Durante o Grande Jubileu do
ano 2000, o Papa João Paulo II desejava realizar uma peregrinação aos lugares
associados à história da salvação, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.
Como o Pontífice descreveu
na Carta que promulgou sobre este tema, seria uma peregrinação em três etapas:
a primeira a Ur dos Caldeus, no atual Iraque, de onde partiu Abraão; a segunda
ao Monte Sinai, no Egito; e a terceira à Terra Santa, aos locais associados à
vida de Jesus (Nazaré, Belém, Jerusalém).
O Papa realizou a segunda e
a terceira etapas desta peregrinação respectivamente nos meses de fevereiro e
março do ano 2000. A primeira etapa, porém, não foi possível, devido a conflitos
no território do Iraque.
Assim, com o desejo de
realizar uma “peregrinação espiritual” seguindo os passos de Abraão, no dia 23 de fevereiro de 2000, véspera
de sua viagem ao Egito, o Papa João Paulo II presidiu uma celebração em honra do
grande patriarca na sala Paulo VI.
No local foi exposto o ícone
da Trindade de Andrej Rublev, que recorda a hospitalidade de Abraão a três
anjos, figura da Trindade; alguns carvalhos em recordação ao carvalho de Mambré,
onde se deu o encontro; e uma pedra-altar, simbolizando o local do “sacrifício”
de Isaac.
A Comemoração de Abraão, “nosso
pai na fé”, de caráter ecumênico e inter-religioso, seguiu a estrutura de uma
Liturgia da Palavra. Após a procissão de entrada com o Livro dos Evangelhos, o
Santo Padre iniciou a celebração com o sinal da cruz, uma invocação trinitária
e uma monição introdutória.
Seguiu-se a 1ª leitura,
formada por três perícopes do livro do Gênesis: a genealogia de Abraão (Gn 11,27-32), sua vocação (Gn 12,1-9) e a aliança com Deus (Gn 15,1-19).
Após a leitura houve alguns momentos de silêncio para meditação, durante os
quais foram projetadas imagens de lugares da vida de Abraão.
A 2ª leitura foi também
tomada do livro do Gênesis: o “sacrifício” de Isaac (Gn 22,1-18), seguida de um
canto interlecional inspirado na Carta aos Hebreus (Hb 11,8-10; 11-12; 17-18), recordando
a fé de Abraão.
A Liturgia da Palavra
coroou-se com as leituras do Novo Testamento: a 3ª leitura, tomada da Carta aos
Romanos (Rm 4,13.16-25), e o Evangelho (Jo 8,51-58), ao qual se seguiu a
homilia do Santo Padre.
Após a homilia foi oferecido
aos fiéis mais um tempo para a meditação, desta vez com a projeção de
representações da vida de Abraão na arte, desde as catacumbas cristãs até a
época contemporânea.
A celebração conclui-se com
uma oração de louvor à Trindade em várias línguas, acompanhada da oferta do
incenso diante do ícone sobre a pedra-altar, a oração do Pai nosso e a bênção
do Papa.
Ícone da Trindade exposto na ocasião |
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