sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Fotos da Abertura do Sínodo dos Bispos (2024)

No dia 02 de outubro de 2024 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Missa da Memória dos Santos Anjos da Guarda na Praça de São Pedro na abertura da 2ª Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se realiza em Roma de 02 a 27 de outubro.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Cardeal Jean-Claude Hollerich, Arcebispo de Luxemburgo, Relator Geral dessa Assembleia do Sínodo.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Ján Dubina. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada
Sinal da cruz
Ritos iniciais
Imposição do incenso
Evangelho

Homilia do Papa: Abertura do Sínodo dos Bispos (2024)

Santa Missa da Memória dos Santos Anjos da Guarda
Abertura da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2ª Sessão)
Homilia do Papa Francisco 
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 02 de outubro de 2024

Celebramos hoje a Memória litúrgica dos Santos Anjos da Guarda e reabrimos a Sessão Plenária do Sínodo dos Bispos. E, ao escutar o que nos sugere a Palavra de Deus, poderíamos tomar como ponto de partida para a nossa reflexão três imagens: a voz, o refúgio e a criança.

Primeiro, a voz. No caminho para a Terra Prometida, Deus aconselha o povo a escutar a “voz do anjo” que Ele enviou (cf. Ex 23,20-22). É uma imagem que nos toca de perto, porque o Sínodo é também um caminho, durante o qual o Senhor coloca nas nossas mãos a história, os sonhos e as esperanças de um grande Povo: de irmãs e irmãos nossos espalhados pelo mundo, animados pela mesma fé, movidos pelo mesmo desejo de santidade, no sentido de procurarmos compreender, com eles e para eles, qual a estrada a seguir para chegar onde Ele quer nos levar. Mas como podemos nós escutar a “voz do anjo”?


Um modo possível é certamente nos aproximarmos com respeito e atenção, na oração e à luz da Palavra de Deus, a todos os contributos recolhidos ao longo destes três anos de trabalho, partilha, confronto de ideias e paciente esforço de purificação da mente e do coração. Trata-se, com a ajuda do Espírito Santo, de escutar e compreender as vozes, ou seja, as ideias, as expectativas, as propostas, para discernir juntos a voz de Deus que fala à Igreja (cf. Renato Corti, Quale prete? Appunti inediti). Como repetidamente temos recordado, esta não é uma assembleia parlamentar, mas um lugar de escuta em comunhão, onde, como diz São Gregório Magno, aquilo que alguém tem em si parcialmente, possui-o completamente outro, e embora alguns tenham dons particulares, tudo pertence aos irmãos na “caridade do Espírito” (cf. Homilias sobre os Evangelhos, XXXIV).

Para que isso aconteça, há uma condição: libertarmo-nos de tudo o que, em nós e entre nós, pode impedir à “caridade do Espírito” criar harmonia na diversidade. Todo aquele que, com arrogância, presume e pretende a exclusividade na escuta da voz do Senhor, não consegue ouvi-la (cf. Mc 9,38-39)Cada palavra deve ser acolhida com gratidão e simplicidade, para se tornar eco do que Deus deu em benefício dos irmãos (cf. Mt 10,7-8). Muito concretamente, tenhamos o cuidado de não transformar os nossos contributos em teimosias a defender ou agendas a impor, mas ofereçamo-los como dons a partilhar, dispostos também a sacrificar o que é particular, se isso servir para juntos fazermos nascer algo novo, segundo o projeto de Deus. Caso contrário, acabaremos por nos fechar em um diálogo de surdos, onde cada um tenta “puxar água para o seu moinho” sem ouvir os outros e, sobretudo, sem ouvir a voz do Senhor.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Leitura litúrgica da Carta aos Colossenses (3)

“Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós” (Cl 3,16).

Nas postagens anteriores desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta de São Paulo aos Colossenses (Cl) nas celebrações do Rito Romano.

Após uma breve introdução, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica, isto é, da sintonia com o tempo ou a festa litúrgica (cf. Elenco das Leituras da Missa, n. 66) [1] na Celebração Eucarística e nos demais Sacramentos. Para acessar, clique aqui: 1ª parte / 2ª parte.

Agora concluiremos a análise sob esse critério com os Sacramentais e a Liturgia das Horas.

Jesus Cristo, Senhor dos Anjos
(Edward Burne-Jones)

2. Leitura litúrgica da Carta aos Colossenses: Composição harmônica

c) Sacramentais

Quanto aos Sacramentais, consideremos primeiramente aqueles que implicam a consagração de pessoas.

Na Bênção de abade ou abadessa consta dentre as leituras ad libitum (à escolha) o texto de Cl 3,12-17 [2], com a exortação à prática das virtudes. Destaca-se aqui o v. 16: “Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria”, recordando a função do abade ou abadessa como guia da comunidade.

Dessa mesma perícope é tomada uma das opções de aclamação ao Evangelho para essa celebração: “A paz de Cristo reine em vossos corações, para a qual fostes chamados num só corpo!” (Cl 3,15) [3].

Uma versão ligeiramente mais longa desse texto conta como 2ª opção de antífona de entrada para a Missa ritual: “Acima de tudo tende a caridade, que é laço da perfeição; e exulte em vossos corações a paz do Cristo” (Cl 3,14-15) [4].

Para a Consagração das virgens e a Profissão religiosa, que compartilham as mesmas opções de leituras, propõem-se dois textos à escolha: Cl 3,12-17, como acima, e Cl 3,1-4 [5], com a exortação a buscar “as coisas do alto, onde está Cristo”.

Na sequência contemplemos as bênçãos de pessoas, lugares e objetos, nas quais identificamos sete leituras do nosso escrito à escolha:

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Fotos da Missa do Papa na Bélgica

No dia 29 de setembro de 2024 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa do XXVI Domingo do Tempo Comum (Ano C) no Estádio Rei Balduíno em Bruxelas (Bélgica) durante sua Viagem Apostólica ao Luxemburgo e à Bélgica.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Arcebispo de Malinas-Bruxelas, Dom Luc Terlinden.

Durante a celebração teve lugar a Beatificação da Venerável Ana de Jesus (†1621), Religiosa Carmelita.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli. O Missal para a Viagem Apostólica pode ser visto aqui.

Ritos iniciais
Rito da Beatificação
O Papa pronuncia a fórmula da Beatificação
Entronização da relíquia da nova Beata

Homilia do Papa: Missa na Bélgica

Viagem Apostólica ao Luxemburgo e à Bélgica
Santa Missa e Beatificação da Venerável Ana de Jesus
Homilia do Papa Francisco
Estádio Rei Balduíno (Bruxelas, Bélgica)
Domingo, 29 de setembro de 2024

Observação: Foi celebrada a Missa do XXVI Domingo do Tempo Comum (Ano C).

«Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço» (Mc 9,42). Com estas palavras, dirigidas aos discípulos, Jesus alerta para o perigo de escandalizar, ou seja, de obstruir o caminho e ferir a vida dos “pequeninos”. É uma advertência forte, severa, sobre a qual devemos parar para refletir. Gostaria de fazê-lo convosco, também à luz de outros textos sagrados, a partir de três palavras-chave: abertura, comunhão e testemunho.

Começamos com a abertura. A 1ª Leitura e o Evangelho falam-nos dela, mostrando-nos a ação livre do Espírito Santo que, na narrativa do êxodo, enche com o seu dom de profecia não só os anciãos que tinham ido com Moisés à tenda da reunião, mas também dois homens que tinham ficado no acampamento.

Isto faz-nos pensar, porque, se inicialmente era escandaloso que eles estivessem ausentes do grupo dos eleitos, depois do dom do Espírito é escandaloso proibi-los de exercer a missão que, apesar disso, receberam. Percebe-o bem Moisés, homem humilde e sábio, ao dizer com mente e coração abertos: «Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!» (Nm 11,29). Um belo desejo!


São palavras sábias, que antecipam o que Jesus diz no Evangelho (cf. Mc 9,38-43.45.47-48). Aqui, a cena se passa em Cafarnaum, onde os discípulos gostariam de impedir um homem de expulsar demônios em nome do Mestre, porque - afirmam - “não nos segue” (v. 38), ou seja, “não faz parte do nosso grupo”. É assim que pensam: “Quem não nos segue, quem não é ‘dos nossos’ não pode fazer milagres, não tem direito”. Mas como sempre, Jesus os surpreende - Jesus sempre nos surpreende - e repreende, convidando-os a ultrapassar os seus esquemas, a não se “escandalizarem” com a liberdade de Deus. E diz-lhes: «Não o proibais... quem não é contra nós é a nosso favor» (vv. 39-40).