O cálice (do
latim cálix, taça) é o principal dos
vasos sagrados. Destinado a conter o Sangue do Senhor durante a Celebração
Eucarística, remonta ao gesto do próprio Senhor em sua Última Ceia, quando
“tomou o cálice em suas mãos”. A Igreja, ao celebrar o Sacrifício Eucarístico,
repete este gesto de Cristo.
Devido a sua
função de conter o Sangue do Senhor, o cálice deve sempre ser feito de metal
nobre (cf. Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 117). Isto para se preserve a integridade e se evidencie a dignidade
das Sagradas Espécies.
O cálice
diferencia-se da âmbula por não conter tampa. Isto se dá porque é utilizado
apenas dentro da Celebração Eucarística, ao contrário da âmbula, que é guardada no tabernáculo.
Para a
Celebração Eucarística, o cálice é colocado na credência, e não sobre o altar (cf. Cerimonial dos Bispos, n. 125). Da mesma forma, não entra na procissão das oferendas, uma vez que tomam parte da procissão apenas o pão (na patena e/ou nas âmbulas) e o vinho e a água (nas galhetas). Não faz sentido entrar com um cálice vazio.
No momento da Apresentação das Oferendas, o acólito ou coroinha leva-o ao altar, onde permanece durante toda a Liturgia Eucarística (cf. IGMR, n. 139; Cerimonial dos Bispos, n. 145). Após a Comunhão, o sacerdote ou o diácono consome o Sangue do Senhor no altar e purifica-o, juntamente com as âmbulas, no altar ou na credência (cf. IGMR, n. 163; Cerimonial dos Bispos, n. 165).
No momento da Apresentação das Oferendas, o acólito ou coroinha leva-o ao altar, onde permanece durante toda a Liturgia Eucarística (cf. IGMR, n. 139; Cerimonial dos Bispos, n. 145). Após a Comunhão, o sacerdote ou o diácono consome o Sangue do Senhor no altar e purifica-o, juntamente com as âmbulas, no altar ou na credência (cf. IGMR, n. 163; Cerimonial dos Bispos, n. 165).
O cálice pode
ser ornado com um véu, chamado véu de cálice, que pode ser da cor litúrgica da celebração ou sempre branco (cf. IGMR, n. 118). Este véu permanece sobre o cálice preparado
para a celebração na credência até o momento da Apresentação das Oferendas,
quando o cálice é levado ao altar. Neste momento, o véu é retirado e colocado sobre a credência. Antes de o cálice ser reconduzido à credência, após a Comunhão, coloca-se novamente sobre ele o véu.
O cálice, antes
de ser utilizado, convém que seja abençoado por um sacerdote com a bênção
própria, conforme consta no Ritual de Bênçãos (cf. Ritual de Bênçãos, p. 510-517). Cumpre notar que antes do
Concílio Vaticano II esta bênção era restrita ao bispo.
Por fim, o
cálice já com vinho é entregue ao neo-sacerdote na celebração da Ordenação
Presbiteral (cf. Pontifical Romano, p. 131), como insígnia própria de seu munus
santificandi, isto é, de sua missão de celebrar a Liturgia para a
santificação do povo e a glorificação de Deus.
Podem haver cálices em vidro e/ou madeira?
ResponderExcluirNão. As normas da Igreja são claras: o cálice deve ser sempre de metal. A madeira pode absorver parte do líquido e o vidro, caso quebre, tornaria muito difícil a purificação por causa dos cacos.
ExcluirAndré, paz e bem! É correto lavar o cálice, o ciborio e demais paramentos com detergente líquido? Caso não, qual a maneira correta de higienização de paramentos?
ResponderExcluirSim. Os vasos sagrados podem ser lavados com produtos de limpeza, desde que estes não os danifiquem.
ExcluirSó esclarecendo: os objetos litúrgicos que se destinam a conter a Eucaristia são chamados de vasos sagrados; os demais objetos utilizados na Liturgia recebem o nome de alfaias. O termo paramentos refere-se apenas às vestes usadas na Liturgia.
Quanto ao uso do véu da píxide (ou o conopeu da píxide) e ao uso dum duplo véu do sacrário (o conopeu interno do sacrário e o conopeu externo do sacrário, consoante a cor litúrgica do tempo litúrgico em que se vive), que diz oficialmente o Magistério da Igreja Católica? Obrigado.
ResponderExcluirEsses véus não são mencionados nos atuais livros litúrgicos. Mas nada impede que seu uso se conserve onde for costume.
ExcluirPode-mos usar a bolsa de càlice tbm???
ResponderExcluirImagino que você se refira à bursa, bolsa na qual se coloca o corporal sobre o cálice enquanto este permanece na credência. Embora não seja mencionada explicitamente nos atuais livros litúrgicos, nada impede que seja usada.
ExcluirOlá, tudo bem? Uma dúvida, por favor: quanto aos vasos sagrados, há alguma orientação para que o seu interior seja banhado a ouro? Com certa frequência, vejo essa observação nas características que descrevem suas qualidades, entretanto, nunca li qualquer referência a isso. Seria apenas um costume? Desde já, muito obrigado! E parabéns por seu apostolado; que Deus o abençoe sempre mais!
ResponderExcluirSim. Esta orientação está na Instrução Geral sobre o Missal Romano (3ª edição, n. 328): "Os vasos sagrados sejam feitos de metal nobre. Se forem de metal oxidável ou menos nobres do que o ouro, sejam normalmente dourados por dentro".
Excluir"Dourado" se refere ao material e não à cor, pois o revestimento com ouro é feito para evitar que o cálice se deteriore, uma vez que o ouro não oxida.
Além disso, os parágrafos seguintes (nn. 329-330) indicam outros dois motivos: a dureza do metal (evitar que o cálice quebre facilmente) e sua impermeabilidade (não absorve líquido).
As mesmas orientações são dadas pela Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 117.