, é proposta
uma oração que, dentre outros elementos, retoma o binômio Palavra-Eucaristia
presente em vários parágrafos que analisamos aqui. Segue a oração na íntegra:
“Senhor Jesus Cristo,
que dissestes ‘a messe é grande, mas os operários são poucos’, nós vos pedimos:
enviai muitas e santas vocações para o serviço missionário do povo santo de
Deus. Ao ver a multidão cansada e abatida, como ovelha sem pastor, vos
compadecestes dela (Mt 9,36). Vinde em auxílio de vossa Igreja! Ela precisa de presbíteros
santos que, na caridade pastoral, alimentem o vosso povo com o pão da Palavra e
da Eucaristia. Que vosso Espírito
Santo faça com que nossos presbíteros e seminaristas sejam mansos e humildes de
coração, simples nas atitudes, fortes na unidade, firmes na fé, repletos de
esperança e solícitos na caridade. Que a Virgem Maria, Senhora Aparecida, vossa
mãe amorosa e bondosa, se una a esta nossa prece pela perseverança e pela
santidade de nossos presbíteros e seminaristas, a fim de que façam sempre a vossa
misericordiosa vontade. Amém”.
Notas:
[1] O trecho citado das Diretrizes retoma o n. 4 do Decreto Optatam Totius do Concílio Vaticano II.
[2] Esta é uma citação do Documento de Aparecida, n. 316.
[3] A última parte deste parágrafo é uma referência ao n. 38
da Exortação Sacramentum Caritatis do
Papa Bento XVI. A menção do Ano Litúrgico, por sua vez, retoma o n. 102 da Ratio Fundamentalis.
[4] O trecho entre aspas simples é uma citação da Mensagem
do Papa João Paulo II ao Prefeito da Congregação para o Culto Divino, Cardeal
Francis Arinze, datada de 03 de março de 2005, por ocasião da Assembleia
Plenária da Congregação.
[5] O trecho entre aspas simples é uma citação da Ratio, n. 104. Este parágrafo remete
ainda para a Exortação Sacramentum
Caritatis (nn. 47.10), aos Decretos Presbyterorum
Ordinis (nn. 6.5.14b) e Christus
Dominus (n. 15) do Concílio Vaticano II e à Exortação Evangelii Gaudium do
Papa Francisco (n. 25).
[6] O trecho entre aspas simples é uma citação da Ratio, n. 106. Este parágrafo remete
ainda para a Exortação Pastores Dabo
Vobis (n. 48).
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