sexta-feira, 27 de julho de 2012

A cruz processional

A cruz processional, como o próprio nome diz, é uma cruz com a imagem do crucificado que possui uma haste e é conduzida nas procissões por um acólito ou coroinha denominado cruciferário.


Para a Celebração Eucarística, o cruciferário conduz a cruz processional elevada na procissão de entrada, ladeado pelos acólitos ou coroinhas com castiçais de velas acesas. Se houver incenso, este precede a cruz. Do contrário, a cruz guia a procissão. À procissão de saída, se feita com solenidade, proceda-se da mesma forma.

Chegando à frente do altar, o cruciferário faz uma reverência breve (inclinando apenas a cabeça). Se não houver outra cruz com a imagem do crucificado no presbitério, a cruz processional é colocada junto do altar; se houver, a cruz processional é colocada em um lugar digno na sacristia.


Nas demais celebrações em que há procissão, sempre deve haver o cruciferário que leva a cruz processional elevada à frente da procissão, precedida ou não pelo incenso.

32 comentários:

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    1. Indicamos as fontes da pesquisa na primeira postagem desta série:Introdução Geral do Missal Romano (IGMR) e Cerimonial dos Bispos.
      Podemos, porém, revisar as postagens e colocar em cada uma os respectivos números da IGMR e do Cerimonial.
      Grato pela participação.

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    2. Faça isso então, caso contrário seu colocação ficará insegura, sem a designação da fonte a qual foi extraído a informação.

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  2. Estou fazendo a formação para acólito em minha paróquia e em uma de nossas comunidades não tem cruz no altar um dos acólitos q dão a formação disse q a cruz processional entra de costas quando não há cruz no altar e é colocada ao lado do altar outro disse q entra normalmente e é colocada do lado do altar. Você poderia me informar sobre isso?

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    1. A Introdução Geral do Missal Romano (3ª edição) afirma no n. 122 que quando não há outra cruz no presbitério, a cruz processional é colocada junto ao altar. Nunca é mencionado nos livros litúrgicos que a cruz seja levada de costas: o costume é conduzi-la sempre de frente.

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  3. Se tiver uma cruz pintada no fundo mesmo e uma sobre o altar a cruz processional fica do lado do altar?

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    1. A Introdução Geral do Missal Romano (3ª edição) afirma no n. 122 que a cruz do altar deve ser uma só. Assim, se há uma cruz no fundo da abside e esta é bem visível aos fiéis, não se deve colocar outra cruz sobre o altar nem a cruz processional ao lado deste.
      O mesmo n. 122 afirma que se já há uma cruz no presbitério, a cruz processional é colocada em um lugar adequado fora dele (na sacristia, por exemplo).

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  4. Em que lado do altar deve ser colocada a cruz processional quando não se tem a cruz do altar?

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    1. Não há uma norma a respeito. Geralmente se coloca no lado oposto ao ambão, apenas por uma questão de estética, para não sobrecarregar de símbolos apenas um lado do presbitério. Porém, repito, isto não é uma norma.

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  5. A cruz processional d aminha comunidade, está com muita ferrugem e acaba sujando a vestimenta dos coroinhas. Tem esta cruz com cabo galvanizado que não corrói?

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    1. Você precisa pesquisar em lojas especializadas na venda de objetos litúrgicos. Nosso blog é dedicado apenas ao estudo.

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  6. Lembro de há muito tempo, não sei onde, ter lido algo sobre, em uma situação muitíssimo específica, a cruz processional ser levada de costas, voltada para o celebrante. Não lembro bem do motivo mas acho que tinha algo a ver com o cardinalato. Poderia me dar uma orientação? Parabéns pelo trabalho.

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    1. Esse gesto era previsto quando o Arcebispo Metropolitano (não necessariamente Cardeal) se dirigia solenemente a uma igreja, endossando suas vestes corais. Por exemplo, quando ia tomar posse na Catedral. Nesse caso se utilizava a cruz arquiepiscopal, com duas traves ao invés de uma, voltada para o próprio Arcebispo.
      O atual Cerimonial dos Bispos, promulgado em 1984, ainda prevê o uso da cruz arquiepiscopal quando o Arcebispo se dirige solenemente a uma igreja, porém, indicando que a cruz é levada com a imagem do Crucificado voltada para frente (n. 79).

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  7. A cruz processional pode ser usada pra outros filhos, como peça de escola?

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    1. Não. A bênção de objetos litúrgicos indica que esses "se destinam unicamente ao culto divino" (Ritual de Bênçãos, nn. 1077-1078). O mesmo vale para as vestes litúrgicas ou paramentos (n. 1079).

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  8. A cruz processional, fica virada para a assembléia ou para o altar?

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    1. Durante a procissão de entrada, a cruz é conduzida com a imagem do Crucificado voltada para a frente (Cerimonial dos Bispos, n. 128).
      Se a cruz é colocada junto ao altar, convém que fique voltada para a assembleia, uma vez que a Instrução Geral do Missal Romano indica que a cruz do altar deve ser "bem visível para o povo reunido" (n. 308).

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  9. André, a "reverência" não é a profunda? conforme o nn.122 da IGMR
    ?

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    1. O n. 122 é a "regra geral". O n. 274 apresenta uma "exceção": aqueles que levam a cruz e as velas fazem apenas a inclinação da cabeça (reverência simples).

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    2. Mas a reverência de cabeça não é só quando o tabernáculo está presente?

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    3. A interpretação mais tradicional é que a inclinação de cabeça substitui tanto a genuflexão quanto a inclinação profunda para aqueles que levam a cruz e as velas.
      Trata-se de uma questão de praticidade, sobretudo quando esses objetos são de maiores dimensões.

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  10. Ah! então é uma questão de praticidade, sendo assim, faz todo sentido essa interpretação tradicional já que realmente é difícil fazer inclinação profunda com esses objetos.
    Devo confessar que fico feliz em saber disso, porque estava pensando que tinha algum déficit de interpretação textual kkk . Uma vez que, olhando friamente o n.274 o texto dá a entender que a inclinação de cabeça é só para substituir a genuflexão.
    por fim, gostaria de agradecer pela disponibilidade e paciência.

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  11. André, na maioria das Igrejas da minha arquidiocese, existe uma cruz com o crucificado na parede atrás do altar(versus populum). Penso eu que seja uma coisa que permaneceu do rito tridentino.
    A minha pergunta é: mesmo com essa cruz é preciso colocar uma cruz sobre o altar ou entorno dele conforme o n.117 da IGMR?

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    1. Não. A IGMR afirma no n. 122 que a cruz do altar deve ser uma só. Assim, se há uma cruz no fundo da abside visível aos fiéis não se deve colocar outra cruz sobre o altar ou junto dele.

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    2. André, permita-me estender a questão em dois pontos.

      Primeiro: essa cruz com o crucificado que fica na abside, normalmente fica um pouco distante do altar. Por isso, penso eu, que foge da orientação que a IGMR nos oferece, tendo em vista que ela diz " sobre o altar ou perto dele" n.117. O que o senhor acha?

      Segundo: O que dizer de Papa Bento XVI que e insistia no crucifixo no centro do altar?. Porque a ultilidade primeira desse crucifixo é para o Padre, para que ele se lembre que a Missa é dirigida a Deus pai por meio do Filho e não para comunidade. E tenho que dizer que concordo com o Papa, tendo em vista as experiências da minha paróquia que não tem uma cruz no centro ou mesmo do lado, dá impressão muitas vezes, que o sacerdote está celebrando a missa para os fiéis pelos seus olhares para o povo ao proferir as palavras sagradas do SENHOR na oração eucarística.

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    3. Vários liturgistas (como o Padre José Aldazábal) defendem que o mais importante não é a proximidade do altar, mas sim a unicidade da cruz. Ou seja, que haja apenas uma cruz no presbitério, para garantir a autenticidade do sinal: o único sacrifício de Cristo.
      Quanto à posição do Cardeal Ratzinger / Papa Bento XVI, embora válida, trata-se de uma posição teológica, não de uma norma.
      A IGMR indica que a cruz do altar deve ser "bem visível para o povo reunido" e que sua função é "recordar aos fiéis a Paixão salutar do Senhor" (n. 308). Portanto, a cruz é um sinal para toda a assembleia, e não apenas para o sacerdote.

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  12. Grato pela resposta, meu caro. No entanto, uma última pergunta: José Aldazábal era padre?

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  13. E outra, se senhor puder me dá a referência de onde José Aldazábal fala sobre isso eu ficaria grato.

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    1. Sim, José Aldazábal Larrañaga era um sacerdote salesiano.
      A informação está no seu comentário à IGMR, publicado no Brasil pela Editora Paulinas, mais especificamente em seu comentário ao n. 122.
      A mesma interpretação sobre a importância da única cruz no presbitério é dada, por exemplo, pelo Secretariado Nacional de Liturgia (Portugal) na obra "A beleza da Liturgia" (sem publicação no Brasil).
      Certamente há outras fontes, mas de momento posso indicar essas duas.

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  14. Rapaz irmão, não sabia hahahahah. Porque o pessoal só se refere a ele como "José Aldazábal" achava que era um leigo estudioso da liturgia apenas.
    E outra que estou percebendo: ao meu ver as leis litúrgicas não são tão objetivas como eu imaginava . Achava que era só lê a IGRM e, pronto, já teria um suficiente conhecimento, mas estou vendo que não.
    Obrigado meu irmão pelo trabalho. Seu trabalho é necessário por essas bandas hahahahah.

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    1. O estudo da IGMR sem dúvida é um ponto de partida fundamental. Mas a formação litúrgica é permanente...
      De fato, as normas litúrgicas nem sempre abrangem todas as questões. Por isso é importante o estudo da história, da teologia e de outras dimensões da Liturgia.
      As normas são como o "esqueleto": sem elas tudo desmorona, mas são apenas uma parte do todo.

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